sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Princípios para Andar no Mundo em 2026

 

Gino Martins Borges Bastos

Quando jovem, fui estudar Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro e aprendi os princípios elementares da ciência.

Leis duras, exatas, indiferentes ao desejo humano: a matéria não negocia, o tempo não volta.

Mais tarde, ao estudar as Ciências Jurídicas, aprendi outros princípios. Estes, ao contrário dos da Física, vivem do conflito, da interpretação, do atrito permanente entre norma e realidade.

No jogo de xadrez, os princípios se modificam conforme se siga a Teoria Clássica ou a Teoria Moderna.

Com o passar do tempo, compreendi: há princípios que não habitam os livros, mas circulam soltos na boca do povo, frases aparentemente caóticas, carregadas de uma sabedoria bruta, instintiva, quase ancestral.

Resolvi, então, elevá-las à categoria de princípios, não por rigor acadêmico, mas por necessidade existencial: sistematizar o improviso, dar método ao ímpeto. Até agora, recolhi quatro, que norteiam um proceder, um jeito de andar no mundo em 2026.

Outros virão, certamente, pois a vida não cessa de falar.

1. Tem que botar pra quebrar.
2. Tem que buscar sarna pra se coçar.
3. Tem que dar ripa na chulipa e pimba na gorduchinha.
4. Tem que cheirar gambá e lutar no cafundá.

Não são axiomas da Física, nem cláusulas do Direito. São princípios da coragem torta, da ousadia popular, da sobrevivência poética em um mundo que raramente respeita leis, sejam elas naturais ou jurídicas.

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