terça-feira, 1 de janeiro de 2013





DESEMBARGADOR ANTONIO IZAIAS DA COSTA ABREU TOMA POSSE NA CÂMARA DE COMÉRCIO BRASIL-CHILE


Segue o discurso de posse do ilustre bonjesuense:


Senhor Dr. Antenor Gomes de Barros Leal, Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro,



Senhor general Rubens Bayma Denys, vice-presidente do Conselho Superior da Associação Comercial do Rio de Janeiro,



Senhor embaixador Brian Michael Frazer Neele,



Dr. Lício Araújo, Presidente da Câmara Comércio Brasil-Chile,



Ministro Samuel Ossa, Cônsul=Geral no Rio de Janeiro e presidente de honra da Câmara,



Autoridades presentes,



Senhoras e Senhores,



No momento em que o homem tomou consciência de deixar o isolamento em que vivia nas cavernas e sair em busca de novas conquistas, distanciando-se do seu habitat, ao associar-se a outras tribos passou ele a dominar doravante o desconhecido.

Embora lento, mas após milênios o planeta foi subjugado e graças ao incontestável avanço tecnológico caminha agora em busca do sideral. Todavia, se o homem-de-neandertal a princípio, sem alternativa, valeu-se da caça, da colheita dos frutos, das raízes, do leite e assim num crescendo o homo-sapiens fechou o seu ciclo alimentar cujo sistema agrega atualmente milhares de substâncias e produtos dos mais variados. Mas, ocorre que o excesso de produção o levaria fatalmente ir ao encontro de outros povos a fim de vendê-la ou escambá-la. Surge, desse modo, a incipiente navegação costeira que o caminhar lento dos séculos alcançou com avanço do instrumental de navegabilidade, novas terras e outros mundos estreitando os laços de confraternização dos povos. O comércio marítimo sinalizado inicialmente com os fenícios e cartagineses avultou-se consideravelmente sendo, no presente, representativo de cifras bilionárias. O mundo se globalizou, as distâncias encurtaram-se tornando-nos mais próximos um dos outros, sem distinção de ideologia, crenças e credos. Entretanto, se a produção tem áreas específicas, o consumo por sua vez, se pulveriza por toda a face da terra. Todos contribuem com um pouco do necessário à realização do bem estar social. Contudo, embora o descontentamento geral na América, Europa e Ásia promova uma convulsão social pela aplicação de medidas para conter o gasto público, operou-se, a rígida determinação dos governos, descontentamento, envolvendo todos os quadrantes da terra, embora tenha como objetivo o aprimoramento do pensamento humanitário que, através de medidas solidárias venham a varrer dos continentes, a pobreza, a miséria e a fome.

Realmente o nosso país necessita adotar medidas estruturais para vencer a modesta competitividade delegando a inúmeros setores produtivos e de serviços a iniciativa privada parte dos programas sobre a tutela estatizante do governo ficando com este o poder de fiscalização, regulação e a segurança dos negócios jurídicos para que haja o equilíbrio da participação do estado na economia e no livre comércio.

Com relação ao Chile, a grande e respeitável nação do pacífico, desde a sua independência política em 1818, sempre mantivemos em cooperações mutuas as mais estreitas relações culturais e comerciais sem qualquer constrangimento diplomático que pudesse afrouxar os laços fraternos que nos une.

Procuramos meritoriamente homenagear a nação andina através de seus filhos ilustres e logradouros públicos, a saber, Avenida Salvador Allende, Rua Gabriela Mistral, Avenida Chile e outros.

A economia chilena, internacionalmente conhecida é uma das mais sólidas do continente. Durante o período de 1973 a 1990, foi adotado o modelo neoliberal mantido pelos governos posteriores e o crescimento econômico de 2000 a 2007 manteve-se com uma taxa de crescimento anual de 5% (cinco por cento). Desde a década de 70, do século anterior, vem o Chile mantendo uma política de redução de tarifas e de eliminação de barreiras comerciais. Desse modo, graças a política de comércio a nação andina assinou tratados com parceiros importantes tais como NAFTA, UNIÃO EUROPÉIA, MERCOSUL, CHINA, INDIA, JAPÃO, COREIA DO SUL, entre outros.

