Em 05 de setembro, o velho casarão abriu de novo as janelas para a luz: restaurado pela EMOP-RJ, Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro, a Fazenda Colubandê, em São Gonçalo, recebeu investimento de R$ 11,2 milhões, e o complexo renasceu. Não apenas como arquitetura preservada, mas como promessa de futuro: espaço de cultura e educação, aberto à comunidade.
É curioso pensar que, na mesma pedra que guardou memórias de cativeiro, agora ecoará o riso de crianças, o canto, a dança, o exercício da liberdade. O restauro foi delicado: uma das paredes da capela ergueu-se sem cimento, como antigamente, no gesto de reverência ao saber dos construtores do passado.
A EMOP-RJ, fundada em 1975, sempre foi mais que um órgão técnico: é uma espécie de tecelã de espaços públicos. De escolas rurais erguidas em tempo recorde a hospitais, estádios, bibliotecas e centros culturais, sua história é também a história das cidades que se reinventam. Agora, no resgate da Fazenda Colubandê, cumpre novamente sua vocação de unir memória e vida.
E se em São Gonçalo uma fazenda do século XVIII respira, por que não sonhar mais alto? Em Bom Jesus do Itabapoana, o Palacete de Malvino Rangel ainda aguarda. Sua fachada pede restabelecimento, sua memória clama por vozes. Um Centro de Memórias ali não seria apenas homenagem ao passado, mas semente para o futuro, porque cultura e economia caminham de mãos dadas, porque preservar também é desenvolver.
O tempo, afinal, não se mede apenas em datas e decretos. Mede-se na permanência daquilo que resiste. Nas paredes grossas que, restauradas, voltam a palpitar. Nos palácios e fazendas que, reerguidos, devolvem às cidades o direito de sonhar.
Talvez seja isso que a EMOP-RJ nos ensina: entre pedras antigas e gestos modernos, constrói-se não só edifícios, mas a própria alma do lugar.
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A fachada do Palacete do Malvino Rangel pede seu restabelecimento em Bom Jesus do Itabapoana |
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