Chegam pelo correio de tempos antigos, em papel que quase guarda o cheiro da memória, as cartas de Aristides de Azevedo Raggi, lá do município mineiro de Ipanema.
Ele escreve como quem conversa na varanda, entre um gole de café e um fiapo de saudade.
“Continuo gostando bastante do jornal”, diz. E acrescenta: “é verdadeiramente um banho de história e nostalgia, discorrendo sempre sobre os cidadãos antigos e políticos de valor daí de Bom Jesus e da região.”
Não é a primeira vez que Aristides nos escreve. Em outra carta, sua voz já ecoava calorosa:
“Eu sou apaixonado por História. E vejo todos os meses no nosso jornal a preocupação com os grandes homens do passado, as famílias tradicionais, os feitos de outrora.”
E assinava como quem sela um pacto: “contem sempre com o meu apoio.”
Em suas palavras há um fio invisível que nos liga. Aristides não está apenas elogiando um jornal; está reconhecendo um gesto de resistência, de memória, de fidelidade à cultura. Ele enxerga no jornal aquilo que, muitas vezes, o próprio tempo tenta apagar: a lembrança dos que construíram, sonharam, lutaram.
O Norte Fluminense nasceu com esse compromisso. Não de correr atrás da pressa dos dias, mas de resgatar o que permanece. Nossa linha editorial é um rio de cultura, de história, de presença constante nos eventos que celebram a memória.
Se Aristides nos lê em Ipanema, é a prova viva de que o jornal encontra seu destino: cantar e pintar a nossa aldeia, como ensinou Tolstói, até que o mundo a reconheça.
O jornal O Norte Fluminense acredita, com a firmeza dos que se guiam pela história, que a cultura é instrumento de união e de libertação.
Por isso, guardamos cada carta de Aristides como quem guarda uma relíquia. Porque nelas está a confirmação de que vale a pena seguir, escrevendo, resgatando, lembrando.
E respondemos com gratidão: um abraço, Aristides, até a próxima.


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