domingo, 19 de novembro de 2023

POEMA, poesia de GEDÁLIA LOUREIRO XAVIER

                            


Elcio Xavier, Gedália Loureiro Xavier e os filhos 


                                         Aos meus irmãos


Aqui estou novamente

a recordar

Fatos e cenas que já

vão distantes.

Não resisto ao desejo de

expressar-me.

Nesta mesma escrivaninha

em que um dia

Rabisquei meus primeiros pensamentos.

Que emoção ao abri-la!

Qual relicário dos mais puros

do universo,

Quero tocá-la, acariciá-la,

Com todo o amor da filha

ausente,

Que ao fitá-la ternamente,

relembra

A figura do velho cacique,

Pai austero, zeloso e externado,

Que hoje habita, mercê de Deus,

A gloriosa mansão celestial!


Lentamente vou deslizando

a tampa movediça

E vejo, e sinto, como

está vazia.

Do passado apenas a saudade

das horas felizes

Eis o que restou da

minha juventude.


Bom Jesus, 26/07/1987


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