Maria Aparecida Borges Ebendinger autorizou O Norte Fluminense a inserir a música "A Busca" no CD da Coleção Músicas Bonjesuenses, na antiga Panificadora Borges |
Nascida em Bom Jesus do Itabapoana no dia 24/02/1952, filha de Luiz Rolando Ebendinger Ferreira, oriundo de Minas Gerais, e Maria da Penha Borges Ebendinger, originária da Barra do Pirapetinga, em nosso município, Maria Aparecida Borges Ebendinger foi compositora de dezenas de músicas "quase todas elas perdidas, uma vez que as gravações que fiz, em fitas k-7, especialmente na década de 1970, desapareceram", afirmou em entrevista exclusiva para o JONF (Jornal O Norte Fluminense).
Seus avós são os mineiros Olga Ebendinger Ferreira e Elisier Ferreira. Olga foi professora, na escola da Barra do Pirapetinga, dos governadores Roberto e Badger Silveira, além do médico e poeta dr. Ayrthon Borges Seródio. Olga e Elisier tiveram três filhos: Paris, Renato e Luís Rolando.
Ebendinger tinha três irmãos: Fausto, Rubens e Renato, falecido. Cursou o ginásio, o científico e o contabilidade no Colégio Rio Branco. Posteriormente, entrou no serviço público, onde se aposentou.
Ebendinger disse que "todas as músicas que iam ser apresentadas nos Festivais de Música, na época, tinham de ser enviadas para Campos dos Goytacazes (RJ), onde o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), censurava as canções que pudessem ter conteúdo contrário ao regime militar".
Continuou ela: "certa vez, quando eu resolvi organizar um Festival, um agente do DOPS afirmou que eu não realizaria o evento. Eu respondi que iria realizar sim. O fato é que, no dia do Festival, "cortaram" a energia no campo do Olympico, que só retornou às 5 h do dia seguinte. Recordo-me que o 1º Festival organizado em Bom Jesus ocorreu no Cinema localizado no Prédio do Monte Líbano. O 2º foi realizado no salão do Grupo Escolar Pereira Passos, enquanto o 3º foi realizado no estádio do Olympico FC. O 4º foi organizado por mim."
Ebendinger conta que, por dois anos, fez teste para ver ser tinha vocação para ser freira: " Estive no Paraná e em Niterói na Congregação Felicianas, ligada aos Franciscanos. Eu atuava com crianças e compus a canção "A Sementinha", que gosto muito, para ser cantada na missa".
A SEMENTINHA
Se você não chorou
Não sabe o que é um sorriso
Você nasceu
Você brotou
Mas não cresceu
Porém, você é gente
E sabe que a vida é diferente
A vida é como a gente é ou quer
Faça, então, uma oração
Adube assim seu coração
Onde tudo e todos crescerão.
Maria Aparecida Borges Ebendinger, em sua juventude |
Outra canção lembrada por Ebendiger se chama OBSESSÃO.
OBSESSÃO
Não quero saber
Se já não é outrora
Não quero entender
Pra que ir embora
Eu quero encontrar a minha própria aurora
Ver nascer o dia
Sem sabe a hora
E se algum dia
Faltar a alegria
Uso a fantasia
Escondo no canto
O pranto, a covardia
De dizer o que me impede de partir.
Tinto de palhaço
Cada rosto
Onde corria a nostalgia
Alegro a tristeza
Mas quem é capaz
De entristecer a minha alegria
Em cada poesia
Eu vou viver
De cada melancolia
Eu vou fazer canção de adormecer
Para esquecer a dor
Que a tantos fez morrer.
Segundo Ebendinger, "recordo-me que formamos, certa vez, um grupo musical chamado ELES SÃO 7, com nove integrantes, entre os quais Luís Fernando, que interpretou "A Busca", Renato, José Enes e outros".
Com febre remática desde os 18 anos de idade, com problemas de coração e passando a ter depressão após a morte de sua mãe, em 1999, Ebendinger viveu sozinha. Após passar por operações na vesícula e hérnia, e ter que passar por mais outra, ela disse que "me sinto feliz em saber que minha música vai ser gravada. Assim, vou poder deixar algo para os outros", diz, com olhar triste.
O JONF (Jornal O Norte Fluminense) se orgulha de ter resgatado um pouco da grande história de Maria Aparecida. Ela nos deixou,tempos depois, mas seu legado é para sempre!
A seguir, a letra da canção que conquistou o título em Festivais de Música, e que compõe o 3º volume da Coleção Músicas Bonjesuenses, produzido pela Editora O Norte Fluminense.
A BUSCA
Maria Aparecida Borges Ebendinger
Quero buscar na vida a minha vida
Buscar no amor a fé perdida
Buscar na dor a liberdade
Eu, eu sempre quis saber por que
O dia finda todo dia
À mesma hora
Deixando a noite em seu lugar.
Porém ninguém
Sabia me dizer por que
E eu queria tanto saber
Das coisas tão distantes de mim
E um dia
Quando olhei pra mim
E me perguntei
Quem sou eu
Não sei
A BUSCA
Maria Aparecida Borges Ebendinger
Quero buscar na vida a minha vida
Buscar no amor a fé perdida
Buscar na dor a liberdade
Eu, eu sempre quis saber por que
O dia finda todo dia
À mesma hora
Deixando a noite em seu lugar.
Porém ninguém
Sabia me dizer por que
E eu queria tanto saber
Das coisas tão distantes de mim
E um dia
Quando olhei pra mim
E me perguntei
Quem sou eu
Não sei
Maria Aparecida Borges Ebendinger: uma grande compositora bonjesuense |
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