O seu invejável crescimento econômico nas últimas décadas melhorou alguns aspectos sociais; elevando a expectativa de vida para 74 anos (homens) e 80 (mulheres); o analfabetismo foi reduzido a 3% e a pobreza de 45,1% em 1987 para 13,7% em 2006. Foi o primeiro país latino americano a atingir e superar as metas de redução de pobreza para este milênio. Atualmente o maior esforço dos governantes tem se concentrado no sentido de reduzir a péssima distribuição de renda existente entre ricos e pobres. Essas medidas têm colocado o Chile na alta escala da economia mundial tais como a abertura e a liberalização do mercado, a adoção de altos padrões de competitividade, o mercado trabalhista relativamente flexível e um sofisticado e eficiente sistema financeiro ajudam o país a manter as suas perspectivas de crescimento, no longo prazo a base, como já ressaltamos anteriormente, de 5% (cinco por cento) ao ano, segundo dados da economista Thais Pacievitch.

Senhoras e senhores tudo isso que sucintamente acabamos de expor nos encheu de orgulho e contentamento ao receber do ilustre Lício Araújo, presidente da CAMARA DE COMÉRCIO E INDUSTRIA BRASIL-CHILE, a comunicação para compor o quadro de Associados Titulares dessa novel entidade, integrada ao Conselho de Comércio Exterior. Confesso a todos os presentes neste evento que pouco tenho a oferecer, mas muito a aprender, mormente em assuntos de especial magnitude.

Senhores há cargos que são criados para os homens e há homens destinados a estes cargos. É o caso de Lício Araújo, levado ao honroso cargo de presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Chile. Estamos certos que muito honrará com seu eficiente trabalho a nobre e conceituada instituição binacional. Manso no falar, fidalgo nos gestos, Lício Araújo sempre se mostrou um diplomata nato. Os problemas que enfrentou os resolveu com prudência e sapiência.

Senhoras e senhores, cabe-me neste momento de confraternização, lembrar a todos que os sonhos antecipam a realidade, realidade alimentada pela seiva da esperança através da qual visamos a felicidade nos dias de porvir. Não importa que o porvir seja o amanhã e que o amanhã encontre-se distante de nós anos, séculos ou milênios pois a felicidade é o maior bem da humanidade e, em tal caso, a ampulheta do tempo se nos apresenta irrelevante.

Autoridades presentes, Senhoras e senhores, finalizando desejo consignar que somente o entendimento dos homens, a fé em um Deus que derrame a todos benção igualitária; a crença inabalável no porvir e nos nosso dirigentes proporcionando-nos um viver feliz. Pode alguém entender tratar-se de visão utópica e irrealizável. Todavia, comungo com o inspirado Athos Fernandes, fraternal amigo e vate da minha terra, ao proclamar para os que sonham com um mundo melhor e mais justo que neste momento dedico a grandiosa nação chilena:



MEUS SONHOS



Eu sonho um mundo livre e sem fronteiras,

sem guerras e trincheiras,

sem preconceitos e perseguições,

em que do proletário as mãos honradas

construam hospitais, creches, estradas

e destruam canhões!



Eu sonho um mundo calmo equilibrado,

na Paz consolidado

em que não medrem ódios e rancores.

Um mundo em que os fragores das batalhas

cedam lugar as forjas e as fornalhas,

e ao ronco dos tratores!



Eu sonho um mundo forte no direito,

sempre Justo e Perfeito,

sem o império da Gula e da Cobiça.

Um mundo que de pão a quem tem fome,

e a Liberdade dê bem mais que um nome,

no senso da Justiça!



Eu sonho um mundo nobre do trabalho,

quer da pena ou malho,

das fábricas ou glebas de plantio.

Um mundo em que da infância à senectude

tem o povo a pletora da saúde,

quer no inverno ou no estio!



Eu sonho um mundo alegre e visionário,

que deteste o argentário,

e construa a utopia da igualdade.

Um mundo em que do obreiro a mão calosa,

nos seja a mão amiga e dadivosa,

da fraterna amizade!



Sonho um mundo sem guerras de conquistas,

Pacífico, humanista,

em que os povos se abracem como irmãos.

Um mudo em que de Cristo são os preceitos,

inspirem bem deveres e direitos

de autênticos cristãos!



Sonho um mundo em que Deus seja louvado,

sentido, assimilado,

para atuar na vida das nações.

Um mundo de tal modo convertido,

que um templo novo seja sempre erguido,

no escombro das prisões!



Eu sonho um mundo belo e sem pesares,

sem armas nucleares,

sem preconceitos e perseguições.

Em que do proletária as mãos honradas,

construam hospitais, creches, estradas,

e destruam canhões!



Eu sonho, enfim! E sei que tudo é um sonho,

tão distante e risonho,

mas que virá nos dias do porvir.

Um mundo para os sábios e os estetas,

e que tão só os santos e os poetas

poderão construir!



A todos os presentes, os meus agradecimentos.



Antonio Izaias da Costa Abreu


Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2012

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