sábado, 15 de dezembro de 2012

O RETORNO DA LUZ DO MONTE AZUL




 Antonio Gabriel de Figueiredo, nascido em 18 de março de 1905, na Fazenda São Cristóvão, no distrito de Rosal, publicou, em 1990, o livro "Céus do Outono" em que relata sobre o seu encontro com a Luz do Monte Azul. Conta ele:

Antonio Gabriel de Figueiredo viu a luz do Monte Azul
           


 " Meu pai sempre disse: no dia em que ela aparecer, você vai levar um susto. E assim aconteceu.
Numa noie, eu estava na janela da nossa moradia, na zona rural de Rosal de Sant'Ana, quando vi aparecer a luz, com muita luminosidade, clareando as folhas e os ramos. Tão intenso era o brilho, que transformou a noite escura em um quase dia, clareando tudo ao redor".

 Antonio Gabriel tenta uma explicação para o fato: "penso ser decorrente da existência de algum mineral no subsolo, o que também nunca foi provado" (fl.66).


LUZ MISTERIOSA


Em dezembro de 1998, Oravio de Campos escreveu um artigo no jornal O Norte Fluminense intitulado "Luz misteriosa nas cercanias de Rosal". No texto, ele discorre sobre " A Luz Azul":

"Um insondável mistério, mais do que integrado à história do norte/noroeste fluminense, como valor de alta expressão cultural, vem desafiando o distrito de Rosal, situado na região montanhosa do município.

Há pelo menos dois séculos uma luz azul, apresentando-se de várias formas - ora como uma bola brilhante e outras vezes como um rabo de fogo movimentando-se no espaço - vem causando espanto, medo, respeito e até admiração da comunidade.

Cada pessoa que jura ter presenciado o fenômeno metafísico faz uma descrição diferente e há uma parcela da sociedade achaando que o surgimento da luz coincide com o minguante da fase lunar, ocasião em que os vales, florestas, desfiladeiros e estradas sinuosas que cortam as montanhas em direção às terras cafeeiras de Varre-Sai ficam no escuro recebendo apenas a luminosidade das estrelas, quando o tempo permite a abertura das cortinas em noite de crendices.

          Edição de dezembro de 1998 de O Norte Fluminense. Acervo: Luiz Tito Nunes

Rosal, arquitetonicamente desenhada no sopé do morro do Cruzeiro, possui cerca de 2.500 habitantes, na vila e nas fazendas São Luiz, Piedade, Santa Fé, Água Limpa e Monte Azul. É justamente nestas posses hoje abandonadas pelos antigos donatários que a luz às vezes se expressa. O octagenário José Nunes fala maravilhas da luz. Muitas vezes guiou pessoas pra lidar nas noites as curas da imensidaão dessas paragens. Só pode ser o espírito da luz.

O advogado e comunicador Antonio Bendia, nascido em Rosal, diz que seus pais viram a maravilha se deslocando sobre as montanhas da região de Monte Azul. O administrador João Servo aclara que o povo fala muita coisa sobre a luz. Estrela partida, encarnação luminosa de alguma pessoa voltada pra o bem, alma penada em busca de orações. E que a luz não é somente guia. 'Quando alguém zomba de sua existência, ela brilha tanto que pode até cegar os mais descrentes'.

Ele continua: 'Meu pai, Levi Crisóstomo da Fonseca, 65 anos, já viu a luz e meu avô, Servo Ferreira Pinto, 98 anos de idade, certa noite, foi surpreendido pela imensa tocha azulada em nossa casa. Éramos pequenos, mas nos lembramos. Ela chegou com brilho imenso e ficamos quietos num canto, olhos fechados, com medo de nunca mais vermos a luz do dia', confessou.

Eva Brittes, governanta de Carlos Nunes, o mais idoso de todos os rosalenses, com 106 anos, disse que 'a luz não tem aparecido porque não mora mais ninguém na fazenda'. A doméstica Ana Rodrgiues, 37 anos, disse que 'a luz, certa vez, iluminou o caminho de um agricultor que levava a mulher já em seu trabalho de parto, para o médico do lugar'. O depoimento de José Marques, 55 anos, conhecido como Zé Mineiro, é também interessante: 'Voltava de Ourânia a cavalo, quando a luz apareceu na estrada. Só assim consegui encontrar o caminho de casa'.

Sandra Nunes em  1957


A agente dos Correios e Telégrafos, Sandra Nunes, a rádio-comunicadora do lugar, disse ter visto a luz sobre os montes que circundam a vila. Em companhia de uma pessoa amiga, residente em Niterói, fez uma vigília, numa noite escura, junto à capineira da Fazenda Monte Azul: 'sempre achei que o fenômeno é provocado por um OVNI'. A vigília não teve resultado, mas, de volta à vila, como não havia energia, ela conseguiu ver bem nítida a bola de fogo no infinito".

