sexta-feira, 26 de abril de 2024

ORAÇÃO

 


Wilma Martins Teixeira Coutinho 


Olhando o Céu contrita

Com fé em Deus eu apelo

Sob o Manto de Jesus

E a prece de Padre Mello 


É um Santo em Bom Jesus

Que todos reverenciam

No amor e na sua fé 

Os fiéis vivenciam!


Há muitos anos 

Já se cultuava esse Santo

Bom Jesus não esquece

Rezando sobre seu Manto!


Wilma

  


Wilma Martins Teixeira Coutinho 


No meio dos Canaviais

Descalça e de pés nus

Fiz uma prece a Deus

Ao longe visualizei uma luz


Tão forte era essa luz

Que minha vista cegou

E na escuridão da cegueira

Ele disse sempre me amou


A luz se fez clarear

E Jesus reapareceu

Me ajoelhei a seus pés 

E minha fé só teceu!


Wilma🙏⚘

Imperdível: hoje, MARTHA E PEDRO SALIM, na Feirinha de Artesanato, a partir das 17h30


 

quinta-feira, 25 de abril de 2024

GRUPO FOLCLÓRICO DANÇA IMPERIAL PORTUGUÊS encerrará o MÊS DE PADRE MELLO


 

"As Pessoas & Livros", por Rogério Loureiro Xavier

 


Olá 👋 pessoa amiga e do bem. 


As pessoas são como livros e a nossa vida é uma biblioteca. Vamos enchendo as estantes dos dias com as pessoas que vamos encontrando. Umas são livros abertos, outras livros fechados. Há aqueles que não saem da mesma página e aqueles que têm páginas em branco. Há aqueles que querem virar a página. Outros, com a pressa, saltam páginas e perdem o que não deviam. Há aqueles livros de que não recordamos o nome e aqueles que sabemos de cor. Aqueles que não nos cansamos de ler. Há pessoas que são o nosso livro de cabeceira. Há pessoas que são livros que fechamos mal lemos as primeiras linhas e há outros que não conseguimos fechar até lermos as últimas. Há livros que nos fazem viajar e outros ganhar raízes. Há livros de capa dura que nos enternecem. Livros que nos surpreendem a cada leitura. E há pessoas que são livros esgotados. Livros raros. Eu gostaria de ser uma edição original.


*"Que a magia das palavras continue a nos encantar e a nos transportar para novas aventuras! 📖✨"*


✍ ... Amigo Rogerio LX

Lançamento de Documentário em Varre-Sai


 

Ninguem é nada sem amor

 

Wilma Martins Teixeira Coutinho 

O amor constrói uma Cabana que se torna um Palacete. O amor vê a chuva como Dádiva de Deus que beija seus cabelos e refresca sua Alma. O Amor faz o Viajante descansar de sua longa caminhada nos braços da mulher amada. O amor não tem fronteiras! O amor constrói. O amor destrói! Mas no final o amor vence! O amor faz milagres!

O amor... É o amor..


Wilma

LIRA 14 DE JULHO, de Rosal, promove MUSICALIZAÇÃO INFANTIL


 

Imperdível: RECITAL DA ESCOLA DE MÚSICA MUSICART


 

VÍDEO: UM GÊNIO DOS AÇORES NO BRASIL






Aconteceu, ontem, dia 24 de abril, no Espaço Cultural Cafézin, de Adilson Figueiredo, a histórica Superlive com o Prof. PhD Dr Márcio Pacheco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que prepara o lançamento de três livros sobre o ilustre pároco açoriano.

O evento ocorreu dentro da Maratona de eventos culturais constantes na programação do Mês de Padre Mello. Ao final, foi comemorado animadamente o aniversário de Adilson Figueiredo, um dos gênios de nossa cultura.

A TV Alcance, de Isac Nascimento, organizou a Superlive.


















quarta-feira, 24 de abril de 2024

RESPONDA!!!

 

Wilma Martins Teixeira Coutinho 


Que dor é esta que

maltrata a alma

Que me tira a voz

E também a calma!


