domingo, 16 de maio de 2021

Centro de Estudos Luso-Açoriano Manuel Ignácio da Silveira ganha sua sede


 O Centro de Estudos Luso-Açoriano Manuel Ignácio da Silveira, bisavô dos ex-governadores Roberto e Badger Silveira, oriundo da Ilha do Pico, nos Açores, acaba de ganhar sua sede, agora localizada no Memorial dos Açores, no mesmo espaço onde está situado o Museu do Imigrante, na rodovia Bom Jesus-Apiacá.


O presidente do Centro de Estudos é o dr. Antonio Soares Borges, conhecido como "Embaixador", por fazer a ponte entre Bom Jesus, Portugal e o Arquipélago dos Açores (Portugal insular).

O pesquisador Dr Antonio Soares Borges é presidente do Centro de Estudos Luso-Açoriano Manuel Ignácio da Silveira

Filho de Cid Bastos Borges e Margarida Maria Soares Borges, Antonio Soares Borges é descendente, pelo lado materno, dos
portugueses Antonio Corrêa Soares e Maria José do Carmo, originários  de São Pedro de Castelões, Vale de Cambra, Portugal, e, pelo lado paterno, do açoriano Francisco Lourenço Borges, oriundo da Ilha Terceira.


A Biblioteca do Memorial foi outra construção recentemente concluída.

O Memorial dos Açores constitui-se num Complexo de edificações, que está sendo implementado por outro descendente dos Açores, dr. Nino Seródio, cujos antepassados vieram da Ilha de São Miguel.




Dr Nino, além de apaixonado visionário do Complexo Museu do Imigrante e Memorial Açoriano do Vale do Itabapoana, é o Vice-presidente do Centro de Estudos. 

Ele implementou um importante trabalho de pesquisa sobre sua família. No Memorial, há documentos a partir de seu pentavô, Manoel Vieira, casado com Paula Correia, nascido no dia 14 de junho de 1764, na ilha de São Miguel, no Arquipélago dos Açores.


A sala Joaquim Moreira, seu avô materno, é um setor dedicado à família Moreira.

Há um espaço dedicado ao seu irmão Jacinto, falecido há poucos anos, onde se vê sua coleção de DVDs. "Aqui vai ser um local propício para a degustação de vinhos e para assistir vídeos", assinala.

Há a Sala da Academia, com poesias do Dr. Ayrthon Borges Seródio, fundador da Academia Bonjesuense de Letras, onde os membros poderão se reunir para encontros literários.

Há, ainda, a sala médica, em homenagem ao festejado dr José Vieira Seródio, e aos "30 médicos da família, discípulos de Hipócrates".

Dr Nino estabeleceu também um setor dedicado à Lira Operária Bonjesuense, conhecida como "Furiosa".

A Sala dos Brasões acolhe os emblemas dos países e famílias que se estabeleceram na região. 

O espaço para os namorados, contendo o belo soneto "Aqueles Olhos", do grande escritor bonjesuense Octacílio de Aquino, um dos mais brilhantes discípulos de Padre Mello, é outra pérola do Memorial.

             Aqueles Olhos...


                Octacílio de Aquino


Aqueles olhos me disseram mais
Do que as palavras que ela me dissesse...
Dentro daquelas órbitas parece
Que há um turbilhão de coisas imortais...

Aqueles olhos me rezaram a prece
E me ensinaram as pompas rituais
Do amor que, antecipando madrigais,
Aos primeiros olhares aparece...

Aqueles olhos são, na dona deles,
Como as cruzes serenas de uma ermida:
Eu gosto dela porque creio neles...

Ah! Se eu pudesse conseguir, Senhor,
Aqueles olhos para a minha vida,
Aqueles olhos para o meu amor!

Uma capela, com arte de Raul Travassos,  outro gênio de nossa cultura, receberá o nome de Mãe de Deus, em memória da capela da ilha de São Miguel de mesmo nome, onde seus antepassados frequentaram.

No Memorial, pode ser encontrado, também, artesanato dos Açores, onde o dr Nino esteve por três vezes.

Um parque para crianças já foi estabelecido no interior da área, assim como uma área que lembra uma vila.

Pode-se encontrar no espaço livre do Memorial uma homenagem a Nossa Senhora de Fátima e uma réplica da roda d'água, em memória da célebre poesia de Iracema Seródio. 

Roda D'água ( Paisagem de Pirapetinga)

      Iracema Seródio Boechat

Barulho de comportas marulhantes,
Pingos d'água orvalhando a ramaria,
É tua faina, diária, ofegante,
Na jornada sem par de cada dia.

E a água cai sonora, deslumbrante,
Em meio às flores em policromia.
Como és feliz, assim, cantarolante!
Na jornada sem par de cada dia.

E se despede o dia. E a noite chega.
E do meu leito embalo a nostalgia.
Cessa a jornada igual de cada dia.

Cessa a jornada. O fim do dia é mudo.
E assim ficamos quietas de repente:
Só as lágrimas caem do olhar da gente...

Um setor do Memorial recordará o período em que o dr Nino Seródio foi vice-prefeito de Carlos Borges Garcia, em Bom Jesus do Itabapoana, entre 1997 a 2000.

No local, estão previstos a instalação de uma lanchonete e de banheiros para receber visitantes.

Um salão para encontros e festas está sendo construído. Uma piscina já foi concluída. Em breve, dr Nino pretende construir chalés, estabelecendo também uma pousada, que dinamizará economicamente a região.

Dr Nino Seródio exerceu a medicina no município de Apiacá por 10 anos. Há 20 anos, exerce a profissão em Cachoeiro de Itapemirim(ES).

Com sua monumental obra, segue a tradição açoriana, que  fixou, no distrito de Pirapetinga de Bom Jesus, o precioso Museu da Imagem, no dia 2 de dezembro de 1993, através de outro notável médico e um dos maiores escritores do país, dr. Norberto Seródio Boechat, que contou com o apoio de seus irmãos Maria Lúcia Seródio Boechat e dr Agostinho Seródio Boechat, outro admirável médico humanitário.

Padre Mello engrandeceu Bom Jesus do Itabapoana, quando aqui chegou em 1899. Da mesma forma, a família Seródio, e, em especial, os médicos, cujo lema pode ser traduzido assim: um grande médico do corpo tem de ser também um grande médico da alma.

















Dr. Nino Seródio: mais um gênio, cujos antepassados foram oriundos do Arquipélago dos Açores

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