quinta-feira, 30 de abril de 2015

CAMINHADA PELA PAZ UNE AS DUAS BOM JESUS






No próximo dia 3 de maio, ocorrerá a Caminhada pela Paz, cujo trajeto terá ponto inicial a Praça Governador Portela, em Bom Jesus do Itabapoana (RJ) e culminará na Praça Astolpho Lobo em Bom Jesus do Norte (ES).

A Caminhada pela Paz integra um movimento mundial intitulado Run4Unity, cujo objetivo é promover a fraternidade e a unidade da família humana, direcionada especialmente para os jovens.

Nas duas Bom Jesus, o evento conta, entre seus organizadores, com Antônio Borges, Eraldo Saloto e Antônio Gualhano.

O evento ocorrerá em várias cidades dos cinco continentes e poderá ser acompanhado no site
 http://www.run4unity.net/2015/






Run4Unity_02



quarta-feira, 29 de abril de 2015

ESCOLA MINEIRA SE DESTACA EM ATIVIDADES CULTURAIS







A Escola Estadual São Sebastião do Sacramento, do distrito de Sacramento (Manhuaçu/MG), realizou, por ocasião da semana em que ocorre o feriado de Tiradentes, o evento "Minas em Destaque", com o objetivo de ressaltar as características marcantes de Minas Gerais.
 
O objetivo é atender resolução estadual e resguardar a memória histórica, considerando a extensão territorial e a diversidade cultural.
 
Com apoio da direção e dos professores, os alunos do EJA (projeto de Educação de Jovens de Adultos) organizaram um recital de poesias de Adélia Prado, comida mineira e uma roda de viola para animar o evento.
 
 
Ornamentação do evento com biografia da poetisa mineira Adélia Prado e uma poesia da aluna Clara, do 1º período do EJA


Mesa com a famosa feijoada, canjiquinha e frango com quiabo
 




Mesa com especialidades da cozinha mineira: doces, biscoitos e bolos
 

 Professor Luís Carlos, lendo a poesia "Dona Doida" de Adélia Prado. 








Professora Maria do Carmo com os alunos do 3º ano, que recitaram poesias, e a diretora da Escola Estadual São Sebastião do Sacramento, Elizete Maria da Silva

sábado, 25 de abril de 2015

Conheça um pouco mais do sul do Brasil



                                                                        Gustavo  Souza







Pra quem gosta de viajar, conhecer outros lugares e aprender novas culturas, o sul do Brasil é logo ali.
O nosso trajeto começa na capital do Rio Grande do Sul e vai subindo, literalmente, montanha acima.
A Metrópole número 1 em qualidade de vida do Brasil, segundo a ONU, Porto Alegre ostenta mais de 80 prêmios e títulos que a distinguem como uma das melhores capitais brasileiras para morar. Além de ser uma das cidades mais arborizadas e alfabetizadas do país. Para quem procura descanso, novas culturas, aventura e uma gostosa culinária, basta dar uma voltinha pela cidade para encontrar tudo isso.

Para conhecer um pouco mais o estado, que tal aproveitar o que a serra gaúcha tem para oferecer?
A serra deles não é muito diferente da nossa. Faço referência a Petrópolis e Teresópolis. Tão bonita quanto. 

Está certo que os cariocas foram presenteados com uma beleza natural divina: o dedo de Deus. Mas os gaúchos souberam suprir essa falta e também fizeram uma serra magnífica. 

No vale dos vinhedos, como é conhecido essa região, por abrigar cerca de 30 vinícolas, ficam Bento Gonçalves,GaribaldiCarlos Barbosa e Nova Prata.

Todas essas cidades com ótimas curiosidades e atrativos para apaixonados por sabedoria.
Se você busca um passeio a dois, Bento Gonçalves é ideal. Eleita a capital brasileira da uva e do vinho é também considerada uma das mais românticas do Rio Grande do Sul. Perto dela, a mais ou menos 25km, é possível apreciar a paisagem da serra através da ponte do Rio das Antas. Uma das maiores do mundo em arcos paralelos. No local, encontram-se lancherias, tendas de produtos coloniais e artesanatos.

Saindo um pouco do vinho e conhecendo a terra dos espumantes. Garibaldi rodeado por colinas e parreiras, além de arquiteturas típicas européias, remete à região francesa de Champagne e funciona como um cartão de visitas para conhecer as fábricas da glamourosa bebida. 

Já Carlos Barbosa é conhecida como a cidade da faca, do queijo e do futsal. No município fica a sede da indústria Tramontina e da Cooperativa Santa Clara. Trazendo para cidade uma mudança significativa na economia local. As atividades turísticas da região está na natureza, no passeio de Maria Fumaça, nas igrejas, nas festa tradicionais, entre elas, o Festiqueijo.

Por fim, a nossa jornada termina em uma pequena cidade com aproximadamente 22 mil habitantes, segundo a última pesquisa em 2010. O município de Nova Prata recebe forte influência de seus imigrantes Italianos, Poloneses, Alemães, Portugueses e Africanos. A cidade transpira história. 
Basta conversar um pouquinho com algum morador para conhecer um incrível enredo. E para quem gosta de arquitetura, belas igrejas, lá é o lugar ideal. E para fechar o roteiro, que tal tomar um delicioso banho nas águas termais? 

