segunda-feira, 22 de agosto de 2022

UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE O CINEMA EM BOM JESUS DO ITABAPOANA


A vida de Maria Apparecida Viestel, célebre historiadora, coincide com a de Bom Jesus do Itabapoana 


Pedro Gonçalves da Silva Jr., o nosso 1o.  prefeito por ocasião de nossa 1a. emancipação, ocorrida em 25/12/1890, trouxe o primeiro cinema a Bom Jesus do Itabapoana, no início do século XX. 

Segundo sua neta, a célebre historiadora Maria Apparecida Viestel, "meu avô instalou o CINE BOM JESUS, vinculado ao Centro Operário, objetivando trazer cultura para nossa região.

 O cinema ficava localizado na esquina entre a rua Tte José Teixeira e Expedicionário Paulo Moreira, subindo para a rodoviária. Ele funcionou até o início da década de 1940", assinalou.

CINE ÍRIS


Em 1924, o jornal A CIDADE, do acervo do ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos) anunciava a programação de outro cinema: o CINEMA ÍRIS.



Acervo do ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos)


CINE TEATRO CONCHITA DE MORAES


 Teatro Cinema Conchita de Moraes, na Usina Santa Maria
("De Campos aos Fluminenses", ed. 1940)



Na década de 1920, os usineiros José Carlos e Jorge Pereira Pinto estabeleceram o Cine Teatro Cinema Conchita de Moraes na Usina Santa Maria, que, a partir da década de 1950, foi reformado e passou a ser utilizado também como um clube.



 Fachada do Teatro Cinema Conchita de Moraes é o que restou do prédio, após vários anos de abandono. O jornal O Norte Fluminense está apoiando sua reativação 


Bob Flávio, relevante ativista cultural de nosso município, e uma relíquia de Bom Jesus: o projetor do antigo Cine Teatro Conchita de Moraes, na Usina Santa Maria 

O jornal O Norte Fluminense está custeando a fixação do teto metálico no Cine Teatro Conchita de Moraes, na Usina Santa Maria, para devolvê-lo à comunidade 


CINE EM ROSAL


Sandra Nunes


(por Sandra Nunes)


No final dos anos 20, um jovem rosalense chamado Francisco Nunes, mais conhecido como Chiquinho Nunes, com o apoio de seu pai Capitão Anselmo Nunes, resolveu fundar um cinema em Rosal. Seu pai lhe deu o terreno, na praça principal da Vila e, assim, construíram um grande salão com assentos para 150 pessoas. 

Seu primeiro projetor era tocado a manivela e com a ajuda da Banda do Sr. Chico Gomes (Monte Azul) fazia a trilha sonora das comédias de Harold Loyd, pois naquela época os filmes eram mudos. Já no final da década de 40, o cinema foi transferido para o salão de festas, nos Altos da Casa Brasil, que pertencia a um comerciante chamado Coronel João Alt. Já na década de 50, Sr. Chiquinho associou-se com o Sr. Caetano Fittaroni e o cinema veio para o centro da Vila. Era a maior diversão na região. Nessa época, já com um projetor 16mm e filmes sonorizados, o Cine Rosal encantava a todos com Bang Bangs, Tarzan, O Gordo e o Magro, Os Três Patetas, Jerry Lewis, os grandes dramas como Sissi a Imperatriz, La Violetera, e comédias de Mazzaropi e Grande Otelo, etc.

Com a chegada do cinema Ascopi, Sr.Chiqunho, sua filha Sandra e o amigo João Carlos Alt, tiveram que construir uma nova tela, pois a antiga não mais os servia.
Nos anos 70, lá estava o Cine Rosal a todo vapor, no estilo cinemascope, com filmes coloridos e a 7ª Arte trazendo Bruce Lee e lutas marciais, vindas do oriente.

Com a chegada da TV, final dos anos 70 e início de 80, o cinema foi perdendo espaço para a mesma. Assim, Sr Chiquinho adaptou uma sala para 70 pessoas na antiga sede da Lira 14 de Julho, que funcionou por pouco tempo. E, hoje, só resta a saudade do Cine Paradiso de Rosal e a grande contribuição deixada por Chiquinho Nunes, da 7ª Arte, que encantou várias gerações da Vila Rosalense.


Francisco Nunes, com sua esposa Amélia, estabeleceu um cinema no distrito de Rosal, entre o final de 1920 e fim de 1970


CINE SÃO GERALDO


Segundo Maria Apparecida Viestel, "no período da 2ª Guerra Mundial, o alemão Carlos Hirsch, que veio para Bom Jesus com o objetivo de instalar uma padaria, acabou estabelecendo o CINE SÃO GERALDO, em Bom Jesus do Norte (ES), próximo à ponte, no prédio que está intacto até os dias de hoje.

Recordo-me que ele trouxe um piano para o cinema. Carlos Hirsch tocava piano e violino e mantinha outro piano em sua casa, localizada ao lado do cinema. Sua filha, Elba Hirsch, também tocava piano. Cheguei a estudar piano com ela. O alemão costumava alugar a parte de cima do prédio para festas. Seu filho, Otto Hirsch estabeleceu, por sua vez, na esquina da Praça Governador Portela com a rua dos Mineiros, um conceituado bar. Padre Mello costumava frequentá-lo para tomar vinho.  Esse cinema funcionou até o início da década e 1950".


Cine Monte Líbano 


O Cine Monte Líbano foi inaugurado pelo libanês Merhige Hanna Saad no dia 14 de agosto  de 1950, com capacidade para mil pessoas, nada devendo aos melhores teatros da capital. O local recebeu os maiores nomes do teatro e da música brasileira. 

O Cine Monte Líbano fechou suas portas em 1989. No dia 19 de novembro de 2002, o Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro publicou o tombamento provisório pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural).


CINE +



Jorge Ferreira da Silva, proprietário do Cine+

O Cine + foi fundado no ano de 2000. É o que diz Jorge Ferreira da Silva, o atual proprietário da empresa.

Segundo ele, "foi Maermes Devidor Justus, do município de Alegre (ES), quem estabeleceu o cinema". O filho dele passou a estudar em Itaperuna (RJ) e Maermes resolveu estabelecer um negócio para que ele pudesse administrar.

Ocorre que o cinema acabou não indo adiante. Assim, ele, inicialmente, arrendou o mesmo, mas que também não prosperou. Ofereceu-me, então, o negócio e eu acabei aceitando, no ano de 2004.


Filas no Cine + lembram as que ocorriam na época áurea do antigo Cine Monte Líbano






  


   


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