quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Biografia de JOÃO MARTINS TEIXEIRA, por Albertina Fortuna, então Presidente da Academia Fluminense de Letras

 

João Martins Teixeira 


JOÃO MARTINS TEIXEIRA nasceu em São Pedro da Aldeia em 1858.

Dotado de brilhante inteligência,  fez o curso de Preparatório muito cedo e doutorou-se em Medicina em em 1872.

Clinicou apenas quatro anos e, pouco depois, ingressou na docência na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. 

Amigo dos seus discípulos, jamais deixou de dar a cada um que dele se aproximasse, não só o conforto espiritual de que carecesse, mas também auxilio material.

Sua benevolência, seu amor à humanidade eram o seu maior patrimônio, talvez mesmo o único,  pois Martins Teixeira,  embora trabalhasse muito durante toda vida, morreu extremamente pobre.

Professor de alto gabarito, demonstrou extraordinária capacidade de trabalho. Daí merecer a confiança do Imperador que o encarregou de adquirir, na Europa, os mais modernos aparelhos de física, para a ciência do ensino dessa disciplina na Corte.

O ilustre fluminense aproveitou, então, a oportunidade para entrar em contacto com grandes autoridades européias e tornou-se realmente um sábio. 

De volta ao Rio, suas aulas passaram a ter notoriedade excepcional e assistência numerosa, inclusive, não raro, com a presença do próprio Imperador, ávido sempre de saber.

MARTINS TEIXEIRA era homem comedido, equilibrado.

Por isso, era sempre ouvido, como conselheiro e conciliador, ao choque de opiniões contrárias, que surgissem na Congregação da Faculdade.

Foi grande orador e professor sábio. E, além do mais, sincero e franco.

Republicano convicto, negava-se o beija-mão, quando o velho Pedro ll visitava a Escola.

Eleito Deputado Federal, defendeu o conhecido professor Chapot-Prevot, no rumoroso caso das irmãs xifópagas, levado principalmente pelo coração e ajudado pelo seu poder de persuasão. 

Com 58 anos, em 1906, falecia, rodeado dos seus, que oravam, a seu pedido, pela sua bondosa alma. O fluminense ilustre, por seus atos de bondade e pela cultura de espírito, mereceu ocupar uma cadeira como patrono, na Academia Fluminense de Letras.

LUIZ LAMEGO passou a ocupar sua cadeira, de  nº 30, da Classe de Letras.


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