Pouco menos de 5 km da cidade tem um parque que oferece diversos serviços para você relaxar e aproveitar.

Com certeza a serra gaúcha é um ótimo lugar para explorar com a família e amigos.

É um pedacinho do Brasil com uma enorme riqueza para nos mostrar.



Gustavo Souza, 24 anos, nascido em Bom Jesus do Itabapoana, é publicitário

REPERCUTE NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MATÉRIA DE O NORTE FLUMINENSE





Após matéria de O NORTE FLUMINENSE, deputado capixaba Cacau Lorenzoni apresentou indicação  para o asfaltamento entre Apiacá (ES) e São Pedro do Itabapoana (ES), atendendo pedido do cidadão Adney Teixeira Dellatorre


O Norte Fluminense postou neste blog no dia 15 de março passado, matéria publicada em edição escrita, intitulada "ASFALTO É SOLICITADO AO GOVERNADOR PAULO HARTUNG"

http://onortefluminense.blogspot.com.br/2015/03/asfalto-e-solicitado-ao-governador.html


Moradores de São Pedro do Itabapoana fizeram solicitação de asfalto ao governador Paulo Hartung


O deputado estadual capixaba Cacau Lorenzoni, atendendo solicitação do cidadão Adney Teixeira Dellatorre (cf., ao final, texto de e-mail encaminhado ao O NORTE FLUMINENSE) apresentou indicação ao Presidente da Assembleia, Theodorico de Assis Ferraço, pugnando por diligência junto ao Governador Paulo Hartung, para que este promova o asfaltamento entre Apiacá e São Pedro do Itabapoana, como solicitado na matéria.

Segue o teor do e-mail de Adney encaminhado ao O NORTE FLUMINENSE.


Prezados,


Conforme reportagem veiculada em 15/03/2015 no blog do Norte Fluminense, envio anexo a solicitação do Deputado Estadual CACAU LORENZONI ao Governador para o asfaltamento do trecho que liga Apiacá a São Pedro do Itabapoana, conforme contato que realizei com ele e com a Assessora Mylena Delatorre em 27/03.

Atenciosamente,

Adney Teixeira Dellatorre

ILA realiza evento histórico




Maria Apparecida Dutra Viestel, neta do 1º Prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, Pedro Gonçalves da Silva Jr.



                                                                         Fotos: André Luiz de Oliveira
Descendentes do intendente Elias Nunes da Silva: Luciano Nunes, presidente da Câmara Municipal, magistrado dr. Luiz Alberto Nunes da Silva (que é também descendente do intendente Manoel Antônio de Azevedo Mattos e descendente do secretário José Fragoso), Maria da Glória Silva Souza e o poeta Onofre Nunes da Silva 




O Instituto de Letras e Artes Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo (ILA), presidido pela dra. Nísia Campos,  realizou sessão histórica no dia 27 de março, no salão da Câmara dos Vereadores. A entidade reuniu descendentes dos intendentes do 1º Conselho de Intendência, estabelecido em 25 de dezembro de 1890, por ocasião da 1ª emancipação de Bom Jesus. Os intendentes tinham a função equivalente à dos atuais vereadores, sendo que o presidente acumulava também a função de prefeito. 

No dia 24 de novembro de 1890, o governador Francisco Portela assinou o Decreto nº 150, criando o município de Itabapoana. A instalação do mesmo ocorreu no dia 25 de dezembro, tendo como sede da prefeitura o prédio onde está situado atualmente o Big Hotel.

O 1º Conselho de Intendência ficou assim constituído: Presidente: Pedro Gonçalves da Silva Jr.. Intendentes: Capitão Francisco Teixeira de Siqueira Sobrinho, Manoel Antônio de Azevedo Mattos, Luiz Vieira de Rezende e Joaquim Teixeira de Siqueira Reis. 

No dia 1º de maio de 1891, Elias Nunes da Silva assumiu o Conselho, na vaga do Cel. Luiz Vieira de Rezende, que havia se afastado do colegiado. Antônio Lourenço Mathias, por outro lado, assumiu o Conselho no dia 17 de novembro de 1891, em decorrência do falecimento de Joaquim Teixeira de Siqueira Reis, avô materno dos governadores Roberto e Badger Silveira.

A última reunião do 1º Conselho de Intendência ocorreu no dia 1º de dezembro de 1891. 


Em decorrência das renúncias do presidente Marechal Deodoro da Fonseca e do governador  Francisco Portela, assumiu a presidência o Marechal Floriano Peixoto, que nomeou o Contra Almirante Carlos Balthazar da Silveira para o cargo de governador.

 No dia 7 de janeiro de 1892, o novo governador nomeou o 2º Conselho de Intendência, que ficou integrado por Cel. Luís Vieira de Rezende, presidente, e pelos intendentes João de Souza Rodrigues,  Ricardo da Costa Soares, Francisco Boechat e João Pedro Lengubrer. Todos tomaram posse no dia 15 de janeiro de 1892. João Cândido Fragoso, irmão do Secretário do 1º Conselho de Intendência, foi nomeado Secretário.

No dia 8 de maio do referido ano, o governador José Thomaz Porciúncula extinguiu a autonomia de nosso município, anexando-o a Itaperuna, através do Decreto nº 01.