Oravio relata ainda o testemunho:: " Junrto a uma curva, Maria Madalena do Amaral, conduzindo uma charrete em direção aos altiplanos, indicou o local de surgimento da luz. Antes, declarou que sua mãe, Maria Pimentel do Amaral, 74 anos, 'muitas vezes, quando voltava da roça, foi beneficiada pela luz misteriosa' ".

OS TESTEMUNHOS DE DALTON VARGAS E ANÍZIO GOMES


Outro testemunho é o de Dalton Vargas, residente em Rosal.  Ele conta que quando tinha 20 anos de idade, estava em um jeep, dirigindo para o fazendeiro Antonio Araújo, por volta das 22 h, indo de Rosal para Varre-Sai (RJ). Quando fez uma curva,em direção à Fazenda Humaitá, "surgiu uma luz, como se fosse uma tocha. Na medida em que aproximávamos da mesma, ela se deslocava. Repentinamente, ela subiu para o pasto e desapareceu". Dalton conta ainda que seu amigo Carlile conta que "quando era solteiro e ia para a casa da namorada a cavalo, viu a luz do monte azul que clareou seu caminho. Em outra oportunidade, após o casamento, ele relata que também viu a mesma luz. Minha mãe, Luzia Roseira Vargas, que morou na região conhecida como Monte Azul, sempre contava que ela e minha tia Julieta viram a luz, que chegava a iluminar a cumieira da casa".

                         Dalton Vargas viu a luz quando tinha 20 anos de idade


Anízio Gomes Pimentel, nascido em 15/12/1937, na Fazenda São Luís, zona rural de Rosal,  viu a Luz do Monte Azul em 1952, quando tinha  15 anos de idade. "Eu estava com o tio Antonio  Araújo Leite e o primo Antonio Armando, tirando leite num curral, às 5 h, e tudo estava escuro. Eis que um menino de 10 anos apareceu e disse: Luz, aparece!" Repetinamente, tudo clareou".

                Anízio Gomes Pimentel viu a luz quando tinha 15 anos de idade


Anízio relata que "Tia Amélia (Amélia Lacerda de Oliveira), por sua vez, dizia que certa
vez, vinha, à noite, a cavalo, com seus filhos pequenos, da região de Cruz da Ana, em Varre-Sai. Uma tempestade teve início e, repentinamente, um vento forte tirou a capa que estava sobre o cavalo cobrindo os filhos, e levou-a ao chão. Tia Amélia dizia que falou assim: 'Luz do Monte Azul, você que aparece para tanta gente, poderia aparecer agora'. Neste momento, uma luz surgiu no meio da escuridão e revelou onde a capa tinha caído. Tia Amélia pegou, então, a capa, cobriu as crianças, e pôde prosseguir até sua casa".

O RESSURGIMENTO DA LUZ DO MONTE AZUL


Há vários anos, contudo, tornou-se comum afirmar sobre o desaparecimento da Luz do Monte Azul, que inspirou os nomes de uma fábrica de laticínios e de uma marca de café.

A reportagem de O Norte Fluminense esteve na região e, pelos depoimentos colhidos, pode-se concluir que a Luz do Monte Azul retornou à região, ou passou a mostrar presença em uma área específica da mesma.

Com efeito, Osvaldo Amaral  conta que sua esposa Amália Pires do Amaral e sua mãe Maria Guaris do Amaral, viram uma claridade percorrendo de um ponto a outro, entre os morros, há cerca de 4 meses atrás. Elas chamaram a atenção de Osvaldo que também viu a iluminosidade percorrer próximo ao chão e desaparecer ao chegar a uma elevação de terra.

Oswaldo Amaral e o Monte Azul aos fundos: ele e a mãe, Amália, viram a luz este ano.


Segundo Osvaldo, "antigamente, havia parteiras que eram buscadas em suas casas, altas horas da noite. No percurso, a luz do monte azul aparecia e clareava o caminho até que as parteiras chegassem ao seu destino". Por outro lado, Osvaldo lembra a opinião de sua mãe, para quem, segundo a qual "a luz não aparece para quem não tem fé".

LUZ ILUMINOU CASARÃO 


Outra pessoa que não só viu a luz, mas como teve o casarão, construído no século XIX, onde mora, invadido por ela, foi Manoel Boechat, proprietário do Sítio Monte Azul, onde ficava a sede da fazenda do mesmo nome. Ele é filho de Filomena da Silva e de Lourival Boechat. As avós são: Arminda, por parte da mãe, e Galdina, por parte de pai. Possui dois filhos: Juliano e Leonardo.

