sábado, 13 de junho de 2015

OS 91 ANOS DE ROBERTO SILVEIRA






Roberto Silveira: a glória de Bom Jesus do Itabapoana



No dia 11 de junho passado, Roberto Silveira teria completado 91 anos de vida. Ele mudou a história de Bom Jesus do Itabapoana.

Um resumo da vida de seus antepassados

Joaquim Teixeira de Siqueira, avô materno de Roberto, ocupou o 1º Conselho de Intendência, equivalente à Câmara de Vereadores de Bom Jesus do Itabapoana, quando tornamo-nos município pela 1ª vez, em 25 de dezembro de 1890.  Por outro lado, Antônio Ignácio da Silveira, avô paterno de Roberto, assinou a ata relativa ao ato da 1a. emancipação.

Joaquim Teixeira de Siqueira casou-se com Felicíssima, a Ciça, quando esta tinha 13 anos de idade.  Eles tiveram dois filhos: João Siqueira de Teixeira, o Tote, e Maria do Carmo de Teixeira, a Biluca.

Antônio Ignácio da Silveira, por sua vez, casou-se com Maria Borges da Silveira e, entre os filhos, dois foram homens: Getúlio Borges da Silveira e Boanerges Borges da Silveira.
 

Joaquim Teixeira de Siqueira faleceu quando Felicíssima alcançou os 18 anos.

Boanerges Borges da Silveira casou-se com Maria do Carmo de Teixeira e tiveram os filhos Badger, Zequinha, Dinah, Maria da Penha e Roberto, que trouxeram glória a Bom Jesus do Itabapoana.


No dia 11 de junho de 2015, Roberto Silveira, teria completado 91 anos de idade. Ele mudou, para sempre, o município onde nasceu.



Atalíbia Boechat Borges e a caixa de fósforo de 1959, com foto de Roberto Silveira


A professora aposentada Atalíbia Boechat Borges nasceu em 24/11/1945, em Bom Jesus do Itabapoana. Filha de Amélia Boechat Borges e Antônio José Borges, da Barra do Pirapetinga, ela conta que "Roberto Silveira mudou a face de Bom Jesus do Itabapoana. Por aqui, muita gente só vivia do café, tendo renda anualmente.Roberto Silveira conseguiu emprego para muitos bonjesuenses, fazendo com que a realidade do município se modificasse. Seus pais Boanerges e Biluca costumavam dar o encaminhamento a estes empregos. Gostaria de ressaltar aqui o papel decisivo de Biluca, que foi uma mulher além do seu tempo. Ela opinava em tudo o que Boanerges fazia e tinha visão objetiva das coisas. Isso, certamente, influenciou no fato de ter tido dois filhos governadores", assinala.





Caixa de Fósforo distribuída durante a campanha de Roberto Silveira em 1959


 


Segundo Atalíbia, "quando Roberto Silveira vinha a Bom Jesus fazer campanha, ele deixava com meu pai material de campanha. Entre este material constavam muitas caixas de fósforo, que foram guardadas. Sobrou uma, que estou doando, agora, ao ECLB.".

"Recordo-me das maravilhosas Festas de Agosto quando Roberto Silveira era governador. Ele colocava holofotes na Praça Governador Portela, cujas luzes eram vistas até em Braúna, a cerca de 15 km de Bom Jesus. Ele trazia, também, bandas de músicas com qualidade, que era o que o povo queria. Havia ainda as espetaculares esquadrilhas da fumaça, que eram lindas."

Atalíbia diz que, após a morte de Roberto Silveira, Bom Jesus do Itabapoana e as Festas de Agostos nunca mais foram as mesmas.  "Perdemos nosso maior líder. Hoje, olho para a política e me pergunto: 'Onde está a essência da política de Roberto Silveira?'




JOÃO GOULART E ROBERTO SILVEIRA INAUGURARAM  A RUA REPÚBLICA DO LÍBANO


Acervo do ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos), doação de Ademir Pimentel
 
No ano de 1960, João Goulart esteve em Bom Jesus do Itabapoana participando da inauguração da Rua República do Líbano. Ao seu lado direito, o acompanhava Antônio Dutra, enquanto o deputado bonjesuense Tito Nunes, o Governador Roberto Silveira e Esio Bastos (ao fundo), o acompanhavam por seu lado esquerdo.