O EVENTO HISTÓRICO


Drª Nísia Campos, presidenta do ILA, ladeada pelo Sargento Jailson Alves, do Tiro de Guerra. Atrás: Anízio Gomes Pimentel e o vereador Hamilton Borges


A presidenta do ILA, drª. Nísia Campos, abriu a sessão solene, ressaltando o momento histórico daquela noite, que contou com a transmissão da TV Câmara. Afirmou que se tratava do início de um grande projeto objetivando dar conhecimento a toda a sociedade, em especial aos estudantes, das emancipações político-administrativas de Bom Jesus do Itabapoana.

O evento se insere dentro das comemorações dos vinte anos do ILA, que terá sua culminância no mês de agosto.


Maria Apparecida Dutra Viestel, neta do 1º prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, por ocasião da 1ª emancipação ocorrida em 25/12/1890, época em que se chamava "Itabapoana",  foi a palestrante da noite, levando todos a se emocionarem e recordarem o tempo dos grandes mestres que, com autoridade nata, conjugavam lições de conhecimento e de vida. 

Maria Apparecida Dutra Viestel: neta do 1º Prefeito de Bom Jesus por ocasião da 1º emancipação, em 25/12/1890

De acordo com a mestra, "após a Guerra do Paraguai, o Exército Imperial ficou com dificuldade financeiras. Assim, foi permitido que pessoas comprassem títulos, em geral, de coronel, desde que comprovassem serem líderes.
Veio daí o título de Cel. Pedroca, como meu avô Pedro Gonçalves da Silva Jr. gostava de ser chamado




O alferes Francisco da Silva Pinto foi o primeiro a chegar nestas terras. Ele casou-se com Francisca de Paula Figueiredo, parente do Visconde de Ouro Preto, que chegou a ser Ministro do Império. Tiveram oito filhos. Os restos mortais de Francisca estão sepultados no cemitério de Calheiros.

Os mineiros vieram para nossas terras através do rio. José Cândido Fragoso, o Secretário do 1º Conselho de Intendência era amigo particular de meu avô. Eram, inclusive, companheiros de caçadas".



Maria Apparecida salientou, ainda, que "Deodoro não queria proclamar a República. Era amigo do imperador. Proclamou-a, contudo, a contragosto. Deodoro nomeou Francisco Portela como governador do estado do Rio de Janeiro que, por sua vez, criou o município de Itabapoana. Nomeou também os primeiros intendentes em Bom Jesus do Itabapoana. Posteriormente, Deodoro renunciou à presidência. Assumiu, então, Floriano Peixoto, que mudou tudo. Francisco Portela também deixara o governo e Feliciano Sodré foi nomeado governador, sucedido por Tomaz Porciúncula. O Cel. Pedroca, juntamente com os demais intendentes, renunciaram aos cargos, assumindo, então, como presidente do 2º Conselho de Intendência, o Cel. Luís Vieira de Rezende. Logo depois, contudo, Porciúncula anulou a emancipação de Bom Jesus, tornando-o 10º distrito de Itaperuna. Bom Jesus era, portanto, inicialmente, território de Campos dos Goytacazes (RJ) e, depois, passou a pertencer a Itaperuna".

A respeito de seu avô, Maria Apparecida salientou que " em 1904, Cel. Pedroca criou o Centro Operário, com biblioteca e escola. Sua filha, Maria Gonçalves da Silva, estabeleceu uma escola na rua que, hoje, tem seu nome.

Em 1906, foi criado o jornal Itabapoana, por Sylvio Fontoura, trazido por Pedro Gonçalves da Silva Jr.  Ele fundou o colégio Atheneu, com grêmio que organizava teatro e declamações de poesias. Ele era escritor e poeta.

Em 23/03/1914, foi fundado o Olympico FC pelo Gal. Fernando Lopes da Costa, da família de Pedro Gonçalves da Silva Jr., que faleceu em 1932, sem ver o sonho da nova emancipação. Pode-se dizer, em síntese, que Cel. Pedroca foi um homem que serviu a comunidade de Bom Jesus do Itabapoana", finalizou, com emoção, a palestrante sob os aplausos, de pé, da plateia.

Público presente

Estiveram presentes no evento, o Tiro de Guerra e representações dos Colégios Batista, Santa Rita de Cássia, Padre Mello e Governador Roberto Silveira.

Tiro de Guerra sempre se faz presente nas sessões do ILA


O Grupo Amantes da Arte, através de Ana Maria Teixeira, Marisa Valinho e Amílcar Abreu Gonçalves, teve presença marcante, entoando a  "Canção Bom Jesus Cidade", de Argemiro e Milton Perissé.


