sexta-feira, 14 de novembro de 2025

A Frase em Latim da Praça Amaral Peixoto

Per Aspera ad Astra: O Lema que Ilumina Gerações 


 A Frase que Brilha na Fachada e na Alma

Na fachada antiga, um sussurro de pedra. Ali, sobre o reboco que já viu gerações inteiras chegarem e partirem, repousa uma frase em latim, firme, silenciosa, imortal.

Per aspera ad astra.

Às estrelas, através das dificuldades.

Há décadas ela observa a praça Amaral Peixoto como quem vigia um portal.

No vai e vem da vida bonjesuense, já viu passos apressados, sonhos inquietos, esperanças miúdas e gigantes. E, de cada olhar distraído ou curioso, roubou um instante de reflexão.

Quando ainda era o Colégio Rio Branco, aquela máxima parecia palpitar nas paredes e corredores, como se a própria Roma Antiga soprasse ali um conselho de coragem. Alunos entravam crianças, saíam jovens, e no meio desse caminho a frase os acompanhava, discreta, mas incisiva, lembrando que nenhuma jornada se constrói sem tropeços, nenhum futuro se ergue sem luta.

“Aspera”, os espinhos do caminho.

“Astra”, o brilho inalcançável que insiste em chamar.

Era assim desde os tempos romanos, quando soldados e líderes a transformaram em bandeira de honra e resistência. E, como toda boa ideia que nasce para durar, migrou pelos séculos, tocou a pena de escritores medievais, inspirou artistas renascentistas, atravessou livros, discursos, filmes e músicas, e hoje se instala até na pele de quem a carrega tatuada como lembrança perpétua.

Mas em Bom Jesus, a frase ganhou uma morada especial.

Primeiro no tradicional Colégio Rio Branco, que durante 90 anos educou corpos, mentes e almas. Depois, renascida no Espaço Cultural Luciano Bastos, que abriu suas portas como quem reafirma o próprio lema: mesmo diante das dificuldades, seguimos rumo às estrelas.

E ali permanece, a frase, o prédio, a memória.

Para quem passa apressado, é só um enigma em latim.

Para quem olha com o coração aberto, é uma espécie de bênção laica, uma convocação à grandeza possível.

O antigo Colégio, que teve entre seus mestres o açoriano Padre Antônio Francisco de Mello, inteligência rara, espírito luminoso, continua a ecoar valores universais que atravessam gerações. A cada visitante que adentra o ECLB, a cada olhar que repousa na fachada, repete-se o ciclo: um lema romano, renascido em solo bonjesuense, volta a inspirar.

E assim, Per aspera ad astra segue viva.

Brilhando em silêncio.

Chamando cada um de nós a caminhar, apesar das pedras, por causa delas, em direção ao que brilha mais alto.

Porque certas frases não envelhecem.

Elas apenas mudam de endereço e continuam a iluminar o caminho.



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