Será a saudade forte

Dentro do meu coração

Que respira fundo

Não encontro a razão?


Quando estás perto

Tudo isso muda

A saudade some 

E a dor desnuda!


Wilma

"Os cachorros só têm dois defeitos:...", por Rogério Loureiro Xavier

 

Rogério Loureiro Xavier 


"Olá 👋 pessoa amiga e do bem.


*"Bom Dia Amigos ✌"* 


Gosto que me enrosco em poder dizer...


"Os cachorros só têm dois defeitos: Amar demais, e não serem eternos!"


✍ ... Amigo Rogerio LX


VÍDEO: EVENTO MEMORÁVEL NO INSTITUTO DE MENORES ROBERTO SILVEIRA


 


terça-feira, 23 de abril de 2024

23 de abril: Dia Mundial do Livro


 

25 de abril: EXTRAORDINÁRIA apresentação da PEÇA TEATRAL DE PADRE MELLO pelo premiado GRUPO GOTTA, DE CAMPOS


 

E segue a Maratona Cultural no Mês de Padre Mello, organização do JONF (Jornal O Norte Fluminense)!

4 a 13 de maio: Festividades na Capela de N. S. de Fátima



 




23 de abril: DIA NACIONAL DO CHORO

 


O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha, uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, e em especial do choro. 

"Um depoimento sobre o ex-governador Badger Silveira e o Golpe Militar", por Wilma Martins Teixeira Coutinho


Wilma Martins Teixeira Coutinho 


Relatando sob o Golpe Militar de 1964, numa Entrevista Histórica à TV Alcance de Bom Jesus do Itabapoana, delineei sobre os fatos ocorridos na noite de 31 de março  de 1964, mas devido à forte emoção de quem participou vivamente, não foi descrito com todas as letras, emoção essa que ofuscou meu discernimento.

Por quê? Eu trabalhava na Secretaria de Educação e Cultura, no Gabinete do Secretário, quando assumiu interinamente aquela Pasta o Doutor Badger Teixeira da Silveira, no Governo de seu irmão Roberto Teixeira da Silveira. num mandato curto. Ao deixar o cargo, levou-me para o Palácio do Ingá, onde exerci minhas funções no Gabinete Civil do Governador, permanecendo por quase três anos. 


O GOLPE MILITAR

Foi momento de muita emoção que atingiu a todos nós que participamos  diretamente, ao lado do Governador que, inocentemente, sofria um Impeachment, alta madrugada, após resultado da votação pela Assembleia Legislativa. 

Eu estava lá e vi o Governador sofrer ao deixar o Palácio como um criminoso sem cometer crime algum, levado que fora pela força policial, sob forte aparato de armas pesadas. Um detalhe: a então Primeira Dama Renée Ferraiolo da Silveira, num ato heroico não o deixou ir sozinho, enfrentando a Força Policial numa atitude altruísta, com o dedo em riste disse: " Se ele for eu vou junto". Heroína no seu atuar. O amor falou mais alto.

Depois ele voltou, mas pouco tempo ficou. 

Fui feliz enquanto desempenhei minhas funções sob o comando de Chefes que reconheciam nossos esforços. Foi uma era feliz até o derradeiro Golpe. Passados alguns dias, requeri ao Dr. Ambrósio, que substituiu o nosso Governador, meu retorno à Secretaria de Educação e Cultura, onde era lotada. Sentimentalmente, não tinha mais razão em continuar lá.  

Um detalhe - ao deixar o Palácio enchi meu Fusquinha de fotos de nosso Governador e, acompanhada de algumas colegas, desfilamos até o final da Praia de Icarai, na despedida de um momento que deixaria marcas, mas não deixou vítimas, controlado pelo bom senso e alta visão dos Agentes envolvidos. Nosso querido Governador, após esses trágicos fatos, retirou-se da vida pública, retornando aos braços da família amada, com sua integridade sã e salva. Inocente de tudo. Consciência tranqüila.  Esse era o nosso querido Badger Teixeira da Silveira, hoje enaltecido, nunca esquecido. Principalmente na sua cidade Natal, Bom Jesus de Itabapoana, onde seu Conterrâneo, Memorialista, Dr Gino Borges Bastos não deixa esquecer a sua memoria. Ergueu, com a participação dos que amaram esses Entes queridos, o Memorial dos dois Governadores, que honraram a Cidade onde nasceram. A inauguração foi festiva com a presença dos familiares e afins. 


