terça-feira, 19 de março de 2013


Da Série Entrevistas de O Norte Fluminense
  JOÃOZINHO BORGES, UMA VIDA DE HONESTIDADE E LEALDADE


Joãozinho Borges: história viva e compromentimento social

Filho de José de Oliveira Borges e Maria Ferreira Borges, João Batista Ferreira Borges, o popular Joãozinho Borges, nasceu em 09 de junho de 1933. Seu pai, o famoso Zezé Borges, foi o primeiro prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, nomeado através do Decreto nº. 633 de 14 de dezembro de 1938, assinado pelo Interventor Amaral Peixoto.

Nascido na rua Aristides Figueiredo, nº. 109, fez o curso primário no tradicional Colégio Zélia Gisner, e, posteriormente, cursou o ginásio no Liceu de Niterói. É formado em Administração de Empresas pela Faculdade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro.

Aos 18 anos de idade foi gerente da firma de construção civil de propriedade de seu irmão José Ferreira Borges, João Valinho e Deusdete Tinoco de Resende. Posteriormente, integrou a sociedade, chegando a fundar uma empresa do mesmo ramo em Itaperuna (RJ).

Casou-se em 1º. de dezembro de 1957 com Dulce Tardin Borges, tendo 3 filhos: Gustavo, Jaqueline e Mônica.

Foi comerciante na área de material de construção por cerca de 37 anos. Foi ele quem construiu o primeiro prédio de 4 andares de Bom Jesus: o edifício Ferreira Borges, na Praça Governador Portela, e quem construiu a primeira casa do bairro Lia Márcia.


Joãozinho Borges


Joãozinho Borges dedicou quase toda sua vida às atividades comunitárias, integrando a maioria das entidades beneficentes do município, às quais doava parte de seus rendimentos. Em 1979, recebeu a Medalha de Honra ao Mérito pelos relevantes serviços prestados.

Foi membro do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, membro do Conselho Municipal de Idoso, sócio-fundador do Lions Club, fundador e presidente da Sociedade de Apoio ao Menor Luizinho Teixeira, por 18 anos, até o dia de hoje, participou da fundação da APAE, da Associação Comercial, do Tênis Clube, do Aero Clube, do Olympico e do Ordem e Progresso. Foi eleito membro do atual Conselho Deliberativo do Centro Popular Pró-Melhoramentos, sendo um dos responsáveis pelas mudanças que estão ocorrendo no Hospital São Vicente de Paulo.

Fez importantes doações para entidades. Em 1976 doou 60% do terreno para a construção da sede da Associação Comercial. Em 1978 doou um terreno na Av. Fassbender para o Hospital. Em 1980, doou um terreno para o Conservatório de Música. Em 1985, doou um telefone para a APAE. Em 1988, promoveu uma rifa para a compra de 3 terrenos para a construção do Ginásio Poliesportivo da APAE, que recebeu o seu nome.

Residência de Zezé Borges, antes de ser vendida e demolida


Organizou o primeiro Tele-Curso 1º. e 2º. graus de Bom Jesus e conseguiu financiamento para a construção de 100 casas para pessoas de baixa renda.

Ao lado de sua querida esposa Dulce, companheira dedicada, Joãozinho Borges continua residindo em Bom Jesus do Itabapoana, onde recebe diuturnamente o carinho e o reconhecimneto de toda a comunidade.

Em junho próximo, Joãozinho Borges completará 80 anos de idade, mas mantém atividade social intensa, com verdadeiro ardor juvenil. Pode-se dizer, assim, que Joãozinho Borges segue a missão de seu pai : resgatar os tempos de plena esperança que se iniciaram com a 2a. emancipação de Bom Jesus, no ano de 1939.


Joãozinho Borges prepara o lançamento de dois livros para este ano





 ZEZÉ BORGES POR SEU FILHO JOÃOZINHO BORGES


"Com muito orgulho e felicidade relato uma passagem do livro Bom Jesus, Resgatando o Passado, na qual conto um pouco da história do sr. José de Oliveira Borges, quando este dá início a sua esplendorosa carreira pública, se tornando vereador em 1922, então com 27 anos de idade, ocupando a vice-presidência da Câmara Municipal de Itaperuna (RJ).