OS DESCENDENTES DOS INTENDENTES


Representantes dos descendentes dos intendentes e do secretário: Guido Rezende Nunes, Ruth Fragoso de Azevedo Silveira, Ana Maria da Graça Fragoso do Carmo Ribeiro, Luiz Antônio Dutra, Maria da Glória Silva Souza, Maria Cristina Borges e Cristina de Fátima Moraes Borges (acervo Ruth Fragoso)

Descendentes de Pedro Gonçalves da Silva Jr: Luiz Antônio Dutra e Laura Dutra (bisnetos),  Wolfgang Gerstlberger e esposa Maria Adelaide Dutra (bisneta), Raquel Dutra (trineta), Maria Angélica Dutra (bisneta) e Maria Aparecida Dutra (neta)




Descendentes do Cel. Luiz Vieira de Rezende e do Secretário José Cândido Fragoso: Ana Maria da Graça Fragoso do Carmo Ribeiro, Ana Clara Fragoso, Brícia Maria Borges Carrerette,  Maria Cristina Borges Carrerete e Guido Rezende

Descendentes de Manoel Antônio de Azevedo Mattos: Luzia Maria, Nereida, Vítor, Ângela Maria, Iolanda, Antônio Carlos, Bruno, Adriano, Gustavo, Artur, Ruth e Dr. Luís Alberto Nunes da Silva



Descendentes do intendente Joaquim Teixeira de Siqueira Reis: Isabel Borges, Antonio Soares Borges, Maria Cristina Borges, Ana Borges de Abreu, Carmosina Borges e Wilma Borges Reis.


Descendente do Capitão Francisco de Teixeira de Siqueira Sobrinho:  Cristina de Fátima Moraes Borges





Retornando a palavra à dra. Nísia Campos, esta asseverou que "conforme conversa com o dr. Antônio Borges, chegamos à conclusão de que há muita coisa para trazer para a sociedade. Pretendemos resgatar os grande nomes de nosso município. Em nossa próxima reunião, o palestrante será Guido Rezende, que é neto do intendente Cel. Luis Vieira de Rezende".

Livreto distribuído pelo ILA


A presidenta do ILA agradeceu a todos os que a apoiaram neste projeto, e distribuiu livretos contendo dados históricos sobre Bom Jesus do Itabapoana, que foram autografado pelos descendentes dos intendentes presentes.

Autógrafo do livreto distribuído pelo ILA
 
Dra. Nísia Campos foi objeto, ao final do evento, de homenagens por sua atuação em favor da cultura bonjesuense. A iniciativa pioneira em reunir os descendentes do 1º Conselho de Intendência, e o propósito de levar a história das emancipações aos bancos escolares constituem um marco histórico em nosso município.  



Dra Nísia Campos: homenagens  pela atuação em favor da cultura bonjesuense







sexta-feira, 24 de abril de 2015

MARIA ISABEL FRAGOSO DE OLIVEIRA, UMA VIDA DE AMOR A DEUS



MARIA ISABEL FRAGOSO DE OLIVEIRA, UMA VIDA DE AMOR A DEUS






Nascida no dia 25 de abril de 1924, em Bom Jesus do Itabapoana, Maria Isabel Fragoso de Oliveira completa, amanhã, 91 anos.

Filha de Antônio Tinoco de Oliveira, presidente da 1ª Câmara de Vereadores por ocasião da 2ª emancipação de Bom Jesus do Itabapoana, e Izabel Fragoso de Oliveira teve cinco irmãos: Sílvia, Maria Isabel, Norma, Maria da Conceição, Geraldo e Renato, estes dois últimos falecidos. 

Exemplo de padrão cristão, bebeu, quando jovem, nas fontes dos ensinamentos indeléveis de seus queridos genitores e da Escola Bom Jesus, de Amália Teixeira e suas qualificadas professoras, tendo estudado com Roberto Silveira, que era interno do educandário.

Em 25/10/1952, já revelava todo o seu talento ao alcançar o 7º lugar no Torneio Cultural organizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, representando o Colégio Rio Branco, o que levou Bom Jesus a ficar à frente de municípios como Campos dos Goytacazes, Barra Mansa, Nova Friburgo e São Gonçalo, entre outros.

Dirigiu peças de teatro infantil.

Posteriormente,  foi mestra por cerca de 25 anos no Grupo Escolar Pereira Passos. No Colégio Zélia Gisner, lecionou Psicologia, História, Geografia do Estado do Rio de Janeiro e Elementos de Economia Política. 

Foi professora de 1ª Eucaristia na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, por 20 anos, e uma das fundadoras da Legião de Maria e presidenta da Pia União das Filhas de Maria, entre 1958 a 1960.
  
O ensinamento das lições sempre foi acompanhado da preocupação em formar autênticos cidadãos cristãos, o que fez com êxito, através de sua coerência de vida. 

Na década de 1960, integrou o Clube de Professores, organizado por Clésia Faria Diniz, que chegou a ser Secretária de Educação no governo de Badger Silveira. 

Em 7 de outubro de 1967, seu pai e toda a família receberam a bênção apostólica do Papa Paulo VI.

Exerceu o cargo de Chefe da Inspetoria Estadual de Ensino em nosso município, tendo sido a 1ª mulher inscrita na OAB-RJ em Bom Jesus do Itabapoana.

É oblata do Mosteiro de São Bento, há 18 anos, com o nome de Maria Isabel Paula. 

Oradora erudita e talentosa, sempre era convidada para saudar autoridades que compareciam em Bom Jesus. Compreensiva, nela tudo emana altivez, sempre se impondo pela grandeza de seus gestos, fazendo de sua existência, a cada momento, lições de vida.

A pureza de seus sentimentos nos deixa as mais belas impressões e a convicção de que, através da ternura, é possível construir as raízes necessárias para a edificação de um mundo autenticamente humano.




Por ocasião da véspera de seu aniversário, Maria Isabel Tinoco de Oliveira prestou depoimento histórico ao O NORTE FLUMINENSE, que publicamos a seguir. 