Wilma Martins Teixeira Coutinho

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Um repente!

 

Wilma Martins Teixeira Coutinho 


O Sol, amante da Lua no seu desencontro ao entardecer, evoca lindos Poemas aos Poetas, com sua Lua resplandescente que deixou para trás. O Sol, o Rei do Universo! Traz saúde,  vida às  plantas,  vitaminas aos idosos em sua exposição. 

Sol brilha enquanto dura 

Fazendo bem ao coração 

Seus raios são luminosos

Eles agem com toda ação. 


Wilma

DR. NINO MOREIRA SERÓDIO SERÁ CONDECORADO PELO GOVERNO DOS AÇORES



Dr Nino Moreira Seródio é o primeiro bonjesuista a receber condecoração do Governo dos Açores 


A Assembleia Legislativa da Região Autônoma dos Açores aprovou a outorga de Insígnia Honorífica ao Dr. Nino Moreira Seródio, presidente da CAES (Casa dos Açores do Espírito Santo), a ser entregue no Dia da Região Autônoma dos Açores, no dia 20 de maio, na cidade de Horta, sede do legislativo açoriano.

Tata-se de homenagem a pessoas singulares que, em múltiplas vertentes de sua atuação se distinguem em benefício da comunidade açoriana. Outras personalidades do mundo também receberão a grande homenagem.

O Vale do Itabapoana recebeu inúmeras famílias de açordescendentes, como as famílias Seródio, Silveira, Rezende e Borges. O mais ilustre açoriano da região foi Padre Mello, considerado um gênio da civilização e da cultura, pelo escritor Delton de Mattos.

Dr Nino é o primeiro bonjesuista a receber uma honraria estrangeira desta natureza. Bom Jesus do Itabapoana, o Vale do Itabapoana e o Estado do Espírito Santo se orgulham desta justa homenagem a uma das personalidades marcantes de nossa história, e que se insere no seleto rol das raras pessoas que agem como sonham e sonham como agem.

O Jornal O Norte Fluminense parabeniza o Dr Nino Moreira Seródio e a CAES pela honraria!


A magnífica sede da CAES, localizada em Apiacá 










ENTREVISTA HISTÓRICA COM WILMA MARTINS TEIXEIRA COUTINHO e ANA MARIA SILVEIRA E CRISTINA SILVEIRA, filhas do ex-governador BADGER SILVEIRA


 


domingo, 21 de abril de 2024

Os 10 anos do artigo "(RE) DESCOBRINDO PADRE MELLO" e o lançamento do documentário "CAMINHOS DA MÚSICA"

 

Dr Antonio Soares Borges 





Ocorreu no dia 19 de abril, no Espaço Cultural Luciano Bastos, a comemoração dos 10 anos do artigo "(RE) DESCOBRINDO PADRE MELLO", escrito pelo memorialista Dr Antonio Soares Borges. O evento ocorreu dentro da programação do Mês de Padre Mello.

Foi a partir desse artigo que os estudos sobre o pároco açoriano tiveram um impulso em nosso município. Na ocasião, Dra Nisia Campos, autora do importante livro "Padre Mello, o Imortal", esteve presente e entregou um exemplar para a biblioteca do ECLB e para o ilustre memorialista.

Em seguida, foi apresentado o documentário "Caminhos da Música", produzido por Philip Johnston e Rocio Salazar, sobre os valores musicais de nosso município. Foi o 5º documentário com temas bonjesuenses produzido pela dupla. Em razão disso, o jornal O Norte Fluminense entregou placas de Congratulações a ambos e também a André Luiz de Oliveira, ativista cultural bonjesuense com relevantes serviços prestados ao resgate de nossa história e nossa cultura.

A TV Alcance, de Isac Nascimento, esteve presente, fazendo a cobertura do evento histórico.


Dra Nisia Campos 


O jornal O Norte Fluminense entregou placas de Congratulações a Philip Johnston e André Luiz de Oliveira pelos grandes serviços prestados ao desenvolvimento cultural de nosso município 









Isac Nascimento e seu filho Kaic, da TV Alcance 





27 de abril: os 161 anos de Padre Mello

                              Autor: Gino Martins Borges Bastos 






No dia 27 de abril, festejamos, com alegria redobrada, os 161 anos de nascimento de Padre Antônio Francisco de Mello, o nosso sempre querido Padre Mello, um "Gênio da Cultura e da Civilização", no dizer do festejado escritor bonjesuense Delton de Mattos. 

Padre Mello permaneceu em nosso meio por quase cinquenta anos, e o movimento que ensejou o Mês de Padre Mello, com uma importante gama de eventos comemorativos, demonstra que, não obstante ele tenha falecido há 76 anos, em 1947, o pároco açoriano está sempre presente no meio da sociedade que ele forjou, batizando milhares de crianças e sepultando os nossos mortos, como bem ressaltou seu pupilo, o grande escritor Octacílio de Aquino.

Os restos mortais de Padre Mello estão sepultados na Capela do Divino Espírito Santo, dentro da bela Igreja Matriz, que ajudou a construir. Seu busto está situado na parte alta do átrio da Igreja, com o olhar voltado para a nossa principal praça, a praça Governador Portela, como se estivesse saudando os que adentram à Igreja, assim como a cuidar perenemente do torrão de terra do qual se assenhoreou com seu coração de gigante.

Aos muitos estudos sobre os feitos e obras do pároco açoriano, realizados por memorialistas bonjesuenses, se somam agora, para nossa imensa alegria, os estudos do Prof. PhD Dr Márcio Pacheco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que realizou uma Superlive histórica no dia 24 de abril, promovida pelo Espaço Cultural Cafézin, de Adilson Figueiredo.

Dr. Márcio está preparando 3 livros sobre o notável pároco açoriano, o que implica dizer que o reconhecimento da obra literária de Padre Mello começa a ter um reconhecimento nacional.

Padre Mello terminou sua vida com ares de santidade. Eu foi ainda Octacílio de Aquino que verberou, na época de falecimento do seu mestre, que, "se da terra desapareceu um homem, surgiu no céu mais um santo: Santo Antônio Mello de Bom Jesus!!"

A VIDA DE PADRE MELLO 


Padre Mello nasceu na ilha de São Miguel, no Arquipélago dos Açores (Portugal), no dia 27 de abril de 1863.  A bordo do vapor Argentina, que partiu da ilha Terceira, juntamente com sua irmã Marquinha e Dona Maria Cândida de Jesus, chegou ao Brasil no dia 4 de outubro de 1895, após 24 dias de viagem. Após um período exercendo o pastoreio em Sapucaia, chegou a Bom Jesus do Itabapoana no dia 18 de junho de 1899.

Uma de suas primeiras ações em Bom Jesus, foi conhecer a história da localidade, o que fez entrevistando os moradores mais antigos. Foi assim que soubemos que o mineiro de Rio Novo, Antonio José da Silva Neném, desbravou nossa região, em 1842. Podemos dizer, portanto, como já havia sido assinalado por Élcio Xavier, o Príncipe dos Poetas, que Padre Mello doou-nos nossa história.


Padre Mello foi escritor, poeta, redator do jornal "Meu Campinho"  e responsável pelos  registros de propriedade em nossa região.  Importante assinar que o nome do jornal de refere ao fato de nosso município ter tido, no seu passado, o nome de "Campo Alegre". Padre Mello, com efeito, sentia Bom Jesus como o seu "Campinho". Ele foi também, músico e compositor, sendo o autor do hino do antigo Colégio Rio Branco.

Além disso, era conhecedor de técnicas de engenharia e, em vista disso, construiu as duas torres da Igreja Matriz, e orientava na construção de prédios. Possuía, também, conhecimento dos métodos de plantação de café, razão pela qual promoveu a orientação no cultivo do mesmo. Foi, ainda, ativista político na luta pela segunda emancipação de nosso município, ocorrida em 1º/01/1939.

Padre Mello inseriu, em nossa tradicional Festa do Divino Espírito Santo, o "Hino da Alva Pomba", como conhecemos em Bom Jesus.  Quanto a esse hino, o poeta e compositor açoriano Francisco Amaro Borba Gonçalves, radicado no Estado do Rio de Janeiro, que esteve em Bom Jesus em várias oportunidades, assinalou: "Como açoriano nato, vejo a apresentação do Hino como um momento espetacular, alguém repetindo e confirmando os brios de uma melodia. Trata-se de um ato musical com conteúdo de fé e devoção, cuja melodia, genuinamente açoriana é tocada e entoada há mais de cem anos na região de Bom Jesus do Itabapoana, no norte do Estado do Rio de Janeiro.

Detalhe:  poucos ou nenhuns açorianos natos, quer nos Açores,  quer espalhados pelo mundo, se apercebiam que havia açor-descendentes, há anos, naquela região,  perseverando assiduamente o Hino da Alva Pomba, ou seja, originado, existente e conhecido nos Açores como o Hino do Divino Espírito Santo.

Aí estão cidadãos bonjesuenses num momento em que  "respiram" PADRE MELLO, o qual, anos passados, com seu punho e sua caneta, escrevia  a letra e música dessa composição, sendo tão alegremente interpretada nesses dias de hoje. Haja saúde e força para continuarem mostrando para o Brasil, para Portugal, para os Açores e para o mundo, a notável existência do nobre e ilustre PADRE MELLO!"

Francisco Amaro também compôs os seguintes versos em homenagem ao pároco compatriota:

"Alguém deixou de se achar na Achada/ Num Portugal tão cheio de confusões/ Tempos de republicanas aspirações/ Adeus essa terra, sua morada/ Navegou rumando às suas missões/ Sem bem saber qual sua chegada/ Assim viajou, sob influxo dos Céus/ Deixando a casa mimosa de Deus.

Deixou provas de lirismo especial/ Poesia, Angra, Seminário/ Provas de um grande missionário/ São Miguel, Açores, Terra Natal/ Seu destino protetor do sacrário/ No Brasil, terra irmã de Portugal/ Chegando um dia com sua mana/ Algures: Bom Jesus do Itabapoana

Deslumbrado no imenso campinho/ Riqueza do Vale com seus bons pastos/ Encontrou as famílias Borges, Bastos/ Seródio e outros em seu caminho/ Imigrantes Açorianos fastos/ Pioneiros em Bom Jesus, seu ninho/ Parabéns a todos e ao Padre Mello/ Pelo legado mui rico e belo".

No dia 25 de julho de 2022, em data histórica para o nosso município, recebemos a visita da autoridade açoriana Dr. José Andrade, Diretor Regional das Comunidades do Governo dos Açores.


Vieram com o Dr José Andrade, uma comitiva de representantes das Casas dos Açores de outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, num encontro que ficou marcado pelo sentimento de irmandade e de pertencimento à mesma "pátria" açoriana.


Dr José Andrade foi nomeado Hóspede Oficial do município e, ao agradecer a acolhida, disse que "estou há pouco tempo em Bom Jesus, mas quase morro de saudade", numa referência à letra do hino de Bom Jesus composto por Salim Darwich Tannus.


Dr José Andrade visitou a Igreja Matriz, e, em especial, a Capela do Divino Espírito Santo, onde estão localizados os restos mortais de Padre Mello.

Todos foram recebidos pelo pároco Rodrigo Melo, que compartilhou com a autoridade açoriana a Coroa e o Cetro relativos à Festa do Divino Espírito Santo, que ocorre em nosso município desde 1860, e deu origem à tradicional Festa de Agosto. 

A homenagem da alta autoridade açoriana a seu ilustre compatriota, em Bom Jesus, constituiu um dos momentos mais emocionantes da história de nosso município. 

