Na década de 1950, o professor Sebastião Ferreira, conhecido como professor Bastião, apresentou uma orquestra de acordeons na Praça Governador Portela |
O 5º Festival de Sanfona e Viola, idealizado por Sávio Sabóia, Secretário de Indústria, Comércio, Turismo e Cultura, constitui uma grande conquista da atual administração de Bom Jesus do Itabapoana, em termos de turismo.
Trata-se de um feito meritório para nosso município, pois com o apoio do SESI/CULTURAL, colocou Bom Jesus do Itabapoana no calendário nacional da cultura. Junto com Sávio, não há como negar os aplausos à prefeita Branca Motta e à chefe do departamento de cultura Martha Salim, que o apoiaram na empreitada.
Não obstante o reconhecimento dos méritos, isso não pode ofuscar a necessária crítica.
Com efeito, era de se esperar que as verbas do SESI/CULTURAL fossem destinadas ao que deveria ser a sua essência: o desenvolvimento cultural de Bom Jesus do Itabapoana. A questão econômica deveria vir paralela a isso.
Paradoxalmente, o SESI/CULTURAL, assim como os referidos agentes da prefeitura de Bom Jesus do Itabapoana, desvirtuaram o conceito de cultura, menoscabando-o, colocando-o ao reboque de uma visão econômica da cultura.
Para esses agentes, a cultura só tem sentido se trouxer valor econômico. A cultura não vale por si mesma, como manifestação do anseio humano. Não se nega, aqui, a pertinência em, através de um movimento cultural, procurar, em seu entorno, a viabilização do desenvolvimento econômico.
O que não se concebe é que se vislumbre a questão cultural como mero meio de ganho financeiro.
Esta visão deturpada da cultura foi mais uma vez colocada em prática pelo SESI CULTURAL e pelos agentes da prefeitura de Bom Jesus do Itabapoana.
Perderam, assim, mais uma oportunidade para promover o real desenvolvimento cultural de nossa gente, especialmente de nossa juventude, levando aprendizagem de chorinho e de sanfona.
Na década de 1950, o professor Sebastião Ferreira, conhecido como professor Bastião, organizou uma bela apresentação de orquestra de acordeons na Praça Governador Portela, composta por muitos jovens. Foi graças a esta atuação do professor Bastião que surgiu uma geração de musicistas em nosso município.
Caso o Festival de Chorinho e Sanfona tivesse, desde o início, a preocupação com o desenvolvimento cultural de nossa região, propiciando oficinas que pudessem engajar nossa juventude, na arte do chorinho e sanfona, poderia muito bem estar apresentando ao público, nesta 5ª edição, por exemplo, uma orquestra de sanfonas, tal como fez o professor Bastião na década de 1950.
Ao invés disso, os organizadores do Festival preferiram investir vultuosos recursos financeiros para trazer, de outras plagas, um grupo de sanfoneiros.
O tradicional Festival da Sanfona e Viola no Sítio Histórico de São Pedro do Itabapoana, no sul capixaba, em sua 17ª edição, não abriu mão das oficinas, ensinando aos jovens o manejo com a sanfona e a viola, que tem gerado resultados importantíssimos para o desenvolvimento cultural daquela comunidade.
Vejam, abaixo, a programação do Festival em São Pedro do Itabapoana, com suas respectivas oficinas de sanfona e viola, que culminaram com uma apresentação dos alunos no dia 25 de julho:
Programação: 17º Festival de Inverno de Sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana
Sábado – 19/07:
08h – Oficina de Formação em Sanfona
13h – Oficina de Formação em Viola
Domingo – 20/07:
05h – Caminhada “Caminhos de São Pedro” – Sede de Mimoso do Sul x Sítio Histórico de São Pedro do Itabapoana
08h – Oficinas de formação em sanfona
10h – Rodas de sanfona e viola – Ruas do Sítio Histórico
13h – Oficinas de formação em viola
10h – Palco livre para violeiros e sanfoneiros – Palco Dominguinhos
12h – Eloí Sanfoneiro- Palco Dominguinhos
16h – Vanessa e Valdeir – Palco Dominguinhos
Segunda – 21/07:08h – Oficinas de formação em sanfona
10h – Contação de história – Palco Dominguinhos
13h – Oficinas de formação em viola14h – Contação de história – Palco Dominguinhos
Terça – 22/07:
08h – Oficinas de formação em sanfona
10h – Contação de história – Palco Dominguinhos
13h – Oficinas de formação em viola
14h – Contação de história – Palco Dominguinhos
Quarta – 23/07:
08h – Oficinas de formação em sanfona
10h – Contação de história – Palco Dominguinhos
13h – Oficinas de formação em viola
14h – Contação de história – Palco Dominguinhos
Quinta – 24/07:
14h – Rodas de sanfona e viola – Ruas do Sítio Histórico
15h – Encontro do Conselho Estadual de Turismo – Casa Câmara e Cadeia
19h – Missa com a participação de Violeiros e Sanfoneiros
21h – Orquestra de Sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana – Palco Dominguinhos
22h – Silvio Barbieri e Banda – Palco Dominguinhos
23h30 – Vanessa e Valdeir – Palco Dominguinhos
Sexta – 25/07:
10h – Apresentação dos alunos do Núcleo de Sanfona e Viola – Palco Dominguinhos
11h – Selecionados do concurso e palco livre – Palco Dominguinhos
10h – Selecionados do concurso e palco livre – Palco Curió