Devido à emancipação do município de Bom Jesus do Itabapoana, foi nomeado pelo Decreto no. 633, de 14 de dezembro de 1938, prefeito municipal, onde permaneceu até o ano de 1946. Elegendo-se depuado estadual no ano seguinte, atuou até 1951, quando retornou a ser vere ador, agora na cidade de Bom Jesus do Itabapoana.

Durante essa caminhada política, teve o prazer de fazer amizades importantes e muito gratificantes, se tornando amigo fiel de Ernani do Amaral Peixoto, ex-governador do Estado e senador da República, como também hospedou em sua casa o filho do então presidsente da República, dr. Getúlio Vargas Filho.

Fico exultante em traçar esses comentários e ressaltar que o mesmo, de uma maneira diversa, se encontra narrado no belo trabalho realizado na confecção do livro Bom Jesus, Resgatando o Passado, que conta a história de várias famílias bonjesuenses que foram e são muito importantes para o desenvolvimento histórico e cultural do nosso município, incluindo antigas e recentes do nosso querido e admirado Bom Jesus do Itabapoana.


Em pé: Chico Borges, João Borges, Geraldo, Paulinho, Toninho, Luis Borges, José Borges. Sentados: Mariazinha, Zezé Borges, Marisa e Terezinha. Foto da "Panificadora Família Borges"


Fica o meu pesar de não ter sido incluído na sessão de fotos de antigos prefeitos, o período de 1939 a 1946, ao qual o sr. José de Oliveira Borges foi prefeito nomeado de Bom Jesus do Itabapoana. Acredito que por ser um fato de suma importância histórica para o município, não poderia deixar de ser apresentado aos leitores tal apontamento" (extraído da introdução do "Livro de Provérbios).

Para falar de seu pai, Joãozinho Borges iniciou lembrando de três irmãos: José Campos, Aloísio e Severino:"Órfãos de pai e mãe, eles foram morar na casa de meu pai, sob os cuidados de meus avós, Francisco Borges Sobrinho e Maria Severina Borges, oriundos da Barra do Pirapetinga. José Campos foi, posteriormente, estudar no Rio de Janeiro, e dividiu o quarto com Ernâni do Amaral Peixoto, que acabou se formando como Comandante da Marinha. Este, por sua vez, acabou apresentando-o a Getúlio Vargas, que teve dois filhos: Getulinho e Alzira, que se casou com Amaral Peixoto. Getulinho esteve em Bom Jesus, na casa de Zezé Borges, por cerca de 6 dias. Depois, quando retornou ao Rio de Janeiro, acabou falecendo", esclareceu.

Continua Joãozinho Borges: "O fato é que, por ocasião da emancipação de Bom Jesus, políticos de Itaperuna (RJ) queriam nomear o 1o. prefeito de noss município. Ocorre que José Campos era Ministro de Getúlio e disse a Amaral Peixoto: 'Você vai nomear o meu irmão de criação: José de Oliveira Borges'. Marcada a data de assinatura do decreto de emancipação de Bom Jesus, os políticos itaperunenses esperavam, com festa, a nomeação de seu candidato. Para surpresa deles, contudo, viram a nomeação de José de Oliveira Borges como o primeiro prefeito de Bom Jesus".

Segundo Joãozinho Borges, após concluir o mandato de prefeito, ele foi eleito deputado estadual para o período entre 1946 e 1951. Retornou, depois a Bom Jesus e se elegeu vereador. Em 1955, foi eleito novamente prefeito, cargo que exerceu até o ano de 1958. Em 1962, elegeu-se vereador. Em 1970, com 75 anos de idade, lançou-se candidato a prefeito, tendo como vice-prefeito Esio Martins Bastos, mas perdeu a eleição para Jorge Assis de Oliveira".




Finaliza ele: "Meu pai nasceu na Barra do Pirapetinga no dia 13 de novembro de 1895. Quando ele faleceu, aos 82 anos, seu corpo foi velado em sua residência, e os trinta e dois netos levaram o caixão sustentando-o nas pontas dos dedos até o cemitério. Ele deixou, na época, 74 bisnetos. No dia 13 de novembro de 1995, quando da comemoração do centenário de nascimento de Zezé Borges, foi inaugurado um busto em sua homenagem. Amaral Peixoto, que tinha sido embaixador nos Estados Unidos, se fez presente e disse: 'quando estive na América do Norte, vi a estátua da Liberdade. Hoje, vejo a estátua da Honestidade e da Lealdade".

Joãozinho Borges, seguindo os passos do pai, é exemplo vivo de Honestidade e de Lealdade.

























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