O escritor bonjesuense Octacílio de Aquino, escreveu, em 1942, que, certa vez, uma criança dissera a seus pais "- O que eu quero é estudar para Padre Mello", o que  indica a grande influência que o pároco açoriano exercia sobre as novas gerações de então.

O poeta Elcio Xavier, que foi coroinha da Igreja na época de Padre Mello, testemunhou, em seu livro de memória, que o pároco era "um verdadeiro homem de Deus".

Ruth Fragoso de Azevedo Silveira, por sua vez, em depoimento sobre o vigário, disse que ele "convivia com os meus avós paternos e maternos, por eles serem conterrâneos". Além disso, registrou que "Padre Mello fez voto de pobreza. Seus pertences eram doados por amigos. A partir de certa época, ele foi morar em um pequeno quarto localizado ao lado da Igreja Matriz. Foi ali que ele faleceu, na mais absoluta pobreza".

Conhecer a vida de Padre Mello, sua obra e seu legado de humanismo, constitui, portanto, um estímulo sempre atual para imitá-lo.



VIVA PADRE MELLO!!!


Tela a óleo pintada pela artista plástica mineira Fânia Ramos, integra o acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB)



Antigo Colégio Rio Branco, hoje Espaço Cultural Luciano Bastos, sempre homenageou o seu ilustre professor 





Capela do Divino Espírito Santo, na Igreja Matriz, onde estão os restos mortais de Padre Mello 
 


O escritor, compositor e cantor açoriano Francisco Amaral Borba Gonçalves esteve em Bom Jesus do Itabapoana por ocasião da Festa do Divino, e homenageou Padre Mello 


Busto de Padre Mello e a Igreja Matriz por ele construída 





  ELCIO XAVIER

Elcio Xavier e túmulo de Padre Mello, no interior da Igreja Matriz, no dia 02/05/2014


PINÇADOS DE “LEMBRANÇAS”*
Pág.5
.................
“Minha brusca mudança para Bom Jesus aos sete anos estava envolta em ligeiro mistério e muita curiosidade. De repente deixara o valão de águas inquietas; o canário do oitão da casa que ficava azul quando a chuva banhava suas alvas paredes; as estripulias pelo campo de distantes horizontes montado no leal parceiro “Ventania”... Ganhara uma residência com alpendre e alçapão sem luz; o morro para empinar papagaios; o fabuloso pomar de meus avós; a Escola (Ah! A Escola!) onde aflorou a timidez que levarei ao túmulo; e a Igreja com suas velas bruxuleantes e um Padre, figura sóbria de gestos e um olhar de paz, metido numa batina preta. Um padre, o Padre Mello, do qual me ocupo antes da Escola, por sua influência, silenciosa e quase imperceptível,que balizou meus dias de menino: o catecismo, o Círculo São Luiz de Gonzaga com suas opas vermelhas, a primeira subida à torre, onde em plácida quietude estavam os sinos que ora chamavam, estrepitosos, para as missas ou as ladainhas, ora murmuravam nas Ave Marias ou espalhavam o cantochão da morte para a derradeira viagem.
         Era um orgulho especial vestir a opa na Sacristia da Igreja, cercado pelos colegas e logo em seguida estar no altar durante a ladainha. Mas frustrava-me não acender o turíbulo para espargir o perfume do incenso pelo templo.
         Certa vez, já no ginasial, procurei Padre Mello e lhe pedi um artigo para o jornalzinho que fundáramos no colégio, uma escola de um protestante, o competentíssimo Professor Orlando. Recebeu-me com aquele jeito tranquilo, indagou do nosso propósito e ordenou que o procurasse na manhã seguinte. E, de fato, duas laudas sobre “QUE” nos aguardavam, além do sorriso puro e um abraço que ainda me comove. Padre Mello era um verdadeiro homem de Deus, um ecumênico, pleno de saber e amor ...”


*Trechos extraídos de “Lembranças...”, livro de memórias de Elcio Xavier.


