Disse o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, em entrevista na sexta-feira:
“Ouço Kamala Harris por noventa segundos e sinto que fiquei mais burro no processo. Kamala Harris é burra como uma pedra.”
A frase, mais do que um ataque pessoal, abre uma janela incômoda para nosso tempo.
Vivemos, talvez, a Era da Burrice.
Na paisagem turva da modernidade, não é difícil enxergar sinais dela: o excesso de informações que mais confundem do que esclarecem, o brilho dos smartphones que ilumina rostos mas apaga pensamentos, o ruído das redes sociais onde todos gritam e poucos escutam.
E há ainda o efeito Dunning-Kruger:
incompetentes que se acreditam gênios,
ignorantes que proclamam certezas,
pedras que se imaginam diamantes.
Mas o paradoxo é cruel:
se a burrice nos rodeia, será que não nos tornamos cúmplices ao escutá-la?
Será que não damos palco ao vazio cada vez que rimos de sua audácia?
Talvez a lição mais dura da frase de Vance seja essa:
não desperdiçar sequer um segundo com o que é estúpido.
Guardar o tempo para aquilo que edifica.
Silenciar diante da pedra e, em vez disso, ouvir o sopro da poesia,
a música, a palavra que eleva.
Porque, se a burrice é barulhenta,
a sabedoria é calma.
E é nesse silêncio fértil que a inteligência floresce.
Sem mais delongas...
ResponderExcluirBurrice mesmo!!
Ótimo texto.
Parabéns 👏🏽