Quem a conhece? Quem dirá que outr'ora
Foi um primor de graça e de candura?
Cheia de vida, cheia de frescura,
E tão desfeita e desmerecida agora!...
Parece aquella flor que à luz da aurora
E ao sorrir da manhã serena e pura
A fronte inclina para a terra dura,
Murcha, definha, abrocha-se e descora.
Perto lhe vem os últimos momentos;
Vai desprender-se a divinal essência
Do débil organismo em rhytmos lentos.
Olhos que a vistes rindo na innocencia
Que lágrimas tereis, em vãos lamentos,
Para chorar tão longa e triste ausência?!...
31 - 7 - 906
Pe. Mello
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