OS ESTUDOS
 

Maria Isabel estudou na Escola Bom Jesus, da professora Amália Teixeira


"Estudei na Escola Bom Jesus, de Amália Teixeira, juntamente com Roberto Silveira, que era interno do educandário, uma vez que seus pais residiam na zona rural. Ali tive as seguintes professoras: Odete Tavares Borges, que dava aulas de desenho e trabalhos manuais; Alice Moreira, que tinha estabelecido uma escola de datilografia; Nenci Borges de Castro; após minha saída da escola, sei que foi professora na escola Maria Ludovina Soares. Dona Regina, mãe de Amália, ajudava nas lições aos alunos. 

Professora Amália Teixeira, diretora da Escola Bom Jesus



 Odete Tavares Borges foi professora de Maria Isabel Fragoso
Estudei no Internato Santa Marcelina, em Muriaé (MG), onde me inscrevi no curso Propedêutico, preparatório para o Curso Normal. Retornei a Bom Jesus do Itabapoana, onde cursei a Escola de Comércio do Colégio Rio Branco. 

Maria Isabel na Escola de Comércio do Colégio Rio Branco





Em 1959, formei-me em Direito pela UFF (Universidade Federal Fluminense), turma Clóvis Bevilaqua. Comigo, formaram-se, também, os bonjesuenses Tito Lívio Seródio e Dalton de Oliveira Almeida.



Fui professora do Grupo Escolar Pereira Passos por 25 anos, até me aposentar. Fui, também, professora de 1ª Eucaristia, na Igreja Matriz Senhor Bom Jesus, entre 1948 e 1975. 

Maria Isabel e seus alunos do Grupo Escolar Pereira Passos


Na década de 1960, integrei o Clube dos Professores, criado por Clésia Faria Diniz, que chegou a ser Secretária de Educação, no governo de Badger Silveira. O Clube era integrado por cerca de 18 professoras que realizavam viagens culturais a diversas regiões. Uma das viagens marcantes foi para Minas Gerais. Eu costumava   compor paródias e, na ocasião, fiz uma intitulada "Salve Minas, orgulho do povo brasileiro", sobre uma música de carnaval de Pernambuco. A paródia fez muito sucesso no grupo e nas pessoas que a ouviam. A letra era a seguinte:

Iremos às Alterosas
Ver Belo Horizonte
Ouro Preto visitar.
Em Nova Lima
Nós veremos Morro Velho
E o minério
Na antiga Sabará.

A nossa excursão é educacional
E também recreativa
Das artes nós queremos visitar
As obras de Aleijadinho.

Salve, salve, salve Minas!
Tu és o coração
De ouro a palpitar
Orgulho do povo brasileiro!


SEUS PAIS: ANTÔNIO TINOCO DE OLIVEIRA E IZABEL FRAGOSO DE OLIVEIRA





Papai  foi o primeiro presidente da Câmara dos Vereadores de Bom Jesus do Itabapoana, após as eleições democráticas de 1947. Ele estabeleceu a Casa Tinoco, loja que, nas décadas de 1920 e 1930, vendia linho belga, casemira inglesa, canivete alemão roger, tesoura alemã solinger, entre outros itens. Era, na verdade, um empório, onde se vendia também bacias e urinol. No chão da loja, havia um alçapão,  que era aberto levantando-se duas tábuas, onde se guardavam os fumos de rolo.  Meu pai costumava acolher fregueses com problemas e dar orientações para eles.

O piano alemão Essenfelder é uma das relíquias da residência de Maria Isabel




No início, a nossa casa era ligada à loja. Posteriormente, contudo, meu pai fechou a porta de acesso entre ambas.  

Pessoas que realizavam funerais costumavam comprar da loja de meu pai tecidos para forrar os caixões, após medirem os falecidos. Adquiriam também galões (fitas). Essas pessoas faziam caixões, tomando as medidas dos falecidos e forravam com o pano comprado na loja de meu pai. O funeral de "seu" Pedroca foi realizado com tecidos e galões adquiridos na Casa Tinoco.

Casa Tinoco, na década de 1930


Papai alugava animais para viajantes. Ele tinha, geralmente, cerca de três animais. Um deles se chamava Calçadinha. Marchava bem, embora fosse coiceira. Na época, era costume o padeiro passar e deixar os pães nas janelas. Certa vez, Calçadinha comeu o pão de várias casas. Os proprietários foram reclamar com  meu pai. Mamãe contava que, certa vez, viu meu pai acariciando a cara de Calçadinha e dizendo o seguinte: 'Obrigado, Calçadinha. Você ajuda a dar o pão aos meus filhos".

Antônio Tinoco em uma de suas propriedades




O lugar de passeio de mamãe e dos filhos era a loja, dentro da qual, costumávamos mexer em tudo, o que fazia com que meu pai, às vezes, ficasse aborrecido com a algazarra. Haviam sabonetes das marcas Lever e Eucalol, que costumavam enviar figurinhas de bandeiras de países, com os nomes dos mesmos e respectivas capitais. Nós abríamos as caixas e pegávamos as figurinhas. Em certa ocasião, os sabonetes passaram a trazer fotos dos artistas dos EUA. Nós ficávamos maravilhados e pegávamos também essas figurinhas. 



