sexta-feira, 18 de abril de 2025

Poema Canção do exílio

 


Canção do exílio, composto por Gonçalves Dias, em Coimbra, Portugal, no ano de 1843, é o seu poema mais famoso. nasceu em 10 de agosto de 1823, em Caxias, no Maranhão. Era filho de um português branco e de uma brasileira descendente de índios e negros. Esse autor pertenceu à primeira geração romântica. Escrito em redondilha maior (verso que tem sete sílabas poéticas, também chamado de heptassílabo), apresenta cunho nacionalista. O eu lírico, cheio de saudade de sua terra, exalta os elementos naturais do Brasil, de forma a mostrar sua superioridade em relação a outras nações.

Canção do exílio 

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.


Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.


Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar — sozinho, à noite —

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Coimbra — Julho 1843.


Gonçalves Dias 


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