GEORGINA MELLO TEIXEIRA, A DONA NINA





Sempre que me recordo do Padre Mello, me vem à lembrança a música, afinal este era um vínculo forte entre ele e os musicistas da Igreja Matriz, pois ele também era músico e, por isto, me vem à cabeça o seguinte: certa vez, cantávamos a missa da Festa de Agosto e, como é comum, devido à grande emoção da cerimônia, errar a melodia, Padre Mello voltou-se para o coro - neste dia tocava o órgão minha irmã Yole - e disse com muita convicção: '- Podes repetir este compasso para acertá-lo?'

A sua percepção musical, seu vozeirão e seu canto, muito contribuíram para o crescimento musical litúrgico.

Lembrar de Padre Mello, que deixou seu país e veio para o Brasil, nos ajuda a compreender, através de sua missão, o sentido da Campanha da Fraternidade deste ano: 'Eu vim para servir'. E é isto: Padre Mello serviu a Deus em nossa cidade tão distante de sua própria; deixou amigos, mas os fez vários aqui; recebeu carinho dos seus em sua partida rumo a Bom Jesus e o depositou todos a nós bonjesuenses; incentivou-nos a participar da vida em comunidade e da Igreja como bom pastor a cuidar de seu rebanho e... os seus, lá em Portugal, com certeza o têm em suas  memórias, e nós, aqui, o temos em nossos corações.


  RUTH  FRAGOSO DE AZEVEDO SILVEIRA







Eu conheci Padre Mello quando eu era muito pequena. Nasci em 18 de agosto de 1923. Fui batizada por ele, assim como minhas quatro irmãs.

Foi ele quem oficializou o casamento de meus pais José e Hermínia, e das minhas irmãs mais velhas. Não realizou o meu, por ter sido levado ao descanso eterno. Padre Mello se adaptou ao convívio da nossa Vila, por ter encontrado pessoas como ele vindas das belas paragens de Portugal.

Convivia com os meus avós paternos e maternos, por eles serem conterrâneos. Intelectual, além de sacerdote que com muito zelo conduzia seu rebanho para o bem.

Matemático, escritor, poeta, agrimensor, professor. Por algum tempo, ministrou aulas de português no Colégio Rio Branco. Exigente com a nossa língua, nos dava muita bronca quando não sabíamos conjugar um verbo, ou não sabíamos análise sintática.

Guardo suas poesias com carinho. Ele era apaixonado pela Festa de Agosto, ocasião em que a Igreja distribuía alimentos aos pobres. Era frequentador do lar de meus avós Manoel Antônio de Azevedo Mattos e Dª Terezinha. Meu avô, como bom português, sabia receber seus visitantes com bons vinhos.

Minha avó materna, filha de portugueses, era casada com o professor José Cândido Fragoso, e, ambos, tinham o vigário como um grande amigo, que sempre frequentava sua residência.

Todos os filhos de meus avós foram batizados por ele. Por ocasião da morte de minha tia Inhá (Maria Tereza), sua presença foi primordial naquele momento de tanta dor. Sua afeição por minha família era de muito amor. Deixou, para aliviar nossa dor e sofrimento, um lindo poema intitulado 'Gottas de Balsamo', escrito em 1902.

Certa vez, quando coroei Nossa Senhora, eu e minhas amigas fomos um fracasso, porque erramos tudo. Ele não gostou, chamou-nos e disse com o sotaque português: 'Não ensaiaste bem!' Morri de vergonha! 

Eu queria confessar, era pequenina, nem sabia ler. Quando terminava a confissão, ele dava um papel escrito com o ato de contrição. Como eu não sabia confessar e muito menos ler, minha 1ª comunhão foi ele quem oficiou.

A irmã de Padre Mello, Maria Júlia de Mello, conhecida como Dona Mariquinha, veio com ele para Bom Jesus juntamente com Dona Cândida, mulher de posses e patroa de Mariquinha, que ajudou Padre Mello em sua ordenação. Mariquinha e Dona Cândida costumavam fazer um delicioso pão caseiro que era muito apreciado pelo pároco. Além disso, todos os dias, por volta das 15h, elas também vendiam o pão, para ajudar a manter os serviços da Igreja. Por este motivo, ele passou a ser chamado de Pão do Padre. 

