Flora Malta Carpi |
Flora Malta Carpi nasceu em dezoito de agosto de 1926, em Sumidouro/RJ, filha de Euclides Ribeiro Malta e Oneida de Castro Malta, caçula de uma família de nove irmãos.
Alegre, comunicativa, o gosto pela escrita veio cedo. “Aglutinando ideias, florindo palavras, flutuando em sonhos”, brincava compondo trovas. Participativa nos eventos escolares e na igreja católica, a jovem armazenava sensibilidade.
Da caixa de tear, o refluir dos bordados, fagulhas coloridas, fios, brilhos, amizades tão bem bordadas, tessituras de pão repartido: “vestir os nus, saciar a fome e a sede”.
Na linha, o frescor da brisa, um olhar observador pendendo para a luz. Um olhar de quem sabia a ternura.
Veio para Itaperuna em 1946, após casar-se com Dr. Alberto Carlos Carpi com quem teve três filhos: Dr. Euclides Malta Carpi, Dr. Carlos Alberto Carpi e Dra. Heloísa Malta Carpi. Foi agraciada também com netos e bisnetos. Uma família linda, uma vivência feliz ao lado de um homem digno, humanitário, médico de destaque e de elevada estima no Município, seu saudoso e amado “Bebeto” (apelido carinhoso na intimidade familiar).
Além de esposa e mãe dedicada, Flora construiu uma vida intelectual muito produtiva e admirável! Aos 74 anos começou a publicar livros. Até agora, 9, estava se preparando para lançar o próximo.
Elaborado no tecido da experiência, seu livro “Flora em Versos” foi premiado com medalha de ouro, em 2014, devido ao 9º lugar alcançado entre os mais bem escritos do Brasil pela Academia de Estudos e Pesquisas Literárias.
Premiada em vários concursos Literários.
Sua sensibilidade selecionava fios delicados para o empreendimento poético! Das vozes líricas de seus poemas, dos movimentos das imagens, é possível ver a Capelinha, o Senhor dos Passos, a Praça, o Rio Paquequer, a Sumidouro das pedras! Vivências poéticas cheirando a jasmim e rosas frequentando variados temas.
O eu-lírico, fiando poesia, diz:
“Convém toda ventura engalanar
Não falta nada para quem tem asas.
Aqui o bem-viver é o melhor tema.
Nossos sonhos serão até reais
Se forem de Paz e Amor o nosso lema!”
Atuante na vida social, presidiu a Associação Patronato Padre Humberto Lidelauf durante dois anos, antes servindo como voluntária e secretária na Instituição.
Seu esposo era Rotariano e ela atuava com afinco na Casa da Amizade.
Participou de diversos eventos culturais em Itaperuna, como os Concursos de Poesia promovidos pela então Faculdade de Filosofia de Itaperuna, colaborando na seleção e na apresentação dos trabalhos dos alunos vencedores.
Escritora, poetisa e compositora. Membro da Academia Bonjesuense de Letras, membro da Associação Internacional de Escritores e Artistas, membro fundador da Academia Itaperunense de Letras, tornando-se a primeira Presidente da Casa. Ativa, presente no corpo diretório da ACIL durante a história da Instituição
Sua dedicação à ACIL, sua generosidade e disposição aos acolhimentos e aos afetos, tudo isso, fez com que ela se tornasse uma figura emblemática, a “Mãe Flora”.
Quantas tardes passamos reunidos, falando de poesia com direito ao famoso chazinho de Capim-limão! “Elos de caridade, amor, carinhos, enlaçando-se” impelindo às vibrações dos versos e ao convívio fraterno.
Trovadora da União Brasileira de Trovadores, Seção de Itaperuna, Flora era membro fundador, com fôlego para abrilhantar a entidade com suas trovas e com sua presença tão especial.
Participou da antologia Jardim de Trovas deixando ali o registro de um material literário produzido nos seus 94 anos de idade.
Flora, exímia tecelã, de laço em laço, de ponto em ponto, de nó em nó, fez diferença no ateliê das existências! Ela compreendia as características que identificam e singularizam a tecelagem. Por isso foi tão amada!
Flora eterniza-se na sua poesia e deixa para nós um legado, muitos ensinamentos e lembranças preciosas.
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