sábado, 2 de agosto de 2025

Rostos Antigos em Palavras Novas



Saulo Soares 


Saulo Monteiro caminha devagar por Bom Jesus do Itabapoana, mas seu passo é firme — guiado por vozes que não se calam com o tempo. Não veio apenas como escritor, poeta, memorialista. Veio também como neto, como filho, como herdeiro de histórias que sussurram entre as pedras da rua e os arquivos empoeirados do jornal O Norte Fluminense.

Ele chega para a III FLICbonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana) com ares de retorno e missão. Traz nas mãos não apenas o talento da escrita, mas a busca constante por suas raízes. Seu rio é outro, sim. Mas é em Bom Jesus que ele volta a molhar os pés na memória.

Nascido em Piraí, traz em si o sulco de dois nomes que o antecedem: Cyro e Lao — pai e avô, palavras que se agigantam na lembrança. Foi Lao quem ajudou a erguer os pilares do jornal O Norte Fluminense, ao lado de Esio Bastos, ainda em 1946. E foi Lao também quem ensinou, em silêncio, que a grandeza mora nos gestos pequenos — como "aposentar" um cavalo maltratado, ou embalar, com o nome, mais de dezesseis crianças em forma de canção.

Saulo escreve porque não suporta deixar a emoção calada. Em sua poesia, Diadema, em homenagem a Elcio Xavier, o Príncipe dos Poetas, cada verso dobra o tempo e sopra vida nova nos ecos antigos:

"Cem anos são nada diante da tua Poesia,
Que perpassa a vida, nau a singrar..."

Ele é desses autores que escrevem com o coração sangrando e a alma ajoelhada diante da história. Sua entrevista com o professor Héliton Pimentel, amigo de seu pai, foi mais do que jornalismo — foi reencontro. Uma conversa com o passado. Um abraço que ultrapassou a ausência.

E quando escreveu "Sr. Lao", fez da crônica um altar. Transformou uma velha lata de Cream Cracker num relicário de ternura. Quem lê, entende: Saulo não apenas lembra — ele vive o que recorda.

A literatura o chama, é verdade. Mas é a memória que o move. E é assim que ele se senta entre os autores da FLICbonjê: como quem pertence a essa terra mesmo sem nela ter nascido, porque é de afeto que se faz uma pátria.

Saulo não veio só. Ele carrega consigo vozes antigas, cartas guardadas, nomes sagrados. E faz da escrita um gesto de gratidão. Como quem sussurra ao avô: “Obrigado por me ensinar a cantar.”

Bom Jesus o recebe não apenas como convidado. Mas como neto da terra.

Entre Palavras e Afetos

 

Altair José de Oliveira e Catiane D’Áura


Chegaram como quem já faz parte da paisagem: Altair José de Oliveira e Catiane D’Áura, rostos conhecidos dos que vivem os encantos das letras em Bom Jesus do Itabapoana. Vieram, mais uma vez, com os bolsos cheios de palavras e o coração aberto — feito página em branco pronta para ser preenchida de afeto.

É a III FLICbonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana) que os acolhe, mas, verdade seja dita, é a cidade inteira que os recebe como velhos amigos. Altair, vindo de Porciúncula, carrega nos olhos a leveza dos poemas que escreve. Catiane, lá de Coração de Jesus — nome que já anuncia a ternura —, vem com aquele jeito de quem costura memórias com fios de saudade.

Eles não apenas participam dos eventos — eles os tornam mais vivos. Estão ali, entre o público e o palco, entre os livros e os olhares curiosos, como pontes feitas de poesia. Unem a simplicidade do ser com a grandeza da escrita. É raro ver alguém assim: gente que caminha devagar para não perder nenhum detalhe da vida. Gente que escreve o que sente e sente o que escreve.

Altair, com seu "Poemeiro Encantado", colhe sentimentos como quem colhe flores no campo. Seus livros são estações do ano transformadas em verso. Catiane, com sua "Saudadice", transforma ausência em presença, memória em mulher. “Elas sou eu”, ela diz, e a frase ecoa como um espelho na alma de quem lê.

