João Martins Teixeira |
JOÃO MARTINS TEIXEIRA nasceu em São Pedro da Aldeia em 1858.
Dotado de brilhante inteligência, fez o curso de Preparatório muito cedo e doutorou-se em Medicina em em 1872.
Clinicou apenas quatro anos e, pouco depois, ingressou na docência na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Amigo dos seus discípulos, jamais deixou de dar a cada um que dele se aproximasse, não só o conforto espiritual de que carecesse, mas também auxilio material.
Sua benevolência, seu amor à humanidade eram o seu maior patrimônio, talvez mesmo o único, pois Martins Teixeira, embora trabalhasse muito durante toda vida, morreu extremamente pobre.
Professor de alto gabarito, demonstrou extraordinária capacidade de trabalho. Daí merecer a confiança do Imperador que o encarregou de adquirir, na Europa, os mais modernos aparelhos de física, para a ciência do ensino dessa disciplina na Corte.
O ilustre fluminense aproveitou, então, a oportunidade para entrar em contacto com grandes autoridades européias e tornou-se realmente um sábio.
De volta ao Rio, suas aulas passaram a ter notoriedade excepcional e assistência numerosa, inclusive, não raro, com a presença do próprio Imperador, ávido sempre de saber.
MARTINS TEIXEIRA era homem comedido, equilibrado.
Por isso, era sempre ouvido, como conselheiro e conciliador, ao choque de opiniões contrárias, que surgissem na Congregação da Faculdade.
Foi grande orador e professor sábio. E, além do mais, sincero e franco.
Republicano convicto, negava-se o beija-mão, quando o velho Pedro ll visitava a Escola.
Eleito Deputado Federal, defendeu o conhecido professor Chapot-Prevot, no rumoroso caso das irmãs xifópagas, levado principalmente pelo coração e ajudado pelo seu poder de persuasão.
Com 58 anos, em 1906, falecia, rodeado dos seus, que oravam, a seu pedido, pela sua bondosa alma. O fluminense ilustre, por seus atos de bondade e pela cultura de espírito, mereceu ocupar uma cadeira como patrono, na Academia Fluminense de Letras.
LUIZ LAMEGO passou a ocupar sua cadeira, de nº 30, da Classe de Letras.
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