Casimiro de Abreu (1839-1860) foi um poeta brasileiro da Segunda Geração do Romantismo e um dos maiores nomes da literatura brasileira. Ele é conhecido por poemas como "Meus Oito Anos", que está presente em seu único livro, As Primaveras.
Nascimento: 4 de janeiro de 1839, em Barra de São João, Rio de Janeiro
Morte: 18 de outubro de 1860, na Fazenda Indaiaçu, no atual município de Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro
Doença: Tuberculose
Estilo: Poesia nostálgica, bucólica, simples e espontânea
Temas: Patriotismo, idealização amorosa, pressentimento da morte
Casimiro de Abreu viveu e escreveu pouco, mas sua poesia é marcada por um lirismo ingênuo de adolescente.
Casimiro de Abreu também é o nome de um município do Rio de Janeiro, localizado na Região Turística Costa do Sol. A sede do município fica em Indaiaçu, que passou a se chamar Casimiro de Abreu em 1925.
A poesia mais famosa de Casimiro de Abreu.
Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
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