Na FLICbonjê, eles não são apenas autores. São presenças. São abraços literários. São a lembrança de que, mesmo em tempos tão apressados, ainda há quem pare para escutar o que o silêncio tem a dizer.

E quando partirem, deixarão no ar um perfume de papel e sentimento. Porque a literatura que eles fazem não se guarda só nos livros — ela mora também nas pessoas que tiveram a sorte de cruzar seus caminhos.







Coração em Palavras





Na manhã inaugural da III FLICbonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana), entre livros, sorrisos e o burburinho encantado de leitores e artistas, o tempo pareceu suspenso por um instante.

Sob os olhares atentos dos que acompanharam sua entrevista, a poetisa, trovadora, romancista, artista plástica e compositora bonjesuense Maria Terezinha Borges Coutinho, radicada em Vila Velha (ES), vestiu a alma de emoção.

Nas mãos, o livro "Pintando Palavras", recém-nascido em letras e afetos.

Nos olhos, o brilho de quem transforma a vida em arte, e a arte — em comunhão.

E quando sua voz, firme e doce, começou a declamar o poema “Coração”, algo se abriu ali, entre as páginas e o peito.

As palavras — bordadas com delicadeza e dor — iam traçando um caminho que tocava a todos: o amor que se cuida, o tempo que acolhe, a perda que marca.

E, ao final, não foram só versos que transbordaram.

Foram lágrimas.

Lágrimas sinceras de quem vive o que escreve.

De quem não apenas pinta palavras, mas as sente, as chora, as eterniza.

Naquele momento, Maria Terezinha não era apenas autora de um livro.

Era ponte entre corações.

Era memória viva de uma cidade que pulsa arte, e que guarda, com orgulho, o suave toc-toc de suas criações.

E assim, Bom Jesus do Itabapoana testemunhou o que há de mais bonito na literatura: a verdade que emociona.



Coração

Maria Terezinha Borges Coutinho

Me entregaste o teu coração 

e eu, com todo jeitinho,

e com todo o cuidado,

e com todo o carinho,

guardei-o e o conservei 

com dedicação e amor

bem juntinho do meu!

E o tempo foi passando 

e eu bem feliz me sentia,

com o suave toc-toc

do teu meigo coração 

a bater pertinho do meu!

Certo dia, sem razão,

numa estranha confusão,

levaste teu coração:

Lutei, lutei e lutei,

para que ninguém roubasse 

o que muito bem guardei!

Hoje com muita tristeza 

sinto uma enorme saudade 

do teu meigo toc-toc 

juntinho do meu coração.


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

"Quando a Literatura me levou a Bom Jesus"


 
Valeria Fernandes, autora mineira de 11 livros infantis 

Foi pela literatura que os caminhos se cruzaram.

Vinda de Juiz de Fora, em Minas Gerais, a escritora Valeria Fernandes, autora de 11 livros infantis, chegou a Bom Jesus do Itabapoana pela primeira vez, convidada para participar da III FLICbonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana)

Logo ao chegar, o encantamento foi imediato.

Entre ruas acolhedoras, ela se surpreendeu com a limpeza, a organização e o carinho visível em cada detalhe da cidade.

Mas foi o calor humano que a conquistou de vez.

A cultura bonjesuense — rica, viva, pulsante — se revelou em conversas, apresentações, livros, olhares e sotaques.

Gente que valoriza suas raízes e acolhe com generosidade.

Na feira, encontrou leitores, ouviu histórias, compartilhou palavras.

E entendeu que a literatura, ali, não é só escrita — é vivida.

Bom Jesus do Itabapoana, com sua alma cultural, ganhou um lugar especial em seu coração.

E a primeira visita, certamente, não será a última.




A fé refletida nas águas

 

A fé refletida nas águas: a majestade da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, espelhando céu e devoção no silêncio do chafariz. Foto de Rogério Loureiro Xavier, 1º/08/2025, III FLICbonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana)


"Com seu reflexo nas águas, 

num anoitecer tão belo, 

dá adeus à dor e às mágoas 

a igreja de Padre Mello".

(Lúcia Spadarotto)



quinta-feira, 31 de julho de 2025

Obra do Divino: a Açorianidade que floresce em Bom Jesus

 


Há cartas que não chegam apenas com palavras. Chegam como bênçãos.

