terça-feira, 4 de junho de 2024

O VIII ENCONTRO DAS ROSALINDAS E A HOMENAGEM A ANA MARIA, EM ROSAL

                                  



Rosal é mágico! Lugar escolhido para celebrarmos conquistas que envolvem toda a comunidade, que com solicitude, abraça a causa das Rosaslindas!

Chegamos ao VIII Encontro e, não diferente dos outros anos, foi um sucesso!! Nosso foco é a centenária e amada Lira 14 Julho! Com esforço e dedicação alcançamos objetivos materiais e sentimentais! E a festa brilha, rendendo abraços, sorrisos, admiração e muita comemoração! Oferecemos sabores, que são acompanhados pelos brindes de toda gente que vem "ver a banda tocar, cantando coisas de amor!" *A apresentação da Lira é o momento magno da festa! Comove, alegra, nos remete aos ancestrais que iniciaram esse projeto e a história mostra a trajetória de luta e conquistas!*

E a música não para, em Rosal, talentos artísticos locais e nomes consagrados, abrilhantaram nossa festa, como doação ao evento. Agradecemos, especialmente, ao João Caetano, as Cantadoras de Causa e os irmãos Salim, Martinha e Pedrinho! Obrigado por terem feito parte de nossa festa com extraordinária participação e contribuir para nosso sucesso coletivo!

Homenageamos com muito louvor a grande cidadã Rosalense, nossa querida Ana Maria de Souza, que sempre zelou por nossa vila!

Cada membro é uma peça crucial do nosso sucesso! Ao dividirmos o trabalho multiplicamos as possibilidades de triunfo, essa conquista é de todos!!!

Cristina Almeida



 


A robusta menina de quase 6 quilos veio à luz aos pés do morro do letreiro-sítio do Sr João Brasil. E deu trabalho para nascer!!! Já chegou forte,no temperamento e no tamanho. Estudou na escolinha da família Capácia e ainda cedo mudou-se com os pais,lavradores,para o distrito de Calheiros e de lá para a serra da “Aparecidinha”. Já precocemente trabalhava com a família apanhando café na serra do Jaspe,próximo à fazenda da Alegoria. 

Passados alguns anos, seus familiares vieram aportar em Rosal, inicialmente nas terras de Agostinho Machado e posteriormente no chalé do Juca Nunes. Aqui, na vila, a mãe, Azenir, começou a lavar roupa para ajudar no sustento da casa. Ambas, mãe e filha, se revezavam no tanque, cuidando da rouparia das casas de dona Amélia,dona Anita,Pequena, Nenzinha…. É imensa a gratidão a essas senhoras que ajudaram a prover-lhes o pão cotidiano em tempos tão difíceis. Seguiu trabalhando e estudando. Concluiu o ginasial na Escola Estadual Luiz Tito de Almeida e, já na adolescência, iniciou sua atividade como doméstica (já se observava nela o dom para a arte de cozinhar). Logo, pôde aperfeiçoar seus talentos com suas “mestras” dona Lita e dona Lusmar. Também, com o passar dos anos, atuou na escola do Monte Belo, na Ponte Branca e na clínica de repouso em Bom Jesus. Tempos duros, de muita luta e dificuldades. Mas, ágil e dinâmica, jamais esmoreceu. 

Foi, durante anos, a “animadora” cultural dos festejos do distrito de Rosal. Zelava por tudo, da limpeza da capela até os anúncios de Missas, ventos e festividades. A pé, saia de porta em porta fazendo a divulgação. Detalhe: até o horário certo para estourar os foguetes quando da visita do Bispo de Campos era ditado por ela. E parecia incansável!!! Uma doença aguda e séria não foi suficiente para vergá-la. Superou-a!!! Com poucos meses, já havia retornado ao que era. Certa feita, cantou sozinha um casamento inteiro, do alto do coro da capela de Santana, com seu vozeirão de contralto. Nem de microfone se valeu. Marcantes são, na sua existência, a devoção a Maria, Mãe de Jesus e a paixão pela História e pelo papel do negro na formação daquilo que é o nosso Brasil. É a idealizadora e alma da festa da Consciência Negra em Rosal, tradição que já perpassa mais de duas décadas. Ora, sua bisavó conheceu o cativeiro!!! Foi escrava, depois alforriada. Apagar isso seria até uma traição.

 Hoje, mesmo que por alguma limitação física já não se permita ser tão atuante como no passado, essa aparente limitação não afeta em nada o seu entusiasmo, o brilho nos olhos, a alegria e a abertura à chegada do novo que vem. Ana Maria, de Azenir e do Baldo. Você nos orgulha! Você é o nosso patrimônio! Seja feliz sempre!

Anderson Borges Nunes













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