Conta ele que, certa noite, estava deitado, quando sua esposa, Penha, exclamou a ele: "Querido, abra os olhos para ver a luz!". Manoel abriu os olhos e "vi tudo claro, como se fosse um farol iluminando o interior de minha casa. Era um clarão meio azulado. Olhei para fora e procurei ver de onde a luz estava se originando, sem êxito. Aí me lembrei da afirmação dos antigos de que se acendêssemos o interruptor, a luz desapareceria. Fui à sala e liguei a luz. Quando eu desliguei, tudo ficou escuro de novo". Este fato, segundo Manoel, ocorreu há cerca de um ano atrás.



                  Sede da Fazenda do Monte Azul, construída na época imperial


                                Manoel Boechat: "a luz entrou em minha casa"


Há dois anos, por volta das 22h30min. ele viu a mesma luz, quando se dirigia para sua casa: "Repentinamente, tudo ficou claro, no meio do caminho, sem haver uma lâmpada. Assim que me aproximei de minha casa, a luz desapareceu". Ele conta, ainda, que sua própria esposa vira, há dois anos também, a mesma luz, quando retornava para sua casa, por volta das 22h. "Como a noite estava muito escura, ela ficou com medo de cobra. Repentinamente apareceu uma luz que clareou tudo e ela pôde caminhar até em casa. Em seguida, a luz desceu para a vargem e desapareceu."



LUZ DO MONTE AZUL EM VARRE-SAI (RJ)




Monte Azul em Varre-Sai


Seguindo a estrada e chegando ao município de Varre-Sai (RJ), há depoimentos que revelam que, naquela região, a Luz do Monte Azul tem sempre se mostrado presente com toda a sua força. Na zona rural da Fazenda da Paciência, da maior cidade italiana do Estado do Rio de Janeiro, há também, coincidentemente, um monte de nome "azul".

Jaimar e Maria Aparecida: "a luz do Monte Azul aparece com frequência em Varre-Sai"
De acordo com o casal Jaimar e Maria Aparecida, que moram na fazenda, "há uma luz que aparece com frequência, ela surge de uma grota e desaparece na pedra do Monte". Outro depoimento é o da jovem Sheila Rodolfi, que reside na cidade: "já vi, algumas vezes, a luz do Monte Azul, quando eu estava andando pelas ruas de Varre-Sai".



"Luz nasce em grota...

  

e desaparece na pedra do Monte Azul..."



Seja qual for a explicação, a Luz do Monte Azul se incorporou ao imaginário das pessoas, trazendo emoção e deslumbramento às gerações de moradores da região. (fotos da Fazenda Paciência em Varre-Sai tiradas por Maria Bernadete Rodolfi)






12 comentários:

  1. Essa luz era um fenômeno da região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. Muitos parentes antigos relataram o fato. Parece que era algo espiritual que atendia a comandos. Pessoas de vários credos atestavam as ocorrências.Não é folclore.O fato era notório até os anos 40!

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  2. Eu sou de lá do monte azul e meus avós, meus pais e tios falaram que viram também essa luz

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  3. Eu sou de lá do monte azul e meus avós pais e tios já viram e faltaram sobre essa luz

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  4. Oi boa noite meu esposo e nascido ai em bom Jesús de itabapoana e veio para niteroi bem pequeno e esta a procura de suas irmas luiza Helena. E maria aparecida filhos de maria de souza e Francisco Alcides da silva. Que trabalhavam na fazenda de sr.toninho araujo se caso poderem me ajuda agradeco. Meu número e 021 971619833 se caso poderem a me ajuda a encontralas agradeco muito

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  5. Oi boa noite meu esposo e nascido ai em bom Jesús de itabapoana e veio para niteroi bem pequeno e esta a procura de suas irmas luiza Helena. E maria aparecida filhos de maria de souza e Francisco Alcides da silva. Que trabalhavam na fazenda de sr.toninho araujo se caso poderem me ajuda agradeco. Meu número e 021 971619833 se caso poderem a me ajuda a encontralas agradeco muito

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  6. Oi boa noite o sr mora em bom jesus de itabapoana

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  7. Oi boa noite o sr mora em bom jesus de itabapoana

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  8. Morei no monte azul roça, até meus quatro anos depois fui para Guaçuí espírito Santo agora moro em volta Redonda rj

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  9. Tenho o privilégio de estar em Rosal, na casa do meu sogro Anísio oliveira

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  10. Meu avô viu e escreveu sobre 'a luz fo monte azul' nome:ANTÔNIO GABRIEL DE FIGUEIREDO.

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