Hoje, sobre as mãos da presidente da ABIJAL, Beatriz de Fátima Magalhães Dias, repousou uma correspondência que não era só papel — era memória, era legado, era destino.

Da longínqua e azul Região Autônoma dos Açores veio o reconhecimento: a ABIJAL, nossa jovem e pujante Academia Bonjesuense Infantojuvenil de Artes e Letras, foi acolhida como guardiã viva da Açorianidade em nosso solo. E como um sopro do Divino Espírito Santo, a resposta trouxe também sustento: mil euros que darão asas às próximas celebrações culturais em nosso município.

Tudo isso no limiar de uma festa que carrega mais que símbolos — carrega fé.
Amanhã, o Divino começará a descer entre nós. Como desceu, um dia, entre os antigos moradores das lavouras e colinas de Bom Jesus, nas figuras de Antônio Teixeira de Siqueira e Francisco José Borges, que em meados de 1860 começaram a gestar entre nós a tradição da Coroa e do Cetro do Divino Espírito Santo.

E essa pomba que canta no Hino do Espírito Santo, conhecida em nossa terra como “Alva Pomba”, voou até nós pelas mãos de um açoriano de espírito e de ação: Padre Antônio Francisco de Mello. Chegado no dia 18 de junho de 1899, ele não só ofertou cânticos, mas colunas, vitrais, cultura. A própria fachada da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus é sua prece em pedra.

É certo: a história é feita de nomes. Mas é a alma do povo que os sustenta.
E é por isso que no dia 2 de agosto, entre livros, palavras e sons da nossa III Feira Literária e Cultural, a ABIJAL abrirá o palco à estreia da Tuna Luso-Bonjesuense — música que vem do mar, da ilha, da terra, do coração. Cantará o que somos: parte Açores, parte Brasil, completamente Bom Jesus.

E como se tudo se alinhasse num tempo sagrado, no dia 13 de agosto, quando celebramos o Dia Municipal do Imigrante Açoriano, será inaugurado um monumento na Praça Governador Portela. Pedra sobre pedra, honra sobre história. Uma homenagem silenciosa, porém eterna às famílias de acordescendentes que trouxeram nos ombros e no sangue a herança açoriana, e a plantaram com carinho no Vale do Itabapoana.

Sim, é obra do Divino.
Pois o que se constrói com fé, com arte e com memória, não se apaga.
Floresce. Canta. E permanece.



Conheça os escritores que inspiraram Machado de Assis

 

Confira em:

Conheça os escritores que inspiraram Machado de Assis Leia mais em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/conheca-os-escritores-que-inspiraram-machado-de-assis/

Uma magnífica Trova de Lúcia Spadarotto

 

Lúcia Spadarotto no Museu da Imagem de Pirapetinga de Bom Jesus, por ocasião da 4ª Feira Literária 


Lúcia Spadarotto, uma das grandes Trovadoras do país, alcançou o 1º lugar no concurso da OMT (Organização Mundial de Trovadores) Argentina, em 2023, com a magnífica Trova que está nesta postagem, tendo alcançado também o 1° lugar, no mesmo ano, nos concursos da OMT Canadá e da OMT Equador.

Imperdível: Roulien Boechat, hoje, no Cineclube Debates, às 18h30

 


🌿✨ O Cineclube Debates marca presença no 3º Simpósio Povos Originários com uma atividade imperdível!

🎤 No dia 31 de julho, às 18h30, no Auditório Amanda Celeste (IFF Campus Bom Jesus), acontece o diálogo:

📽️ “Ressignificando percepções e olhares sobre os povos originários por meio do audiovisual”, com participação de Roulien Boechat — historiador, fotógrafo social e mestre em Ciência da Educação.

🌱 Um espaço potente de escuta, debate e reflexão sobre cultura, ancestralidade e imagem.


🎟️ Evento gratuito com certificado!

👉 Inscreva-se: https://eventos.iff.edu.br/neabi-bji-simposiopovosoriginarios2025

https://eventos.iff.edu.br/neabi-bji-simposiopovosoriginarios2025

Compartilha com quem precisa estar nesse debate! 💛

MÃOS

 

Adalto Boechat Júnior 



Mãos que preparam comida

para saciar a fome,

com gestos simples e quentes,

nutrem o corpo e a vida.



