sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

PARA TUDO HÁ SOLUÇÃO


Aparecido Raimundo de Souza

OS DOIS HOMENS, o senhor Alceu e o senhor Moacir, conversam na porta do galpão. O galpão é de propriedade do senhor Alceu, que aparentemente parece furioso.  

Senhor Alceu:  

— Só me responda uma pergunta, senhor Moacir  

Senhor Moacir:  

— Se estiver ao meu alcance...  

Senhor Alceu:  

— Estará, com certeza. O velho Euclides, me deu a cunha. Seu Assis passou nos cobres o machado, seu Jânio, foi na feira de domingo e trocou os quadros por batatas, cenouras, melancias e bananas. Aquele baixotinho... Diabo, como era mesmo o nome dele?  

Senhor Moacir:  

— O Pero Vaz?  

Senhor Alceu:  

— Esse mesmo. Nome mais desgraçado!  

Senhor Moacir:  

— O que tem o senhor Pero Vaz?  

Senhor Alceu:  

— Vendeu a caminha onde dormia para meu filho Bisoião  

Senhor Moacir:  

— E lhe deu o dinheiro, certamente?  

Senhor Alceu:  

— Não. Botou no bolso e deu linha à pipa. O Silvio, que parecia ser o mais responsável, fugiu pra Santos. O Fernando, sabino que só ele, anoiteceu e não amanheceu, o Paulo, outro sem vergonha, me deixou um coelho. Nem sei o que vou fazer com o pobre bichinho. E o Guimarães, quase bati nele. Deu uma rosa para minha esposa. Carinha safada, esse um... afinal, nessa confusão toda, seu Moacir, quem me pagará o aluguel aqui do galpão que eu liberei pra vocês?  

Senhor Moacir:  

— Seu Cristóvão.  

Senhor Alceu:  

— E posso saber com quê?  

Senhor Moacir:  

— Claro Senhor Alceu:  

— Então diga ai...  

Senhor Moacir:

— Co lombo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário