terça-feira, 25 de dezembro de 2012

CAFÉ LITERÁRIO NO CINE-VÍDEO

Ocorreu no dia 27 de novembro passado o 1o. Café Literário do Cine-Vídeo localizado no Shopping Point
200.


Os jovens participantes aproveitaram a ocasião e declamaram poesias. A proprietária Maria Aparecida apoiou o evento e passou a disponibilizar o importante espaço para que os interessados em uma boa leitura e um ótimo café possam desfrutar de momentos agradáveis.

No dia 08 de dezembro, ocorreu o 2o. Café Literário com a presença do membro da Academia Bonjesuense de Letras, Paulo Xavier, ocasião em que foram declamadas poesias de seu livro "Sobreviventes", seguidode diálogo com o mesmo. Destaque para os irmãos Beatriz (8)e Gabriel (10), que consideraram ter sido "boa" a reunião cultural.







PRECIOSIDADES DOADAS AO ECLB

A Biblioteca do ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos) acaba de ser enriquecida por duas extraordinárias doações.

A primeira foi feita por Elcio Xavier, bonjesuense considerado por Lúcio Cardoso, um dos mais cultuados autores da literatura brasileira, "um autêntico valor da moderna Poesia Brasileira", enquanto sua principal obra, "Véu da Manhã", foi considerada pelo mestre mineiro como "um dos acontecimentos literários dos últimos anos".

Elcio Xavier resolveu doar sua magnífica biblioteca, com cerca de 1.200 livros, ressaltando que "quero apoiar o ECLB".

Outra importante doação foi concretizada por Luiz Tito Nunes de Almeida. Trata-se da revista publicada em 1939 pelo jornalista Porphirio Henriques Filho, para comemorar a segunda emancipação de Bom Jesus do Itabapoana, destacando aspectos relevantes da vida cultural e econômica da época.


 

TEMPESTADE DERRUBA ÁRVORES

A forte tempestade que se abateu sobre Bom Jesus do Itabapoana no dia 23 de novembro causou inúmeros estragos derrubando várias árvores, como se verificou na rodovia que liga a sede à Usina Santa Maria.






sábado, 15 de dezembro de 2012





 Da Série Entrevistas de O Norte Fluminense
O HISPANO-BONJESUENSE


Faustino: visão de humanidade
Faustino Ruiz Fernandez nasceu em Madri, no dia 25 de abril de 1933. É filho de Antônio Ruiz Lopez e Carmem Fernandez Ciria. Seu pai nasceu em Andaluzia. Tem como avô paterno Manoel Ruiz, e como avós maternos Faustino Fernandez Gallinar e Célia Fernandes Ciria.

Faustino, quando criança

Faustino e a 1a. Comunhão

Faustino, com 21 anos de idade

Faustino e a ponte que liga Bom Jesus do Itabapoana (RJ) a Bom Jesus do Norte (ES)



Faustino Fernandez Gallinar, avô de Faustino


Sua relação com Bom Jesus do Itabapoana começa na década de 1950, com a vinda ao Brasil do seu tio Franscico Fernando Ciria e do amigo Armando, como ocorreu com muitos espanhóis até a década de 1960. Quando chegaram ao Rio de Janeiro, estabeleceram-se como marceneiros e entalhadores, esculpindo em madeiras. Como possuíam, contudo, a incumbência de entregar uma encomenda para o padre espanhol Ovídio Simón, pároco em Bom Jesus do Itabapoana, para aqui vieram.

Ao chegarem, receberam proposta do padre para construírem as portas da Igreja Matriz, os bancos e os confessionários.A dupla aceitou a proposta e convidou o pai de Faustino, Antônio Ruiz Lopes, que trabalhava no comércio, em Madri, para vir também a Bom Jesus. Estabeleceram-se então na vizinha Bom Jesus do Norte (ES), instalando ali uma marcenaria. O trio foi o responsável também pela escultura de São José que se encontra Igreja de Itaperuna (RJ).


Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus






Os bancos e as portas dos confessionários da Igreja Matriz são obras dos espanhóis






Os espanhóis Francisco e Armando se fixaram em Bom Jesus na década de 1950


Antonio Ruiz Lopes, pai de Faustino, veio a Bom Jesus, posteriormente


 
Faustino contava, então, com 20 anos de idade, mas só pôde vir ao Brasil dois anos depois, com sua mãe,  após concluir o serviço militar no exército de Francisco Franco, que comandou uma ditadura entre 1939 e 1975.

Faustino (D) e amigo servindo o exército de Francisco Franco


Em Bom Jesus, Faustino passou  a namorar com a norte-bonjesuense Maria Aparecida Baptista. Um fato curioso relatado por ele, refere-se ao baile de debutantes. Faustino fora convidado para acompanhar Maria Aparecida. Como não conseguira, contudo, um terno que lhe coubesse, acabou sendo ajudado pelo então vice-governador, Roberto Silveira, que possuía um terno que cabia perfeitamente em seu corpo. Foi assim que Faustino pôde participar do baile das debutantes, no Aero Clube. Do casamento com Maria Aparecida, tiveram dois filhos: Tino Marcos e Kiara Baptista Fernandez.


Baile das Debutantes, 1957, no Aero Clube. Terceiro casal a partir da esquerda.
 

 Foto de casamento em 1960: José da Silva Baptista (Juquita) e Maria Teixeira Martins da Silva (Nenzinha), Maria Aparecida, Faustino, Antônio Ruiz Lopez e Carmem Fernandez Ciria com as crianças Jussara e Rita de Cássia


PAIXÃO POR FUTEBOL E FILMES


Faustino conta que é apaixonado por futebol:"O dia mais feliz de minha infância foi quando ganhei uma bola", assinala. Essa paixão por futebol foi uma constante em sua vida. Chegou a jogar no clube espanhol Rayo Vallecano e, em 1956, e integrou a equipe do Ordem e Progresso, de Bom Jesus do Norte, ao lado de Beni, Jaci, Graveto e Ernâni, e outros. No Rio de Janeiro, assistiu a cerca de 1.700 jogos no Maracanã.


 
Faustino, com 18 anos

 
Faustino e a paixão pelo futebol, em 1979


Faustino trabalhou por 10 anos, em Duque de Caxias, no Banco de Comércio e Indústria de Minas Gerais, que acabou encampado pelo Banco Nacional. Foi ali que trabalhou com seu melhor amigo: Silvestre Pereira Ramos, oriundo da Usina Santa Isabel, e atualmente residente em Niterói (RJ). "Nós trabalhamos juntos no Banco do Comércio de Minas Gerais. Eu o considerava o melhor funcionário do banco, e ele achava o mesmo de mim. Ele era mais técnico, enquanto eu tinha mais iniciativa. Era amigo também de futebol e de Maracanã", assinala.


Outra de suas paixões são os filmes. Além disso, gosta de pintar "natureza morta" em seu ateliê.O gosto pela pintura surgiu através da orientação de seu tio Francisco, que aconselhou-o, após o casamento, a ter hábitos de distração e hobbies dentro de casa. Seguiu o conselho. Foi a partir daí que passou a pintar, desenhar e escrever. Chegou a jogar xadrez no Rio de Janeiro à luz de velas, na epoca de apagões, tendo gosto, ainda, por baralho.


Quando residia no Rio de Janeiro, tornou-se proprietário da fábrica Matisse, que funcionou durante cerca de 10 a 15 anos. A loja chamava-se El Hogar, que significa "o lar. Essa fábrica tornou-se conhecida nacionalmente pela qualidade dos móveis fabricados", informa Faustino, que tinha a incumbência de realizar os desenhos dos móveis que eram construídos pelos funcionários."Eu desenhava peças e mandava fazer na fábrica", explica.

Propaganda da loja El Hogar



Móveis da Fábrica Matisse guarnecem a residência de Faustino



 
Num prédio contíguo à residência de Faustino, funciona a concorrida Clínica Espaço de Terapia Estética, comandada por sua esposa e a filha Karina. Faustino e Maria Aparecida são avós de Laura (21) e Pilar (15), filhos de Tino, e Antônio (10), filho de Kiara.

 
Maria Aparecida Batista e a filha Kiara administram um concorrido Centro de Beleza
Faustino faz questão de registrar:  "gosto da vida, de conversar, de ler. Leio bastante, desde os 12 anos de idade, e nunca deixei de ler até hoje". Ele comprou a atual casa, localizada na rua Carolina Teixeira dos Santos, no. 34, e ali reside há cerca de 18 anos. "Sempre vou a Madri, rever os parentes. Quando chego lá é tudo uma grande emoção por revê-los e aos amigos, mas, passado um mês, já fico com vontade de retornar a Bom Jesus do Itabapoana, ao meu cantinho, onde vivo com tranquilidade e paz. Aqui é o lugar que adotei para viver", assinala.

"El hogar" hispano-bonjesuense





 TINO MARCOS


Tino Marcos Baptista Fernandez, o famoso jornalista esportivo da TV Globo, nasceu em 1962 em Duque de Caxias, mas " foi praticamente criado aqui em Bom Jesus", registra Faustino, que o autorizava constantemente a viajar de ônibus. O Norte Fluminense publica, a seguir, as fotos da trajetória de vida de Tino Marcos.



Tino Marcos com 6 meses



Tino Marcos com 2 anos



Tino Marcos, com 4 anos, e os pais



Tino Marcos, 4o. a partir da esquerda, e os primos. A última, Virgínia, viria a ser sua esposa



Tino e Faustino em Sevilla, em 1967



Tino e os pais em Madri, em 1967



Três gerações: Antonio Ruiz, Faustino e Tino



Aniversário de Tino em Duque de Caxias



Tino Marcos com 7 anos

Tino Marcos antevendo o futuro


Tino Marcos e a irmã Kiara, em Jacarepaguá
Um episódio na vida de Tino Marcos foi revelado por Faustino: "Com 14 anos de idade, Tino chegou para mim e me convenceu que queria ser padre. Ele queira ir ao seminário. Eu disse, então, a ele:  'se é o que você quer, então vá em frente, mas não se precipite nas decisões que tomar'. Tempos depois, Tino acabou tomando outra opção".



"Mamãe, Tino Marcos, papai"


Tino Marcos com 18 anos




Tino Marcos fazendo a leitura na Igreja Matriz em Bom Jesus do Itabapoana


Tino casou-se em Bom Jesus do Norte com Virgínia Maria Baptista, filha de Orlando Baptista e Daura, casamento celebrado pelo padre alemão Afonso. "Uma das qualidades que mais admiro em Tino é sua humildade", exclama Faustino, com satisfação.



Casamento  com Virgínia em 1988

Faustino guarda consigo um telex de 1986 em que um dirigente da TV Globo elogiava o trabalho profissional de Tino Marcos, no início de sua carreira, revelando toda a potencialidade de quem se tornou um dos jornalistas esportivos mais conceituados do país.

Telex de 1986 elogiava o profissionalismo de Tino Marcos

1o. trabalho de Tino Marcos: Crônica no Jornal dos Sports


Tino Marcos: reconhecido nacionalmente, cobrindo a Copa do Mundo
Quando terminávamos a entrevista com Faustino, uma grande surpresa ocorre para o entrevistador: surge nada mais nada menos que o próprio Tino Marcos.

Ao adentrar na sala, Tino olha carinhosamente para  Faustino e diz, com a emoção própria dos filhos amorosos: "Oi, pai!". Faustino se vira, da cadeira onde estava, e com a tonalidade de pai orgulhoso, responde: "Oi, meu filho!"

Por trás de simples palavras, uma emoção singular.

A respeito do pai, Tino disse que "minha trajetória profissional, assim como o gosto pelo futebol, eu aprendi com meu pai, que me levava aos estádios e sempre me deu muita liberdade, apoiando-me em todas as circunstâncias".

Faustino interrompeu para acentuar que quando Tino decidira  ser jornalista, ele apoiou-o na decisão, embora considerasse que ele teria mais sucesso financeiro se seguisse o negócio da fábrica de móveis que administrava."Hoje, a situação é outra, e mostrou como ele estava certo em sua escolha", completou.

O repórter esportivo consagrado no Brasil, e cujas informações são passadas ao público convencendo a todos pela razão e objetividade do seu alto grau de profissionalismo, deu lugar, durante o encontro com seu pai, ao sentimento e à subjetividade.

Tino Marcos convence em qualquer circunstância e faz constatar que a integração hispano-bonjesuense dá lições ao mundo no sentido de que a realização humana e a felicidade inerente a ela nunca serão apenas um sonho.


        Faustino, Tino e Gino, de O Norte Fluminense, em Bom Jesus do Itabapoana: surpresa e emoção durante a entrevista

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O RETORNO DA LUZ DO MONTE AZUL




 Antonio Gabriel de Figueiredo, nascido em 18 de março de 1905, na Fazenda São Cristóvão, no distrito de Rosal, publicou, em 1990, o livro "Céus do Outono" em que relata sobre o seu encontro com a Luz do Monte Azul. Conta ele:

Antonio Gabriel de Figueiredo viu a luz do Monte Azul
           


 " Meu pai sempre disse: no dia em que ela aparecer, você vai levar um susto. E assim aconteceu.
Numa noie, eu estava na janela da nossa moradia, na zona rural de Rosal de Sant'Ana, quando vi aparecer a luz, com muita luminosidade, clareando as folhas e os ramos. Tão intenso era o brilho, que transformou a noite escura em um quase dia, clareando tudo ao redor".

 Antonio Gabriel tenta uma explicação para o fato: "penso ser decorrente da existência de algum mineral no subsolo, o que também nunca foi provado" (fl.66).


LUZ MISTERIOSA


Em dezembro de 1998, Oravio de Campos escreveu um artigo no jornal O Norte Fluminense intitulado "Luz misteriosa nas cercanias de Rosal". No texto, ele discorre sobre " A Luz Azul":

"Um insondável mistério, mais do que integrado à história do norte/noroeste fluminense, como valor de alta expressão cultural, vem desafiando o distrito de Rosal, situado na região montanhosa do município.

Há pelo menos dois séculos uma luz azul, apresentando-se de várias formas - ora como uma bola brilhante e outras vezes como um rabo de fogo movimentando-se no espaço - vem causando espanto, medo, respeito e até admiração da comunidade.

Cada pessoa que jura ter presenciado o fenômeno metafísico faz uma descrição diferente e há uma parcela da sociedade achaando que o surgimento da luz coincide com o minguante da fase lunar, ocasião em que os vales, florestas, desfiladeiros e estradas sinuosas que cortam as montanhas em direção às terras cafeeiras de Varre-Sai ficam no escuro recebendo apenas a luminosidade das estrelas, quando o tempo permite a abertura das cortinas em noite de crendices.

          Edição de dezembro de 1998 de O Norte Fluminense. Acervo: Luiz Tito Nunes

Rosal, arquitetonicamente desenhada no sopé do morro do Cruzeiro, possui cerca de 2.500 habitantes, na vila e nas fazendas São Luiz, Piedade, Santa Fé, Água Limpa e Monte Azul. É justamente nestas posses hoje abandonadas pelos antigos donatários que a luz às vezes se expressa. O octagenário José Nunes fala maravilhas da luz. Muitas vezes guiou pessoas pra lidar nas noites as curas da imensidaão dessas paragens. Só pode ser o espírito da luz.

O advogado e comunicador Antonio Bendia, nascido em Rosal, diz que seus pais viram a maravilha se deslocando sobre as montanhas da região de Monte Azul. O administrador João Servo aclara que o povo fala muita coisa sobre a luz. Estrela partida, encarnação luminosa de alguma pessoa voltada pra o bem, alma penada em busca de orações. E que a luz não é somente guia. 'Quando alguém zomba de sua existência, ela brilha tanto que pode até cegar os mais descrentes'.

Ele continua: 'Meu pai, Levi Crisóstomo da Fonseca, 65 anos, já viu a luz e meu avô, Servo Ferreira Pinto, 98 anos de idade, certa noite, foi surpreendido pela imensa tocha azulada em nossa casa. Éramos pequenos, mas nos lembramos. Ela chegou com brilho imenso e ficamos quietos num canto, olhos fechados, com medo de nunca mais vermos a luz do dia', confessou.

Eva Brittes, governanta de Carlos Nunes, o mais idoso de todos os rosalenses, com 106 anos, disse que 'a luz não tem aparecido porque não mora mais ninguém na fazenda'. A doméstica Ana Rodrgiues, 37 anos, disse que 'a luz, certa vez, iluminou o caminho de um agricultor que levava a mulher já em seu trabalho de parto, para o médico do lugar'. O depoimento de José Marques, 55 anos, conhecido como Zé Mineiro, é também interessante: 'Voltava de Ourânia a cavalo, quando a luz apareceu na estrada. Só assim consegui encontrar o caminho de casa'.

Sandra Nunes em  1957


A agente dos Correios e Telégrafos, Sandra Nunes, a rádio-comunicadora do lugar, disse ter visto a luz sobre os montes que circundam a vila. Em companhia de uma pessoa amiga, residente em Niterói, fez uma vigília, numa noite escura, junto à capineira da Fazenda Monte Azul: 'sempre achei que o fenômeno é provocado por um OVNI'. A vigília não teve resultado, mas, de volta à vila, como não havia energia, ela conseguiu ver bem nítida a bola de fogo no infinito".

Oravio relata ainda o testemunho:: " Junrto a uma curva, Maria Madalena do Amaral, conduzindo uma charrete em direção aos altiplanos, indicou o local de surgimento da luz. Antes, declarou que sua mãe, Maria Pimentel do Amaral, 74 anos, 'muitas vezes, quando voltava da roça, foi beneficiada pela luz misteriosa' ".

OS TESTEMUNHOS DE DALTON VARGAS E ANÍZIO GOMES


Outro testemunho é o de Dalton Vargas, residente em Rosal.  Ele conta que quando tinha 20 anos de idade, estava em um jeep, dirigindo para o fazendeiro Antonio Araújo, por volta das 22 h, indo de Rosal para Varre-Sai (RJ). Quando fez uma curva,em direção à Fazenda Humaitá, "surgiu uma luz, como se fosse uma tocha. Na medida em que aproximávamos da mesma, ela se deslocava. Repentinamente, ela subiu para o pasto e desapareceu". Dalton conta ainda que seu amigo Carlile conta que "quando era solteiro e ia para a casa da namorada a cavalo, viu a luz do monte azul que clareou seu caminho. Em outra oportunidade, após o casamento, ele relata que também viu a mesma luz. Minha mãe, Luzia Roseira Vargas, que morou na região conhecida como Monte Azul, sempre contava que ela e minha tia Julieta viram a luz, que chegava a iluminar a cumieira da casa".

                         Dalton Vargas viu a luz quando tinha 20 anos de idade


Anízio Gomes Pimentel, nascido em 15/12/1937, na Fazenda São Luís, zona rural de Rosal,  viu a Luz do Monte Azul em 1952, quando tinha  15 anos de idade. "Eu estava com o tio Antonio  Araújo Leite e o primo Antonio Armando, tirando leite num curral, às 5 h, e tudo estava escuro. Eis que um menino de 10 anos apareceu e disse: Luz, aparece!" Repetinamente, tudo clareou".

                Anízio Gomes Pimentel viu a luz quando tinha 15 anos de idade


Anízio relata que "Tia Amélia (Amélia Lacerda de Oliveira), por sua vez, dizia que certa
vez, vinha, à noite, a cavalo, com seus filhos pequenos, da região de Cruz da Ana, em Varre-Sai. Uma tempestade teve início e, repentinamente, um vento forte tirou a capa que estava sobre o cavalo cobrindo os filhos, e levou-a ao chão. Tia Amélia dizia que falou assim: 'Luz do Monte Azul, você que aparece para tanta gente, poderia aparecer agora'. Neste momento, uma luz surgiu no meio da escuridão e revelou onde a capa tinha caído. Tia Amélia pegou, então, a capa, cobriu as crianças, e pôde prosseguir até sua casa".

O RESSURGIMENTO DA LUZ DO MONTE AZUL


Há vários anos, contudo, tornou-se comum afirmar sobre o desaparecimento da Luz do Monte Azul, que inspirou os nomes de uma fábrica de laticínios e de uma marca de café.

A reportagem de O Norte Fluminense esteve na região e, pelos depoimentos colhidos, pode-se concluir que a Luz do Monte Azul retornou à região, ou passou a mostrar presença em uma área específica da mesma.

Com efeito, Osvaldo Amaral  conta que sua esposa Amália Pires do Amaral e sua mãe Maria Guaris do Amaral, viram uma claridade percorrendo de um ponto a outro, entre os morros, há cerca de 4 meses atrás. Elas chamaram a atenção de Osvaldo que também viu a iluminosidade percorrer próximo ao chão e desaparecer ao chegar a uma elevação de terra.

Oswaldo Amaral e o Monte Azul aos fundos: ele e a mãe, Amália, viram a luz este ano.


Segundo Osvaldo, "antigamente, havia parteiras que eram buscadas em suas casas, altas horas da noite. No percurso, a luz do monte azul aparecia e clareava o caminho até que as parteiras chegassem ao seu destino". Por outro lado, Osvaldo lembra a opinião de sua mãe, para quem, segundo a qual "a luz não aparece para quem não tem fé".

LUZ ILUMINOU CASARÃO 


Outra pessoa que não só viu a luz, mas como teve o casarão, construído no século XIX, onde mora, invadido por ela, foi Manoel Boechat, proprietário do Sítio Monte Azul, onde ficava a sede da fazenda do mesmo nome. Ele é filho de Filomena da Silva e de Lourival Boechat. As avós são: Arminda, por parte da mãe, e Galdina, por parte de pai. Possui dois filhos: Juliano e Leonardo.

Conta ele que, certa noite, estava deitado, quando sua esposa, Penha, exclamou a ele: "Querido, abra os olhos para ver a luz!". Manoel abriu os olhos e "vi tudo claro, como se fosse um farol iluminando o interior de minha casa. Era um clarão meio azulado. Olhei para fora e procurei ver de onde a luz estava se originando, sem êxito. Aí me lembrei da afirmação dos antigos de que se acendêssemos o interruptor, a luz desapareceria. Fui à sala e liguei a luz. Quando eu desliguei, tudo ficou escuro de novo". Este fato, segundo Manoel, ocorreu há cerca de um ano atrás.



                  Sede da Fazenda do Monte Azul, construída na época imperial


                                Manoel Boechat: "a luz entrou em minha casa"


Há dois anos, por volta das 22h30min. ele viu a mesma luz, quando se dirigia para sua casa: "Repentinamente, tudo ficou claro, no meio do caminho, sem haver uma lâmpada. Assim que me aproximei de minha casa, a luz desapareceu". Ele conta, ainda, que sua própria esposa vira, há dois anos também, a mesma luz, quando retornava para sua casa, por volta das 22h. "Como a noite estava muito escura, ela ficou com medo de cobra. Repentinamente apareceu uma luz que clareou tudo e ela pôde caminhar até em casa. Em seguida, a luz desceu para a vargem e desapareceu."



LUZ DO MONTE AZUL EM VARRE-SAI (RJ)




Monte Azul em Varre-Sai


Seguindo a estrada e chegando ao município de Varre-Sai (RJ), há depoimentos que revelam que, naquela região, a Luz do Monte Azul tem sempre se mostrado presente com toda a sua força. Na zona rural da Fazenda da Paciência, da maior cidade italiana do Estado do Rio de Janeiro, há também, coincidentemente, um monte de nome "azul".

Jaimar e Maria Aparecida: "a luz do Monte Azul aparece com frequência em Varre-Sai"
De acordo com o casal Jaimar e Maria Aparecida, que moram na fazenda, "há uma luz que aparece com frequência, ela surge de uma grota e desaparece na pedra do Monte". Outro depoimento é o da jovem Sheila Rodolfi, que reside na cidade: "já vi, algumas vezes, a luz do Monte Azul, quando eu estava andando pelas ruas de Varre-Sai".



"Luz nasce em grota...

  

e desaparece na pedra do Monte Azul..."



Seja qual for a explicação, a Luz do Monte Azul se incorporou ao imaginário das pessoas, trazendo emoção e deslumbramento às gerações de moradores da região. (fotos da Fazenda Paciência em Varre-Sai tiradas por Maria Bernadete Rodolfi)