Elcio Xavier, Gedália Loureiro Xavier e os filhos |
Aos meus irmãos
Aqui estou novamente
a recordar
Fatos e cenas que já
vão distantes.
Não resisto ao desejo de
expressar-me.
Nesta mesma escrivaninha
em que um dia
Rabisquei meus primeiros pensamentos.
Que emoção ao abri-la!
Qual relicário dos mais puros
do universo,
Quero tocá-la, acariciá-la,
Com todo o amor da filha
ausente,
Que ao fitá-la ternamente,
relembra
A figura do velho cacique,
Pai austero, zeloso e externado,
Que hoje habita, mercê de Deus,
A gloriosa mansão celestial!
Lentamente vou deslizando
a tampa movediça
E vejo, e sinto, como
está vazia.
Do passado apenas a saudade
das horas felizes
Eis o que restou da
minha juventude.
Bom Jesus, 26/07/1987
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