sábado, 5 de julho de 2025

Boa caminhada para todos!!, por Rogério Loureiro Xavier

 


Olá 🖐 pessoa amiga e do bem.

 

*"Boa caminhada para todos!!"*


Que hoje as coisas boas da vida abram o seu dia trazendo a luz da paz, do amor e da alegria. 

Tudo posso... só depende de mim.

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.


*"✍️ ... Rogerio Loureiro Xavier"*

Um lar onde o teto são as estrelas

 

Praça Amaral Peixoto, 5/7/2025





sexta-feira, 4 de julho de 2025

'Informação não é mercadoria, é direito'

 

Beatriz Bissio

"Informação não é mercadoria, é direito

(Beatriz Bissio, jornalista e professora de política internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ) 





O Ônibus das Três Horas

 

Isabel Cristina Menezes Degli Esposti



A vida, dizia Cora Coralina, é como um ônibus em movimento. E eu entendi bem isso hoje, ao me deparar com o ônibus Brasil das três horas. Ele chegava, ou melhor, tentava chegar a Varre-Sai, mas estava atrasado, faltavam dez minutos para as quatro. Cinquenta minutos além do costume. Não era sempre assim. Antes, ele marcava presença pontual no bar do Juca, feito relógio de parede em casa de avó. Era ali que tio Zé Roque e tia Mena, vindo de Nova Friburgo, desembarcavam, sempre às três, religiosamente, desde os tempos em que ainda moravam em Bom Jesus do Itabapoana.

Ah, aquele tempo… eles vinham com os filhos, os primos, e só o tio trabalhava fora, então ele subia depois, aos finais de semana, para buscá-los e descer na segunda-feira. Já mais tarde, só vinham os dois, já carregando as malas e os anos. E o ônibus seguia seu rumo, após deixá-los no ponto. Daí até a casa dos meus pais, iam a pé, sem cerimônia, ou de carona. Uma vez até subiram numa charrete! Alguém gritou do outro lado da rua: – Isabel, seus tios passaram ali numa charrete! Eu levei um susto: – Como assim numa charrete? Eles moram em Friburgo! – Pois é. Pegaram carona, estava parada ali perto do bar...

Naqueles dias, a comunicação vinha por carta. Tia Mena nos avisava: “chegamos no dia tal”. E lá ia eu, no meu Fiat Uno, às quinze em ponto, em frente à venda do Batista, esperando. Mas naquele dia o ônibus não chegou. Já passava das 15:30, e eu desci impaciente rumo a Natividade. E lá estava ele! Parado, na curva de Santa Maria, barrado por uma pedra enorme. O ônibus Brasil das três horas, vencido por um poema de Drummond: “No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.”

Entrei no ônibus, lotado, abafado, e lá estavam eles, meus tios queridos. 

Meu tio suspirou: – Deus que te abençoa, minha filha! Abraços, beijos, alívio. Descemos. O destino nos aguardava, ou melhor, meus pais. E naquele dia, levei os passageiros que me pertenciam para o reencontro com suas raízes.

Depois disso, o ônibus das três horas nunca mais pareceu tão atrasado. Ficou marcado. Gravado no tempo como um relógio de lembranças. Quando editávamos A Boa Semente, o jornalzinho da Paróquia Nossa Senhora das Graças, era no ônibus das três que os impressos chegavam. Ia eu e meu pequeno menino loiro, esperar em frente a banca de revistas, no largo Santa Philomena. O cobrador já me conhecia, entregava os pacotes com cuidado e afeto. E o menino, apontando o ônibus com os olhinhos brilhando, exclamava: – O jornal, mamãe!

Fez-se uma ligação eterna, entre o ônibus das três e as palavras impressas da fé.

Hoje, talvez o motor canse mais, os horários falhem, os passageiros mudem. Mas o ônibus Brasil das três horas carrega mais do que gente. Carrega histórias. Carrega saudade. E, como escreveu Affonso Romano de Sant’Anna: “No ônibus, a cidade se revela em movimento, como um poema visual de encontros e desencontros, onde cada passageiro carrega sua própria história, ecoando a crônica da vida”

E essa crônica, a minha, começou ali, no bar do Juca, às três da tarde.

Isabel Cristina Menezes Degli Esposti é professora, escritora e historiadora

O guizado da Dona Nenêm

 

Adalto Boechat Júnior 


Iniciando o registro desta memória, venho escrever sobre Dona Nenêm, rezadeira da minha terra.

A estrada longa de Vargem Alegre até à Fazenda da Palha Branca era poeirenta e, às vezes, ainda tinha o sol quente que queimava a pele até mesmo por ocasião do início do amanhecer.

Passávamos pela Curva da Rolinha, pela Casa do Conchita Moacir Seródio, a estradinha da casinha do Belo e da Gracinha, e os pensamentos mágicos surgiam em minha mente e me davam o roteiro naquela terra nobre e bela. Nesse percurso, eu contemplava a paisagem, mas o cenário mais importante era a paisagem única dos moradores daquela região.

Conhecer pessoas como Dona Nenêm trouxe um sentido à exuberância da vida pobre em uma cidade pequena e remota, deu um tempero todo especial ao guizado da vida.

Sempre que é possível, passando mal ou não, vamos nós (eu e minha irmã) estar com Dona Nenêm, e aproveitamos para aprender a fazer um chá, fazer uma reza, e apreciar a fé de uma mulher e seu poder de curar pessoas e obrar milagres.

Dona Nenêm... um nome... um destino... e em nenhuma pedra maior poderia se edificar melhor uma criança, uma fé. E nenhuma forma de santidade poderia descrever melhor uma devoção.

Neste meu coração devocional, homenageio a vida de uma mulher que merece, como poucas, a honra de cantar em um altar: Libera Nina Pena, Dona Neném!

Adalto Boechat Júnior é pirapetinguense 

Parabéns, Lúcia Spadarotto!

 


Vem aí a Tradicional Festa de Rosal