terça-feira, 29 de setembro de 2015

SUAVE MARI MAGNO



Lembra-me que, em certo dia, 
Na rua, ao sol de verão, 
Envenenado morria
Um pobre cão.

Arfava, espumava e ria,
De um riso espúrio e bufão,
Ventre e pernas sacudia
Na convulsão.

Nenhum, nenhum curioso
Passava, sem se deter,
Silencioso,

Junto ao cão que ia morrer,
Como se lhe desse gozo
Ver padecer. 


Machado de Assis

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