14h – Rodas de sanfona e viola – Ruas do Sítio Histórico
18h30 – Realização do concurso local – Palco Dominguinhos
20h30 – Orquestra de Sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana – Palco Dominguinhos
21h – Selecionados do concurso – Palco Zezinho Riqueto
21h30 – Resultado do concurso – Palco Dominguinhos
22h – Cezzinha do Acordeon – Palco Dominguinhos
22h30 – Escala Sertaneja – Palco Zezinho Riqueto
23h30 – Selecionados do concurso – Palco Dominguinhos
00h – Bruna Viola – Palco Zezinho Riqueto
01h – Escala Sertaneja – Palco Dominguinhos
Sábado – 26/07:
10h – Selecionados do concurso e palco livre – Palco Dominguinhos
10h – Selecionados do concurso e palco livre – Palco Curió
14h – Rodas de sanfona e viola – Ruas do Sítio Histórico
19h – Realização do concurso – Palco Dominguinhos
20h – Joao Paulo & Laiz – Palco Zezinho Riqueto
21h30 – Val Barcelos – Palco Dominguinhos
21h30 – Edinho Ferreira e Eraldo Viola – Palco Zezinho Riqueto
23h – Resultado do concurso – Palco Dominguinhos
23h – Almir Sater – Palco Zezinho Riqueto
23h30 – Handrey Mazzini e Valter Artes – Palco Dominguinhos
01h – Edinho Ferreira e Eraldo Viola – Palco Dominguinhos
01h – Garotos do Forró – Palco Zezinho Riqueto
Domingo – 27/07:
10h – Selecionados do concurso – Palco Dominguinhos
10h – Selecionados do concurso – Palco Curió
16h – Rodas de sanfona e viola
Comparem, agora, com a programação da 5a. Edição do Festival de Chorinho e Sanfona de Rosal, onde não houve qualquer realização de oficinas que pudessem projetar o nosso desenvolvimento na arte do chorinho e da sanfona.
Sexta-feira (04/09)
19h – Abertura com a Fanfarra Rogério Figueiredo (palco principal)
20h – Amantes da Arte (Coreto)
20h30 – Café Brasil (Palco principal)
21h30 – H2O (Coreto)
22h30 – Henrique Cazes (palco principal)
Sábado (05/09)
13h – Sanfonada (Ruas e praças do distrito)
15h – Academia do Choro (Palco principal)
16h – Lira 14 de Julho (Coreto)
20h – Toninho Ferragutti e Bebê Kramer (Palco principal)
22h – Hamilton de Holanda Trio (Palco principal)
Domingo (06/09)
14h – Lira da Esperança (Palco principal)
15h – Trio Pé de Serra São Pedro (Coreto)
18h30 – Taruíra (Palco principal)
20h – Choro S/A (Coreto)
21h – Os Matutos (Palco principal)
Sintomática a visão econômica da cultura, por parte de Olga Acosta, do SESI Cultural, em texto divulgado pelo FIRJAN.
Disse ela:
“O conceito de economia criativa começou a tomar conta de Rosal. Com uma programação diversificada e de qualidade, o festival vem promovendo resultados que vão muito além do entretenimento em uma região que tem sede de cultura”.
Nesta mesma linha se expressou Sávio Sabóia:
“Rosal já tem uma vocação turística e o festival é o ponto alto para a obtenção de renda dos moradores”
Leiam, abaixo, o texto divulgado pela FIRJAN
Grandes nomes do choro e da
sanfona irão se apresentar, entre os dias 4 a 6 de setembro, no Festival de
Chorinho e Sanfona do distrito de Rosal, na região Noroeste Fluminense. Em sua
5ª edição, o evento vem atraindo, a cada ano, ainda mais admiradores da boa
música. Pelo segundo ano consecutivo, a realização é do Sistema FIRJAN, por meio do
SESI Cultural, em parceria com a Secretaria de Comércio, Indústria, Turismo e
Cultura do município, idealizadora do festival.
De acordo com a chefe do
setor de Cultura do SESI Itaperuna, Olga Acosta, o evento ganhou notoriedade e
mostrou seu potencial de criatividade e transformação. “O conceito de economia
criativa começou a tomar conta de Rosal. Com uma programação diversificada e de
qualidade, o festival vem promovendo resultados que vão muito além do
entretenimento em uma região que tem sede de cultura”, disse ela.
Entre as atrações desta
edição está o compositor e bandolinista Hamilton de Holanda, acompanhado de
Thiago da Serrinha, na percussão, e André Vasconcellos, no baixo acústico. A
programação terá ainda outros nomes nacionalmente conhecidos, como os
acordeonistas Toninho Ferragutti e Bebê Kramer, o músico Henrique Cazes e o
grupo Os Matutos, além de talentos locais e regionais.
Os shows vão acontecer no
palco principal e no coreto, ambos localizados na praça do distrito. Paralelo
aos shows, haverá exposição de artesanato e praça de alimentação com culinária
típica local.
Além de reforçar os atrativos
turísticos e culturais da região, o festival traz resultados econômicos
positivos através da geração de emprego e renda, fortalecimento do artesanato e
da culinária local, aluguel de casas e hospedagens, entre outros benefícios.
“Rosal já tem uma vocação turística e o festival é o ponto alto para a obtenção
de renda dos moradores”, enfatizou Sávio Saboia, secretário interino de
Indústria, Comércio, Turismo e Cultura de Bom Jesus do Itabapoana.
A pergunta que não quer calar, portanto:
POR QUE O SESI/CULTURAL E A PREFEITURA DE BOM JESUS NÃO QUEREM APROVEITAR O FESTIVAL PARA ESTIMULAREM, ATRAVÉS DAS OFICINAS, O DESENVOLVIMENTO CULTURAL DE BOM JESUS DO ITABAPOANA?
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