domingo, 3 de outubro de 2021

7 de outubro: os 34 anos de falecimento do historiador Zico Camargo

O historiador Zico Camargo

No dia 7 de outubro, lembramos, com saudades, do historiador Francisco Teixeira Camargo, o Zico Camargo, que faleceu em 1987.

Em 2012, sua filha, a musicista Georgina Teixeira Melo concedeu entrevista ao normal O Norte Fluminense e falou sobre seu pai.

Foi, no ano de 1943, que seu pai, Zico Camargo, passou a exercer a
função de "avaliador do Banco do Brasil", por sugestão de José
Francisco, seu genro, ao então gerente Sebastião Guerra. Exerceu tal função até 1979, quando se aposentou.

Segundo dona Nina, que relembra do pai com contínuo carinho e
admiração, "foi a partir daí que seu pai desenvolveu o dom de
escrever sobre Bom Jesus, uma vez que visitava muitos lugares e
diversas fazendas". Mas, desde criança, Zico Camargo manifestava
"interesse nas letras e nas palavras".

Foi por essas andanças que Zico Camargo descobriu, por exemplo, a "história do Padre Preto" e o "esconderijo de escravos", no distrito de Calheiros.

No caso do "Padre Preto", no início do século, moradores racistas conduziram o pároco, que era negro, para um bote sem remos, e o lançaram ao rio, para que a correnteza o levasse até a morte, assim que caísse na queda da Cachoeira da Fumaça.  "Milagrosamente, contudo, o padre realizou orações, com toda a tranquilidade, e o bote acabou retornando ao local de origem, trazendo o padre incólume. Este episódio fez com que o fato ficasse conhecido como o 'milagre do Padre Preto' ".

Em relação ao esconderijo de escravos, relata dona Nina que Zico
Camargo, certa vez, observou que crianças brincavam num barranco próximo à Igreja, retirando terra do mesmo. Ao perguntar a um adulto "Zezito ou Chiquito", o mesmo informara que as crianças estariam fazendo um esconderijo. Ao se aproximar, contudo, constatou que se tratava na verdade de um buraco profundo. Assim, solicitou apoio de uma das crianças e, após uma se dispor a ajudar, afixou uma corda na altura da sua barriga, o que permitiu que a mesma adentrasse no buraco. A criança conseguiu trazer um "caco de cerâmica", mas não prosseguiu mais porque estava bastante escuro.

A saudosa Dona Nina


Relata dona Nina que Zico Camargo chegou a visitar vários museus no Rio de Janeiro, para que pudesse esclarecer se se trataria de
esconderijo de escravos ou dos índios coroados, acabando, ao final,
por concluir que tratar-se-ia de esconderijo de escravos. O caco de cerâmica, contudo, acabou se perdendo, por um descuido da pessoa responsável pela limpeza de sua casa.

Detalhe curioso em sua atividade como avaliador do Banco do
Brasil foi o fato de que, como Zico Camargo sabia aplicar injeções,
passou a ser comum que, ao visitar lugares longínquos, muitas pessoas solicitassem que ele fizesse a aplicação nas mesmas. Seu pai, contudo, só a aplicava "se houvesse recomendação médica por escrito".

Zico Camargo, o "grande pesquisador e historiador", faleceu em 1987, deixando um grande legado.



 

No dia 17 de agosto de 2019, na Tenda Cultural Elcio Xavier, o Secretário de Cultura, Bob Flávio (à direita), homenageou o historiador Francisco Teixeira Camargo, o Zico Camargo, autor da grande obra, "BOM JESUS DO ITABAPOANA".

Ela foi lançada, em primeira edição, no ano de 2005. A terceira edição contou com prefácio de sua filha, a saudosa Georgina Mello Teixeira, conhecida como Dona Nina.

Trata-se de um livro precioso, que demandou pesquisas a cartórios, prefeituras, bibliotecas, escolas, Igrejas, assim como entrevistas com pessoas idosas e autoridades.



Consta na obra, ainda, um importante estudo sobre a genealogia de famílias tradicionais de nosso município.

Os familiares do homenageado se fizeram presentes, por ocasião da solenidade. A neta, Maria Bernadete Teixeira, na ocasião, discorreu sobre a vida e o trabalho do grande historiador, informando sobre os inúmeros desafios enfrentados e superados por Zico Camargo, personagem que marcou profundamente a história de nosso município.

Zico Camargo vive!

Nenhum comentário:

Postar um comentário