Per Aspera ad Astra: O Lema que Ilumina Gerações
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| A Frase que Brilha na Fachada e na Alma |
Na fachada antiga, um sussurro de pedra. Ali, sobre o reboco que já viu gerações inteiras chegarem e partirem, repousa uma frase em latim, firme, silenciosa, imortal.
Per aspera ad astra.
Às estrelas, através das dificuldades.
Há décadas ela observa a praça Amaral Peixoto como quem vigia um portal.
No vai e vem da vida bonjesuense, já viu passos apressados, sonhos inquietos, esperanças miúdas e gigantes. E, de cada olhar distraído ou curioso, roubou um instante de reflexão.
Quando ainda era o Colégio Rio Branco, aquela máxima parecia palpitar nas paredes e corredores, como se a própria Roma Antiga soprasse ali um conselho de coragem. Alunos entravam crianças, saíam jovens, e no meio desse caminho a frase os acompanhava, discreta, mas incisiva, lembrando que nenhuma jornada se constrói sem tropeços, nenhum futuro se ergue sem luta.
“Aspera”, os espinhos do caminho.
“Astra”, o brilho inalcançável que insiste em chamar.
Era assim desde os tempos romanos, quando soldados e líderes a transformaram em bandeira de honra e resistência. E, como toda boa ideia que nasce para durar, migrou pelos séculos, tocou a pena de escritores medievais, inspirou artistas renascentistas, atravessou livros, discursos, filmes e músicas, e hoje se instala até na pele de quem a carrega tatuada como lembrança perpétua.
Mas em Bom Jesus, a frase ganhou uma morada especial.
Primeiro no tradicional Colégio Rio Branco, que durante 90 anos educou corpos, mentes e almas. Depois, renascida no Espaço Cultural Luciano Bastos, que abriu suas portas como quem reafirma o próprio lema: mesmo diante das dificuldades, seguimos rumo às estrelas.
E ali permanece, a frase, o prédio, a memória.
Para quem passa apressado, é só um enigma em latim.
Para quem olha com o coração aberto, é uma espécie de bênção laica, uma convocação à grandeza possível.
O antigo Colégio, que teve entre seus mestres o açoriano Padre Antônio Francisco de Mello, inteligência rara, espírito luminoso, continua a ecoar valores universais que atravessam gerações. A cada visitante que adentra o ECLB, a cada olhar que repousa na fachada, repete-se o ciclo: um lema romano, renascido em solo bonjesuense, volta a inspirar.
E assim, Per aspera ad astra segue viva.
Brilhando em silêncio.
Chamando cada um de nós a caminhar, apesar das pedras, por causa delas, em direção ao que brilha mais alto.
Porque certas frases não envelhecem.
Elas apenas mudam de endereço e continuam a iluminar o caminho.


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