Faleceu, ontem à noite em Petrópolis, onde exercia suas atividades profissionais como médico, o escritor Tarcísio Borges.
Seu desaparecimento causa consternação a todos, uma vez que se destacava na literatura nacional, além de estar se dedicando a estimular, com idealismo, a cultura em nossa cidade.
Foi Tarcísio Borges quem indicou a festejada contadora de histórias Naná Martins para participar da próxima Feira de Livros do 6º Circuito Cultural Arte Entre Povos. "Pretendo estar apoiando Naná no que ela necessitar, quando estiver em Bom Jesus realizando oficina e fazendo a contação de história", disse, certa vez Tarcísio.
No dia 30 de abril, ele esteve no Colégio Estadual Governador Roberto Silveira, conforme matéria abaixo publicada no jornal e no blog, sob o título:
"ESCRITOR DIVULGA A LITERATURA EM SUA TERRA NATAL"
O consagrado escritor bonjesuense Tarcísio Borges, autor dos livros de sucesso "A Guerra da Intriga (ou de Canudos)" e "Sem Defeitos", esteve no Colégio Estadual Roberto Silveira na tarde desta quinta-feira, dia 30 de abril, para uma inédita conversa com alunos sobre livros e leitura.
Tarcísio Borges tem se dedicado, com idealismo, a estimular a literatura entre os jovens estudantes.
A professora Grazziela Menezes realizou a articulação entre o Colégio e o escritor. Participaram do evento os alunos que apresentaram maios frequência na biblioteca do educandário.
Fotos de André Luiz de Oliveira |
No dia 27 de março, Tarcísio Borges realizou oficina literária no ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos), consoante matéria postada no blog e no jornal intitulada "OFICINA LITERÁRIA REVELA TALENTO":
Fotos de André Luiz de Oliveira
Oficina literária de Tarcísio Borges foi disputada |
O consagrado escritor bonjesuense Tarcísio Borges, autor de livros de sucesso como "A GUERRA DA INTRIGA (OU DE CANUDOS)" e "SEM DEFEITOS", realizou, hoje, oficina literária na Biblioteca do ECLB, que teve lotação completa, sendo necessária a redução do número de interessados ao limite de quinze participantes.
A oficina foi levada a efeito nos períodos da manhã e da tarde.
Borges atuou em parceria com o ECLB sem cobrar cachê, imbuído do espírito de apoiar o desenvolvimento da cultura em nosso município. Considerou, ao final, um evento "acima das expectativas. O objetivo é estimular a leitura e o gosto pelo livro, assim como descobrir novos talentos", assinalou. Os participantes, por sua vez, além de aprovarem a oficina, solicitaram a realização de outra.
Tarcísio Borges: idealismo e paixão pela literatura e por Bom Jesus |
A jovem Luisa Rocha de Oliveira, da Usina Santa Isabel, foi considerada um dos destaques da oficina, com futuro promissor na literatura.
Filha de Tânia Barroso Rocha e José Maximiniano de Oliveira, nasceu em Bom Jesus do Itabapoana no dia 03/10/1994. Ela conta que "apaixonei-me por literatura quando cursava a 6ª série, no Colégio Estadual Alcinda Lopes Pereira Pinto, da Usina Santa Isabel, com a professora Alba Lívia. Em 2011, venci o concurso realizado pelo ILA (Instituto de Letras e Artes dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo)".
Segundo Luisa "a oficina literária foi magnífica, porque fomos estimulados a escrever uma página de um livro. A troca de conhecimentos com Tarcísio Borges foi também enriquecedora".
O NORTE FLUMINENSE convidou Lúcia Rocha para publicar alguns de seus textos em nosso periódico, o que foi aceito pela jovem escritora.