Francisca Menezes, a Chiquita Menezes, era o braço direito do vigário. Ela era minha madrinha muito querida. Por sua mão, eu ia à Matriz aprender o catecismo e me preparar para a vida religiosa. Era membro da Irmandade de Santa Terezinha, Filha de Maria ardorosa. Vivia para servir. Caridosa, estava sempre cuidando das pessoas doentes. Quando Padre Mello adoeceu, foi tratado por ela, com todo o carinho.

Padre Mello fez voto de pobreza. Seus pertences eram doados por amigos. A partir de certa época, ele foi morar em um pequeno quarto localizado ao lado da Igreja Matriz. Foi ali que ele faleceu, na mais absoluta pobreza.
Está aí o relato da vida deste Padre Mello que se tornou um mito em nossa cidade.



DONA MARIA APPARECIDA DUTRA VIESTEL



Maria Aparecida Dutra Viestel, neta do 1º Prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, Pedro Gonçalves da Silva Jr., conhecido como Cel. Pedroca



Padre Antônio Francisco de Mello - recordações

Fui batizada pelo Pe. Mello em 20 de janeiro de1931 e dele recebi a primeira Eucaristia em 29 de junho de 1941.

De 1941 a 1945, período do antigo primário e ginásio no Colégio Rio Branco, sua presença era constante nas reuniões do Grêmio Estudantil, onde ele, às vezes participava incentivando os alunos, e também sendo homenageado.

Na minha turma de ginásio, quando o professor de latim passava uma tarefa difícil, algumas colegas iram pedir ajuda a ele.

Nas comemorações cívicas do município, ele estava sempre presente, aplaudia e aproveitava para enaltecer a pátria.

Na Farmácia Normal, sua presença era constante para trocar ideias com meu pai, Antônio Dutra, e com os amigos que frequentavam a Farmácia, onde haviam dois bancos confortáveis, em que os 'fregueses' discutiam os assuntos de política e literatura.

Suas pregações eram tão eloquentes que, até hoje, me lembro de sua voz dizendo: 'Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus..." 



FRANCISCO VERDAN CORRÊA NETO
(de Petrópolis/RJ)





Lembro-me quando, ainda muito jovem, eu saía, com minha família, da zona rural do Cubatão, localizada no 1º distrito de Itaperuna (RJ) para ir a Bom Jesus. Todos os anos faz esse caminho, no dia 15 de agosto, onde assistimos à Festa de Bom Jesus, no início da década de 1940.

Havia um comerciante lá no Cubatão - Sr. Sebastião Máximo - genro de Castorino Bon (uma família de origem suíça) - que possuía um caminhão. Para a ocasião, ele colocava tábuas transversais na carroceria do caminhão e fazia um toldo de lona (para proteção contra o sol ou chuva), e nossa família enchia esse caminhão (entre os nossos primos, um grupo assinava Cordeiro de Mello), descendentes de um meu tio-avô - Antônio Corrêa Branco -  que era casado com u'a Mello, na Lomba de Maria, Ilha de São Miguel, Açores. Uma filha desse casal, sobrinha de um avô - Antônio Corrêa de Mello - veio morar na fazenda do meu avô, no Cubatão, e deixou descendência numerosa.

Naquela época, a estrada para Bom Jesus passava pelo Bambuí e a Serra do Himalaia, e entrávamos em Bom Jesus pelo norte. Ao chegarmos, a primeira coisa que fazíamos era ir à Sacristia cumprimentar o Padre Mello, e meu pai fazia questão que lhe beijasse a mão e fosse abençoado por ele.

Participávamos das alegrias da Festa e, já noite, retornávamos ao nosso lar.

Isto se repetia todos os anos e, num certo momento, essa viagem se interrompeu e eu nunca soube o porquê. Agora (estou com 82 anos de idade), posso imaginar o motivo: o falecimento do Pe. Mello. A motivação da viagem terminou.

Neste momento importante, rendo a minha homenagem à memória de Pe. Mello.