Luciana Pessanha Pires |
TROVAS
Luciana Pessanha Pires
Que momentos cruciais
nos umbrais das invernadas,
quando ecoam nossos ais
pelas decisões erradas...
Da janela dos teus olhos,
vejo o brilho da esperança,
que o futuro colhe em molhos
em teu riso de criança.
Sob a luz dos pirilampos,
estou só, essa é a verdade,
com o olhar correndo os campos,
albergado na saudade.
Sublime fraternidade
de quem no frio agasalha
o irmão com humanidade,
sempre que a igualdade falha.
Sua oferta de amizade,
guardo nas minhas memórias,
contas de cumplicidade
no meu rosário de histórias.
SONETOS
Luciana Pessanha Pires
SONETO À LUZ BENDITA
Ao longe vejo a doce luz que emana
a força que jamais houvera em mim
e aclara o pensamento e não se afana,
bendita luz ao senso acena sim!
Serena, mas, potente luz irmana
as almas que da aurora estão a fim,
encopa a mente e o fruto não engana,
braceja toda a sua força enfim.
Resplende a luz enquanto a noite desce,
embala o sonho sem nenhum temor,
dissipa a amarga dor e o dia tece.
Matiz de azul no céu o olhar pincela
bordado em tela, vejo agora a cor
e a vida se refaz brilhante e bela.
SONETO DA PAZ ALMEJADA
Haja paz onde o amor esvai-se, avesso
e vista-se de luz o pensamento
na ardente comunhão, em franco apreço,
qual trigo repartido sem tormento.
Sem ressalvas quaisquer e sem tropeço
sempre a remir o mal no vão momento.
Que se desfrute a paz qual recomeço
e comungue o que haurimos: sacramento.
Renuncia à aridez dessa armadura
emudecendo o apelo à intolerância
nas rotas, em gentil semeadura.
Assim, em confluência social,
face à vertiginosa circunstância:
paz, meta humanitária - essencial.
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