Luisa Rocha de Oliveira, talento bonjesuense revelado na oficina literária |
No dia 1º de dezembro de 2013, Tarcísio Borges lançou seu último livro no ECLB, consoante matéria a seguir:
A GUERRA DA INTRIGA (OU DE CANUDOS), de TARCÍSIO BORGES, é aclamado no ECLB
Tarcísio Borges se desponta na literatura nacional |
O bonjesuense Tarcísio Borges lançou, no ECLB, o romance histórico A GUERRA DE INTRIGA (OU DE CANUDOS), uma obra que revoluciona a concepção tradicional sobre os fatos ocorridos durante a conhecida Guerra de Canudos, no final do século XIX.
A Guerra da Intriga (ou de Canudos): obra revoluciona a concepão tradicional sobre o fato histórico |
O evento transcorreu com um produtivo bate-papo entre o autor e o público presente, que fez questão de adquirir a obra do bonjesuense.
Ao final, Tarcísio Borges disse sentir-se realizado: " Impressionou-me a participação do público, e em especial dos jovens, com suas variadas perguntas. Tudo isso no ambiente do ECLB, que considero um poema", assinalou.
Claudia Bastos, diretora do ECLB, Tarcísio Borges, e Gino Bastos |
O pianista bonjesuense Tadeu Almeida marcou presença, encantando o público com apresentação de músicas da época do episódio histórico.
O pianista bonjesuense Tadel Almeida apresentou músicas da época do conflito |
A GUERRA DA INTRIGA (OU DE CANUDOS) "É IMPACTANTE", DIZ CRÍTICA LITERÁRIA
A Guerra da Intriga (ou de Canudos), de Tarcísio Borges, é uma obra de ficção sobre o conflito que, no fim do século XIX, colocou frente a frente o exército brasileiro e os moradores da comunidade criada por Antônio Conselheiro, no interior da Bahia. A ideia de escrever o livro surgiu em 1997, quando o autor morava na Bahia. A Guerra da Intriga (ou de Canudos) é o segundo livro do escritor , autor também de Sem Defeitos.
O
livro conta a história da Guerra de Canudos a partir da vida do
comerciante Zé de Tonha. Além disso, o autor trata das quatro expedições
a Canudos e das intrigas que levaram a um dos mais sangrentos conflitos
da história do país – os boatos sobre a invasão de cidades vizinhas e
de Salvador pelos seguidores de Antônio Conselheiro. A pressão dos
coronéis por uma intervenção do governo; a atuação dos filhos desses
homens, recém-chegados de Paris, como voluntários em Canudos, e a
participação decisiva dos “heróis” da Guerra do Paraguai nas batalhas,
são alguns dos destaques desse segundo livro escri
to por Tarcísio Borges.
Para a professora Laeticia Jensen Eble, da Universidade de Brasília, responsável pela revisão do livro, A Guerra da Intriga (ou de Canudos)
é impactante e permite uma análise profunda sobre episódios que
aconteciam naquela época e continuam acontecendo ainda hoje. “O livro
envolve pelo tema, pela perspectiva e pela habilidade narrativa.
Revolver um caso como este permite também refletir sobre muita coisa que
acontece ainda hoje, porque a ideologia e os preconceitos que vigoravam
naquela época e que permitiram aquelas atrocidades ainda permanecem
entranhados em nossa sociedade, sob a forma de racismo, hom
ofobia e etc. O narrador não se ‘cola’ propriamente a nenhum
personagem, e, no entanto, tem uma perspectiva bastante marcada por suas
próprias reflexões críticas” – explica.
Para
o escritor Ronaldo Cagiano, que assina o texto da orelha do livro, a
narrativa de Tarcísio Borges permite desmantelar os (pre)conceitos que
nortearam a opinião pública, a reboque das intenções ideológicas do
governo e do oportunismo açodado de uma imprensa atrelada aos seus
interesses. “Estava em jogo um projeto de nação que excluía justamente a
grande massa de miseráveis representada por aqueles que se juntaram a
Conselheiro nessa aventura, que nasceu de motivo fútil (um carregamento
de madeira não entregue) e travestiu-se numa “revolução” que trazia seus
ingredientes de nonsense e paranoia. Apesar da correlação de
forças, o lado mais fraco seguiu sua sina pela manutenção de uma utopia
irrealizável, confrontando a consciência positivista do poder
constituído com a insanidade de um bando precar
iamente armado tutelando a ideologia salvacionista de um líder
carismático, que canalizou a revolta popular com certo grau de
messianismo” – esclarece.