Como a rua não era calçada, todo o dia, pela manhã, meu pai salpicava água na loja, com vidro e rolha furada. Depois,  varria-se o chão. Dario Vieira Borges chegou a ser sócio de meu pai. Como meu pai comprou sítios, passou a dedicar-se à atividade rural. Assim, fechou a loja, desfazendo a sociedade. Dario acabou fundando, em seguida, A Social.

Maria Isabel e uma das salas de sua residência



Papai lutou pela 2ª emancipação de Bom Jesus, reunindo-se com líderes políticos. Certa vez, na estância da água mineral Avahy, em Itaperuna, reuniu-se com Boanerges Borges da Silveira e Antônio Dutra, para tratar de nossa emancipação.

Amaral Peixoto vinha, às vezes, à minha casa. Meu pai era amigo e primo de Zezé Borges e nossa casa era mais central para promover a recepção. Celso Loureiro, meu cunhado, costumava preparar um coquetel especial para a comitiva.



Palacete de Maria José, tia de Maria Isabel, e Malvino Rangel, foi transformado em Fórum. Em 1940,  recepcionou Getúlio Vargas Filho
  
Bom Jesus era uma cidade simples, mas tinha seus encantos. Minha tia Maria José e Malvino Rangel, que trabalhava na Coletoria, residiram no palacete que, depois, foi adquirido pelo estado, e funcionou como sede do Poder Judiciário, por um certo período. Foi ali que foi recepcionado Getúlio Vargas Filho que, aliás, se hospedou na casa onde  mora atualmente  Wilson Carrereth. Alzira Vargas, a outra filha de Getúlio Vargas, esposa de Amaral Peixoto, também costumava vir a Bom Jesus, em decorrência da amizade de Amaral Peixoto com Zezé Borges, que foi prefeito e deputado.

Em relação a Padre Mello, sei que ele sofreu muito com a doença que teve, mas nunca reclamou de nada. Ele faleceu resignado, desprendido, humilde e pobre.




A LIÇÃO MAIOR


Nossa casa é meio conventual. Ainda hoje mantemos o oratório que minha mãe possuía em seu quarto. Aprendemos a levar uma vida simples. Uma de minhas satisfações é ver que, até hoje, ex-alunos me encontram  e dizem 'minha eterna professora'. Aliás, uma de minhas alunas, certa vez, presenteou-me com um anjinho. Ela disse: 'É um anjo para meu anjo protetor'.

O presente de uma aluna: "Um anjo para meu anjo protetor"

 Carrego comigo um lema: amar muito, para viver feliz. Posso dizer que sou uma pessoa feliz, porque amo muito as pessoas, por amor a Deus".


Maria Isabel e o oratório de sua mãe: "sou feliz porque amo muito as pessoas, por amor a Deus"













quinta-feira, 23 de abril de 2015

152 ANOS DE PADRE MELLO, UM GÊNIO DA CIVILIZAÇÃO E DA CULTURA




Dia 27 de abril: 152 anos de seu nascimento




















Hino do Colégio Rio Branco foi composto por Padre Mello, em 1945 (www.espacoculturallucianobastos)




Padre Mello foi escritor, poeta, redator do jornal "Meu Campinho" e responsável pelos  registros de propriedade em nossa região.

Foi também músico e compositor, sendo o autor do hino do antigo Colégio Rio Branco.


Além disso, era conhecedor de técnicas de engenharia e, em vista disso, construiu as duas torres da Igreja Matriz, e orientava na construção de prédios. Possuía, também, conhecimento dos métodos de plantação de café, razão pela qual promoveu a orientação no cultivo do mesmo. Foi, ainda, ativista político na luta pela segunda emancipação de nosso município, ocorrida em 1º/01/1939.

O escritor bonjesuense Octacílio de Aquino, escreveu, em 1942, que, certa vez, uma criança dissera a seus pais "- O que eu quero é estudar para Padre Mello", o que  indica a grande influência que o pároco português exercia sobre as novas gerações de então.

O poeta Elcio Xavier, que foi coroinha da Igreja na época de Padre Mello, testemunhou, em seu livro de memórias que ainda será lançado, que o pároco era "um verdadeiro homem de Deus".

Ruth Fragoso de Azevedo Silveira, por sua vez, em depoimento sobre o vigário, disse que ele "convivia com os meus avós paternos e maternos, por eles serem conterrâneos". Além disso, registrou que "Padre Mello fez voto de pobreza. Seus pertences eram doados por amigos. A partir de certa época, ele foi morar em um pequeno quarto localizado ao lado da Igreja Matriz. Foi ali que ele faleceu, na mais absoluta pobreza".

Conhecer a vida de Padre Mello, sua obra e seu legado de humanismo, constitui, portanto, um estímulo sempre atual para imitá-lo.








A seguir, publicamos obras poéticas de autoria de Padre Mello distribuídas pela Gráfica Gutenberg Ltda no dia 13 de agosto de 1953, por ocasião da inauguração do busto do pároco. 

Finalizamos nossa matéria com depoimentos de Elcio Xavier, Georgina de Mello Teixeira, a Dona Nina, Ruth Fragoso de Azevedo Silveira, Maria Apparecida Viestel e Francisco Verdan Corrêa Neto sobre  Padre Mello.



















