domingo, 4 de setembro de 2022

Os 98 anos de nascimento da saudosa Dona Nina, a eterna musicista






Georgina Mello Teixeira, a Dona Nina, nasceu no dia 10/09/1924, em São José do Calçado (ES), filha de Francisco Camargo Teixeira, o Zico Camargo, e Maria Mello Teixeira.

Seu avô se chamava Francisco Hermenegildo Teixeira de Siqueira, o "Vovô Caxico", o "homem mais rico de São José do Calçado".

Em 1930, a época "pior para o Brasil por causa do comunismo", os
comerciantes "afundaram". Como seu pai possuía uma Loja de Armazém em um dos cômodos da residência, a família acabou mudando para Marapé (ES), atual Atílio Vivaqua, por convite do irmão médico Argeu Camargo Teixeira, em meados de 1939.

Posteriormente, residiu em Cachoeiro de Itapemirim (ES), Muqui (ES) e, a partir de 1943, em Bom Jesus do Norte (ES), em casa construída no ano de 1914, que até hoje pertence à família.

Após a morte de sua mãe, fixou residência em Bom Jesus do Itabapoana em 1960. Primeiramente em uma casa próxima à Praça
Governador Portela. Em seguida, em residência contígua à Rodoviária. Ao final, fixou residência no atual endereço, na rua Vereador João Gomes Figueiredo, onde reside há cerca de 40 anos.

Foi "vovô Caxico" quem "construiu o Serviço de Água e Esgoto em Bom Jesus do Norte, razão pela qual convidou meu pai, Zico Camargo, para administrar a empresa, o que ocorreu até a encampação da mesma pelo Governo do Estado".

Dona Nina se recordou com carinho da "litorina" nome dado à locomotiva da Estrada de Ferro sediada em Bom Jesus do Norte, e administrada por Olívio Bastos. Era transporte muito utilizado para quem se dirigia ao o Rio de Janeiro. Segundo comentários, a litorina encontrar-se-ia atualmente no Museu de Mauá.


                     
Dona Nina apontando para a foto de seu inesquecível pai, Francisco Camargo Teixeira, o Zico Camargo, e Gino Martins Borges Bastos 

Música

Tanto por parte de mãe, como por parte de pai, dona Nina recebeu
influência musical. O tio-avô de Zico Camargo, Joaquim Teixeira
Siqueira Magalhães, o Quinca Magalhães, organizou nos idos de 1905 a Banda Quinca Magalhães, composta por músicos da família. Por outro lado, "Vovô Caxico tocava 4 instrumentos: violão, cavaquinho, flauta e sanfona".

Dona Nina pertenceu à 4a. geração de organistas.

Sua bisavó materna, Georgina Medina Diniz, foi "a 1ª organista de Bom Jesus do Itabapoana e de São José do Calçado".

Carolina Diniz Freitas, a "Tia Salica", de quem teve lições de música, constituiu-se na 2a. geração. Conceição Diniz Mello, a "Tia Conceição", integrou a 3a. geração, enquanto a 4a. geração é composta pela própria dona Nina e por sua irmã Ioli Mello Teixeira. A 5a. geração está representada por Maria Bernadete Teixeira da Silva e por Maria Aparecida Teixeira da Silva.



Dona Nina estudou no Colégio Rio Branco até 1945, cursando o ginasial e o técnico de contabilidade, e foi ela quem redigiu "a primeira ata da CAVIL (Cooperativa Agrária Vale do Itabapoana Ltda)", quando secretariou a entidade por cerca de 3 anos.

Além das aulas com a Tia Salica, em São José do Calçado, recebeu aulas de música em Bom Jesus do Itabapoana, quando tinha 20 anos de idade, tendo como mestra Yveth Soares Diniz, "a 1a. pianista de Bom Jesus do Itabapoana".
Posteriormente, foi convidada a fazer um curso de Canto Orfeônico no Rio de Janeiro por cerca de um ano e meio. Ao retornar a Bom Jesus, foi contratada no ano de 1951, para lecionar no Grupo Escolar Pereira Passos, atividade que continuou realizando por cerca de 20 anos, até se aposentar.

Em 1963, foi criado o Conservatório Brasileiro de Música de Bom Jesus do Itabapoana, por "Pereira Pinto, Olívio Bastos, Ésio Bastos e pessoas do Rotary". A entidade mudou de nome para Conservatório de Música de Bom Jesus do Itabapoana e, posteriormente, já sob a direção de dona Nina, para Escola de Música Levy Aquino Xavier, em homenagem ao "1o. maestro de Bom Jesus do Itabapoana". Pela Escola "passaram cerca de 2.000
alunos, entre eles as proprietárias das Escolas de Música Cristo Rei e JEMAJ, Marisa Xavier e Anízia Maria, respectivamente".

Maria Bernadete Teixeira, sobrinha de Dona Nina, que integra a 5a. geração de pianistas da família,  prossegue os ideais da tia, no comando do Coral de Natal Musicista Nina Melo Teixeira. Foto de 2019.


Dona Nina compôs músicas ao piano e tocou na Igreja há cerca de 60 anos. Ela costumava ensinar aos mais jovens:  "Estudem sempre, sempre, sempre, e coloquem no seu íntimo a música, pois ela é divina"

Falecida no dia 14 de maio de 2016, Dona Nina deixou um extraordinário legado de amor e de devoção ao piano e à cultura.

A ideia da fundação do Museu da Música, em nosso município, que contaria com o precioso acervo deixado por Dona Nina, constitui medida das mais relevantes, para manter viva a nossa rica história e continuar a promoção do desenvolvimento de nossa cultura!




DONA NINA VIVE!

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