Pronunciamento da Exma. Sra. Ministra de Cultura da Russia, Olga Lyubimova |
Ah, meu amigo! Quem dera pudesse descrever, com justiça, o mundo de cores e sons em que vivi naquela segunda feira, 17 de junho de 24. A despeito dessa impossibilidade, deixa eu te contar que coisa é linda o Theatro Municipal do Rio; que beleza! Todos aqueles mármores, os bronzes, os lustres e lampadários! Os mosaicos dos pisos, olha, tudo deslumbrante! Os medalhões homenageando os grandes vultos das artes, os vitrais e o brilho antigo dos cristais das suntuosas arandelas.
A multidão se ocupava em disputar um espaço na luxuosa escadaria do foyer, a fim de garantir o registro fotográfico. Outros, como eu, embevecidos com aquela arquitetura, se preocupavam em observar e viver a experiência e, com uma perícia mínima, procurar os melhores panoramas, enquadramentos e ângulos para saudar, num registro “menos eu e mais o Theatro”, aquela joia monumental incrustrada no coração do Rio de Janeiro.
Depois de algumas fotografias e deslumbramentos, ouvi o primeiro sinal: uma clarinada, eis o código para “Atenção, vai começar o espetáculo”. Mais dois ainda soariam, pelo que resolvi não esperar e tomar logo o meu lugar: 47D balcão nobre. Chique não é?! Eu também achei. Desci ao andar correspondente e adentrei ao que, nas palavras da Ministra de Cultura da Russia, Olga Lyubimova, é um dos palcos mais importantes do mundo. Acrescento atmosfera mágica, imponente, mística.
No palco, os instrumentos da orquestra, incluindo, ao centro, um piano Steinway & Sons, esperavam pela Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e pela constelação russa. Uma tela gigante e letreiros imensos traziam “Russian Seasons”. Entram os músicos e o maestro: LÁAAAAA... estão afinando os instrumentos. Silêncio. Segundo Sinal. Luzes começam a se apagar. Terceiro Sinal. Uma onda de aplausos acolhe uma lindíssima mestra de cerimônias e um elegantíssimo cerimoniário russo: abertura da “Russian Seasons – Brasil 2024”. Ato contínuo, a plateia recebe a Exma. Ministra da Cultura da Russia, Sra. Olga Lyubimova, e o representante da Exma. Ministra da Cultura do Brasil, Sra. Margareth Menezes. Cordialidades para aqui e para lá, inicia-se o programa.
Os cantores Ildar Abdrazakov, baixo, e Zinaida Tsarenko, soprano, tinha no programa canções e árias de óperas famosas, de compositores Russos, com destaque para Tchaikovsky. Outros dois músicos, Daniil Kogan, violinista, e Sergey Davydchenko, pianista, ambos vencedores do Concurso Internacional Pyotr Tchaikovsky, foram os responsáveis pelo que chamo de êxtase coletivo: o teatro lotado, ao ouvir o hábil violinista tocar o Concerto para Violino em Ré maior, Op.35, 3º movimento, Tchaikovsky, explodiu num longo aplauso, entre bravos e magníficos. Pouco depois a sensação se repetiria, pois Sergey Davydchenko tocou o Concerto para Piano No2, 3º movimento, de Rachmaninov. Eu, confesso ao amigo, não contive a emoção. O teatro, outra vez, explodiu em aplausos, bravos, bravíssimos...
Denis Vlasenko, o maestro, conduziu uma orquestra impecavelmente afinada, bonita, jovem e que, certamente, assinalou o nome de Barra Mansa na história do “Russian Seasons”. Por fim, os músicos se uniram para entregar duas peças bastante populares e queridas: “Noites de Moscou” e “Olhos Negros”. Foi um prazer muito grande, testemunhar essa noite russa nos trópicos, bem ali, naquele que é, com certeza, uma das mais belas obras da arquitetura no Brasil: o Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Daniil Kogan, violinista vencedor do Concurso Internacional Pyotr Tchaikovski |
Cerimônia de Abertura da Russian Seasons |
O publico lotou as escadarias e foyer do Theatro Municipal, antes do espetáculo |
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