 












  ELCIO XAVIER

Elcio Xavier e túmulo de Padre Mello, no interior da Igreja Matriz, no dia 02/05/2014



PINÇADOS DE “LEMBRANÇAS”*
Pág.5
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“Minha brusca mudança para Bom Jesus aos sete anos estava envolta em ligeiro mistério e muita curiosidade. De repente deixara o valão de águas inquietas; o canário do oitão da casa que ficava azul quando a chuva banhava suas alvas paredes; as estripulias pelo campo de distantes horizontes montado no leal parceiro “Ventania”... Ganhara uma residência com alpendre e alçapão sem luz; o morro para empinar papagaios; o fabuloso pomar de meus avós; a Escola (Ah! A Escola!) onde aflorou a timidez que levarei ao túmulo; e a Igreja com suas velas bruxuleantes e um Padre, figura sóbria de gestos e um olhar de paz, metido numa batina preta. Um padre, o Padre Mello, do qual me ocupo antes da Escola, por sua influência, silenciosa e quase imperceptível,que balizou meus dias de menino: o catecismo, o Círculo São Luiz de Gonzaga com suas opas vermelhas, a primeira subida à torre, onde em plácida quietude estavam os sinos que ora chamavam, estrepitosos, para as missas ou as ladainhas, ora murmuravam nas Ave Marias ou espalhavam o cantochão da morte para a derradeira viagem.
         Era um orgulho especial vestir a opa na Sacristia da Igreja, cercado pelos colegas e logo em seguida estar no altar durante a ladainha. Mas frustrava-me não acender o turíbulo para espargir o perfume do incenso pelo templo.
         Certa vez, já no ginasial, procurei Padre Mello e lhe pedi um artigo para o jornalzinho que fundáramos no colégio, uma escola de um protestante, o competentíssimo Professor Orlando. Recebeu-me com aquele jeito tranquilo, indagou do nosso propósito e ordenou que o procurasse na manhã seguinte. E, de fato, duas laudas sobre “QUE” nos aguardavam, além do sorriso puro e um abraço que ainda me comove. Padre Mello era um verdadeiro homem de Deus, um ecumênico, pleno de saber e amor ...”


*Trechos extraídos de “Lembranças...”, livro de memórias de Elcio Xavier.


GEORGINA MELLO TEIXEIRA, A DONA NINA





Sempre que me recordo do Padre Mello, me vem à lembrança a música, afinal este era um vínculo forte entre ele e os musicistas da Igreja Matriz, pois ele também era músico e, por isto, me vem à cabeça o seguinte: certa vez, cantávamos a missa da Festa de Agosto e, como é comum, devido à grande emoção da cerimônia, errar a melodia, Padre Mello voltou-se para o coro - neste dia tocava o órgão minha irmã Yole - e disse com muita convicção: '- Podes repetir este compasso para acertá-lo?'

A sua percepção musical, seu vozeirão e seu canto, muito contribuíram para o crescimento musical litúrgico.

Lembrar de Padre Mello, que deixou seu país e veio para o Brasil, nos ajuda a compreender, através de sua missão, o sentido da Campanha da Fraternidade deste ano: 'Eu vim para servir'. E é isto: Padre Mello serviu a Deus em nossa cidade tão distante de sua própria; deixou amigos, mas os fez vários aqui; recebeu carinho dos seus em sua partida rumo a Bom Jesus e o depositou todos a nós bonjesuenses; incentivou-nos a participar da vida em comunidade e da Igreja como bom pastor a cuidar de seu rebanho e... os seus, lá em Portugal, com certeza o têm em suas  memórias, e nós, aqui, o temos em nossos corações.


  RUTH  FRAGOSO DE AZEVEDO SILVEIRA







Eu conheci Padre Mello quando eu era muito pequena. Nasci em 18 de agosto de 1923. Fui batizada por ele, assim como minhas quatro irmãs.

Foi ele quem oficializou o casamento de meus pais José e Hermínia, e das minhas irmãs mais velhas. Não realizou o meu, por ter sido levado ao descanso eterno. Padre Mello se adaptou ao convívio da nossa Vila, por ter encontrado pessoas como ele vindas das belas paragens de Portugal.

Convivia com os meus avós paternos e maternos, por eles serem conterrâneos. Intelectual, além de sacerdote que com muito zelo conduzia seu rebanho para o bem.

Matemático, escritor, poeta, agrimensor, professor. Por algum tempo, administrou aulas de português no Colégio Rio Branco. Exigente com a nossa língua, nos dava muita bronca quando não sabiam conjugar um verbo, ou não sabíamos análise sintática.

Guardo suas poesias com carinho. Ele era apaixonado pela Festa de Agosto, ocasião em que a Igreja distribuía alimentos aos pobres. Era frequentador do lar de meus avós Manoel Antônio de Azevedo Mattos e Dª Terezinha. Meu avô, como bom português, sabia receber seus visitantes com bons vinhos.

Minha avó materna, filha de portugueses, era casada com o professor José Cândido Fragoso, e, ambos, tinham o vigário como um grande amigo, que sempre frequentava sua residência.

Todos os filhos de meus avós foram batizados por ele. Por ocasião da morte de minha tia Inhá (Maria Tereza), sua presença foi primordial naquele momento de tanta dor. Sua afeição por minha família era de muito amor. Deixou, para aliviar nossa dor e sofrimento, um lindo poema intitulado 'Gottas de Balsamo', escrito em 1902.

