Vero Baptista de Azevedo |
Nós, brasileiros, verdadeiramente não somos afeiçoados à leitura.
Segundo estatística recente, a colônia japonesa no Brasil dispende, individualmente, por ano, Cr$ 200,00 em livros, enquanto que a média dos brasileiros fica em Cr$ 6,00, o que por si já é sugestivo.
De fato, os brasileiros não tem em boa conta o costume da leitura, e tem-no em pior o da compra de livros.
É lamentável que apenas pouco mais de vinte por cento da população do Brasil seja alfabetizada, é desolador que sejam somente alfabetizadas e não leiam o que não deixa de ser, a meu ver, uma espécie de analfabetismo.
A leitura alarga o intelecto como a ginástica desenvolve os músculos. Ela robustece e incita o pensamento. O ledor é também um atleta, atleta da inteligência.
Quem diz que não tem tempo para ler, no mínimo mente a si próprio. Todos nós sabemos que sempre há uma ou meia hora disponível para quem quer ler, a questão é tão somente do hábito.
E quem não tem este hábito malbarata uma boa parte das belezas da vida. Com a leitura nascemos para a vida intelectual e descortinamos todo um mundo de aventuras deliciosas.
Há os que dizem que não gostam. Também duvido. Todos podem gostar de ler, a questão é encontrar o assunto que lhes agradem, e há livros para todos os gostos.
Assim como quem fuma um cigarro e depois passa a fumar uma carteira, quem lê uma página lerá com a continuidade de um livro, para em seguida ter contraído o vício superior da leitura. Talvez, o único vício que não degrada o homem.
Vamos ler!
(1963)
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