segunda-feira, 6 de novembro de 2023

O TRABALHO

 

Profª Amália Teixeira 



Quão longe estamos da época em que o trabalho era considerado desdouro, e que só os escravos rudes e desgraçados exerciam-no. Os fidalgos antigos, ou os burgueses ricos que caíam na miséria, preferiam a fome ou a humilhação das esmolas dos parentes ricos ao labor honesto e compensador.
Hoje, livres, instruídos, não só nos sentimos honrados em pertencer à classe dos trabalhadores, como ainda erguemos templos em nosso coração aos escarnecidos e infelizes operários, que com sacrifício, às vezes, da própria vida, nos deram o conforto que ora gozamos.
Tanto o escritor alegre, que através de concepções brilhantes e lúcidas, nos ensina a beleza da vida e nos distrair, instruindo-nos, como o pobre lavrador que nos alimenta  e nos veste são operários, e, lançam um grão de progresso na grande oficina do trabalho universal.
Por muito modesto que seja o nosso mister, exerçâmo-la com gosto e com a consciência de que contribuímos para o bem da Pátria e da coletividade!
 São fortes os que são livres e são livres os que dependem unicamente do seu braço e do seu cérebro.
Trabalhemos, não impulsionados pelo interesse monetário, mas pelo próprio trabalho que dá saúde ao corpo e alenta o espírito.
Lembremos que o trabalho não só nos livra da servidão mesquinha, como ainda nos dá alegria e felicidade, pois é panaceia milagrosa que cura todos os males da alma.
O trabalho eleva-nos moralmente, engrandece-nos aos nossos olhos e nos aproxima de Deus, o trabalhador incansável, autor de todas as maravilhas.

01 – 05 – 1928

ROSEN (Nota do jornal O Norte Fluminense: pseudônimo de Amália Teixeira)

BOM JESUS–JORNAL 
BOM JESUS DO ITABAPOANA (E. do RIO de JANEIRO , 21 DE JUNHO DE 1928

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