Certa vez, quando coroei Nossa Senhora, eu e minhas amigas fomos um fracasso, porque erramos tudo. Ele não gostou, chamou-nos e disse com o sotaque português: 'Não ensaiaste bem!' Morri de vergonha! Eu queria confessar, era pequenina, nem sabia ler. Quando terminava a confissão, ele dava um papel escrito com o ato de contrição. Como eu não sabia confessar e muito menos ler, minha 1ª comunhão foi ele quem oficiou.

A irmã de Padre Mello, Maria Júlia de Mello, conhecida como Dona Mariquinha, veio com ele para Bom Jesus juntamente com Dona Cândida, mulher de posses e patroa de Mariquinha, que ajudou Padre Mello em sua ordenação. Mariquinha e Dona Cândida costumavam fazer um delicioso pão caseiro que era muito apreciado pelo pároco. Além disso, todos os dias, por volta das 15h, elas também vendiam o pão, para ajudar a manter os serviços da Igreja. Por este motivo, ele passou a ser chamado de Pão do Padre. 

Francisca Menezes, a Chiquita Menezes, era o braço direito do vigário. Ela era minha madrinha muito querida. Por sua mão, eu ia à Matriz aprender o catecismo e me preparar para a vida religiosa. Era membro da Irmandade de Santa Terezinha, Filha de Maria ardorosa. Vivia para servir. Caridosa, estava sempre cuidando das pessoas doentes. Quando Padre Mello adoeceu, foi tratado por ela, com todo o carinho.

Padre Mello fez voto de pobreza. Seus pertences eram doados por amigos. A partir de certa época, ele foi morar em um pequeno quarto localizado ao lado da Igreja Matriz. Foi ali que ele faleceu, na mais absoluta pobreza.
Está aí o relato da vida deste Padre Mello que se tornou um mito em nossa cidade.



DONA MARIA APPARECIDA DUTRA VIESTEL



Maria Aparecida Dutra Viestel, neta do 1º Prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, Pedro Gonçalves da Silva Jr., conhecido como Cel. Pedroca



Padre Antônio Francisco de Mello - recordações

Fui batizada pelo Pe. Mello em 20 de janeiro de1931 e dele recebi a primeira Eucaristia em 29 de junho de 1941.

De 1941 a 1945, período do antigo primário e ginásio no Colégio Rio Branco, sua presença era constante nas reuniões do Grêmio Estudantil, onde ele, às vezes participava incentivando os alunos, e também sendo homenageado.

Na minha turma de ginásio, quando o professor de latim passava uma tarefa difícil, algumas colegas iram pedir ajuda a ele.

Nas comemorações cívicas do município, ele estava sempre presente, aplaudia e aproveitava para enaltecer a pátria.

Na Farmácia Normal, sua presença era constante para trocar ideias com meu pai, Antônio Dutra, e com os amigos que frequentavam a Farmácia, onde haviam dois bancos confortáveis, em que os 'fregueses' discutiam os assuntos de política e literatura.

Suas pregações eram tão eloquentes que, até hoje, me lembro de sua voz dizendo: 'Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus..." 



FRANCISCO VERDAN CORRÊA NETO
(de Petrópolis/RJ)





Fiquei muito contente ao ler a notícia do lançamento de "Obras de Padre Mello", no dia 7 de agosto. Espero poder estar presente pois tais obras me interessam muito. Há longo tempo eu sonhava que um dia fosse publicado.

Isto me lembra quando, ainda muito jovem, saíamos da zona rural do Cubatão, localizada no 1º distrito de Itaperuna (RJ), todos os anos, e íamos no dia 15 de agosto assistir a Festa de Bom Jesus, no início da década de 1940.

Havia um comerciante lá no Cubatão - Sr. Sebastião Máximo - genro de Castorino Bon (uma família de origem suíça) - que possuía um caminhão. Para a ocasião, ele colocava tábuas transversais na carroceria do caminhão e fazia um toldo de lona (para proteção contra o sol ou chuva), e nossa família enchia esse caminhão (entre os nossos primos, um grupo assinava Cordeiro de Mello), descendentes de um meu tio-avô - Antônio Corrêa Branco -  que era casado com u'a Mello, na Lomba de Maria, Ilha de São Miguel, Açores. Uma filha desse casal, sobrinha de um avô - Antônio Corrêa de Mello - veio morar na fazenda do meu avô, no Cubatão, e deixou descendência numerosa.

Naquela época, a estrada para Bom Jesus passava pelo Bambuí e a Serra do Himalaia, e entrávamos em Bom Jesus pelo norte. Ao chegarmos, a primeira coisa que fazíamos era ir à Sacristia cumprimentar o Padre Mello, e meu pai fazia questão que lhe beijasse a mão e fosse abençoado por ele.

Participávamos das alegrias da Festa e, já noite, retornávamos ao nosso lar.

Isto se repetia todos os anos e, num certo momento, essa viagem se interrompeu e eu nunca soube o porquê. Agora (estou com 82 anos de idade), posso imaginar o motivo: o falecimento do Pe. Mello. A motivação da viagem terminou.

Então, a minha presença em Bom Jesus a 7 de agosto, será a minha homenagem à memória de Pe. Mello.