MEDALHA COMEMORATIVA DO 1º ANIVERSÁRIO DO GOVERNO DE ROBERTO SILVEIRA



Suelena Fiori, filha de Áureo Fiori, músico bonjesuense que, em 1950, foi motorista de Roberto Silveira, por duas oportunidades, quando o mesmo era candidato a deputado estadual, enviou-nos fotos da medalha comemorativa do primeiro aniversário do Governo Roberto Silveira.




Segundo Suelena, "essa medalha tem 5cm de diâmetro. Foi achada há 42 anos, quando uma criança brincava na rua Gonçalves da Silva depois da ponte, após uma enxurrada, quando a citada rua ainda estava sem pavimentação e os postes de madeira".


O LIVRO "A PEDRA E O FOGO"


O jornalista JOSÉ SÉRGIO ROCHA escreveu o grande livro "A Pedra e o Fogo", sobre a vida de Roberto Silveira. Nesta obra, há a foto da pedra que seu pai, Boanerges Borges da Silveira, costumava, na Fazenda São Tomé, que teria sido dela que ele teria nascido. Em outra foto, Roberto se encontra sobre o cabrito Cabo Verde, em foto de 1928.

A pedra e o cabrito Cabo Verde, em página do livro de José Sérgio Rocha


Depois que Boanerges mudou-se para Bom Jesus, Cabo Verde costumava puxar um pequeno carrinho, com Roberto no interior do mesmo. O poeta bonjesuense Elcio Xavier enviou-nos o texto inédito abaixo - que integrará seu livro de memórias - em que fala sobre este cabrito e outro momento com Roberto Silveira.



 ELCIO XAVIER ESCREVE SOBRE ROBERTO SILVEIRA





Pág.8

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         “Conhecia e tinha alguma intimidade com o Roberto Silveira, decorrente de forte aproximação entre as famílias de Boanerges (o pai) e de meu avô Joaquim Cerqueira, sobretudo na década de 1920.

         Certa manhã, ao seguir para a Escola, encontrei o Roberto na calçada de sua residência, com um carrinho de duas rodas puxado por um cabrito, cercado por outros meninos. Fiquei deslumbrado pelo brinquedo. Pedi para puxar o cabrito em volta da praça e exclamei: quero um igual. Nunca tive.

Encontrei Roberto diversas vezes, mas a especial se deu quando ele era Secretário de Justiça (se não me falha a memória).

Tendo ido a Niterói a serviço da Ferro Brasileiro, em endereço próximo de seu gabinete, resolvi cumprimentá-lo. Era ampla a sala de espera, com cinco ou seis senhores de grave aparência euma secretária que me atendeu com presteza. Anunciei-me e me acomodei em uma poltrona já castigada pelo uso. A secretária levou meu cartão ao gabinete do Roberto e voltou incontinente, pedindo que a acompanhasse. Surpreso, indaguei do meu amigo: - “Mas acabo de chegar e aí fora estão importantes senhores aguardando...” E ele não me deixou terminar a frase, declarando: “Você é o mais importante. Estou contente por me visitar. Vamos falar de nós, de nossa terra. São uns chatos, todos, fique sabendo.” Relembramos assuntos familiares por um longo tempo.”

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*Trechos extraídos de “Lembranças...”, livro de memórias de Elcio Xavier.


Roberto Silveira, Ismélia Silveira, e os filhos Márcia (no colo), Dôra e Jorge Roberto. Foto de 1960. Acervo do ECLB






Boanerges Borges da Silveira, a esposa Maria do Carmo Silveira, a Biluca, e os filhos Badger, Dinah, José e Roberto. Foto de 1925
(do livro ROBERTO SILVEIRA, A PEDRA E O FOGO, de José Sérgio Rocha)

ROBERTO SILVEIRA VIVE!

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