Tarcísio Borges passou a escrever suas crônicas em nosso blog e jornal, sendo a última, a que segue.
I(rio)Taba(aldeia)Poana(redonda)
Tarcísio Borges
A
receita é antiga, e vem fazendo efeito. Pode ser resumida: colonizadores matam
e desmatam, plantadores de alguma coisa vêm logo atrás e exaurem a terra,
criadores de gado completam a devastação.
Da
primeira parte do processo é difícil encontrar os descendentes. Conhecemos
apenas uma pessoa que garantiu ser neta de matadores de indígenas. Das outras
etapas, temos vários e ilustres
representantes, com arbustos genealógicos comprovando a arruinação.
Daí vem a carência onomástica. Destruidores são pouco
criativos, conforme demonstra o passado. Decidem homenagear os povos
eliminados, e saem por aí batizando com nomes que não conhecem.
Da
Língua Geral, proibida pelos reacionários, Vieira imprecava, benzendo por
antecipação os proibidores. Talvez o Boca do Inferno tenha pregação semelhante.
E
o leitor cresce ouvindo coisas erradas, repetidas por gerações de expertos(alguns defendem o erro de
maneira agressiva).
Segundo
o relato do escritor e ilustrador – autor de inúmeros livros infantis
publicados por editoras tradicionais –, YaguarêYamãAripunãguá, indígena
Maraguá, falante de Tupi, professor graduado em Geografia, a etimologia correta
é i = rio; taba = aldeia; poana =
redonda. Portanto, aldeia redonda do rio, ou, menos provável, rio da aldeia
redonda.
E
a venerada ita? Repare, leitor: o
nome não é ItaTaba...; o nome é ITaba... Você foi criado falando Tupi? Nem eu.
Não podemos pretender ensinar o nosso desconhecimento aos falantes da língua
que ignoramos. Para facilitar, imagine-se discordando do russo de algum professor
nascido em Riazan ou Kaluga.
Além
disso, é melhor concentrar o esforço de esclarecimento. Dispersar para
confundir é arma suja dos que fazem o jogo do poder, antipático e desagregador.
Não é o seu caso, amável leitor.
Agora,
é ouvir os oponentes – entre os quais não faltam linguistas sem domínio de quaisquer idiomas. Lembrando: não vale
dedo no olho, nem xingar a mãe, nem desprezar a reserva legal.
Tarcísio Borges, nascido em Bom Jesus do Itabapoana, é médico e escritor
O NORTE FLUMINENSE manifesta à família enlutada os sentimentos por esta irreparável perda.
O NORTE FLUMINENSE manifesta à família enlutada os sentimentos por esta irreparável perda.
De fato, uma grande perda para a nossa região no seu contexto cultural e principalmente no espaço da cidadania, por seu exemplo de amor a sua terra e aos seus.
ResponderExcluirEm meu nome, que filho de Itaperuna sou! e em nome da Casa do Poeta Brasileiro de Praia Grande-SP, apresento meu sincero sentimento de pesar.
O infarto infarta e nos leva amigos, porra mais um, estou farto disso. Vá em paz poeta, nem lágrimas deixo, você odiaria a minha atitude "condescendente", seu tipo. Ficam mais pobres: a medicina, eu, Nietzsche, Kant e até Platão, perdemos nosso sincero e voraz interlocutor. Tudo isso velho Tarça, é a guerra, a Guerra da Intriga, nós contra a vida. Provávamos fortes, balela, ela manda e mandou, tua hora foi cedo, mas foi, "Sem Defeitos", tava tudo arranjadinho, diriam as corocas de Bom Jesus que você tanto odiava, tava não, as coisas se anteciparam por demais... vou lhe fazer uma crônica,daquelas que você enchia de emendas, agora não, agora a hora é de choro, choro não, até porque, você nunca mereceu lágrimas. Tá indo muito cedo, mas vá com Deus seu maluco....
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