Mãos que entregam livros,

para iluminar as mentes,

despertam sonhos adormecidos,

plantam saber em sementes.



Mãos que oferecem flores

para encantar a alma,

tecem silêncios perfumados

com delicadeza e calma.



São mãos que falam sem voz,

que acolhem, criam, ensinam...

Em cada toque generoso,

há um amor que se destina.



Família de Barroso tem imóvel de R$ 22 mi sob risco de sanção nos EUA

 


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Dia Municipal do Maestro Bonjesuense e a III FLICbonjê

 

Maestro Nilo Rodrigues de Souza e a Lira Operária Bonjesuense 

O Dia Municipal do Maestro Bonjesuense foi instituído em Bom Jesus do Itabapoana.

O projeto de lei de autoria do vereador Clerinho da Soledade foi aprovado por unanimidade pela Câmara dos Vereadores e sancionado pelo prefeito Paulo Sérgio Travassos do Carmo Cyrillo.

A data escolhida foi 2 de outubro, dia de nascimento do icônico Maestro Nilo Rodrigues de Souza, da Lira Operária Bonjesuense.

Trata-se de um importante gesto do município, que passará a honrar todos os Maestros que contribuíram para o desenvolvimento da nossa cultura.

Amanhã, dia 1º, por ocasião da abertura da III FLICbonjê, os acordes da Lira Operária Bonjesuense, comandada por Nilo, passarão a percorrer as ruas da cidade entoando o tradicional Hino da Alva Pomba, dentro da programação da Festa da Coroa do Divino Espírito Santo e em honra ao Senhor Bom Jesus.

O JONF (Jornal O Norte Fluminense) dá sua contribuição, com uma relação inicial e provisória, dos nomes de alguns Maestros do passado e do presente, heróis responsáveis pela preservação da nossa cultura musical. 

Tuca (Eusechias Tito de Almeida)

Leopoldo Muylaert

Sebastião Vitorino de Sá

José Primo

Bastião

Levy de Aquino Xavier

Georgina Teixeira Mello 

Joaquim Teixeira Magalhães

Quincas Magalhães,

Sebastião (Tatão)

 José (Zeca) 

Áureo Fiori 

José Luiz Vargas (Koreto)

Francisco Oliveira Júnior 

Aldemir de Oliveira Morais

José Geraldo Morais

Cely Tinoco

Ricardo Severino (Ricardo Jarrão)

Maria Bernadete Teixeira da Silva

Alessandro Azevedo,

Thadeu Almeida

Luiz Otávio Barreto 

Martha Figueiredo Salim 

Maria da Conceição Fragoso de Oliveira 

Nilo Rodrigues de Souza

Eliton Polverine




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"Grande O Norte Fluminense! Um trabalho zeloso de Esio e Luciano Bastos!"

A magnífica residência de Ana Carolina Boechat, em São Paulo 

"Grande O Norte Fluminense! Um trabalho zeloso de Esio e Luciano Bastos! Plantaram frutos e lutavam pela boa imprensa do interior!" (Ana Carolina Boechat, desde São Paulo)



Mais que um jornal, a voz da nossa história!


quarta-feira, 30 de julho de 2025

Praça dos Trovadores na III FLICbonjê

 


Um projeto de lei apresentado pelo vereador Clerinho da Soledade, aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito Paulo Sérgio Travassos do Carmo Cyrillo, passou a denominar a parte central da Praça Amaral Peixoto em Espaço Cultural dos Trovadores, o que constitui um importante fator de estímulo para o nosso desenvolvimento cultural.

A 1ª trova (quadra) escrita em Bom Jesus do Itabapoana teve como autor o açoriano Padre Antônio Francisco de Mello, em 1899, quando chegou ao nosso município:

"Quem teve amores ao longe 

teve saudades aos pés 

os olhos são regadores 

se o amor falso não é"

A última trova composta em nosso município foi de autoria da jovem Beatriz de Fátima Magalhães, presidente da ABIJAL (Academia Bonjesuense Infantojuvenil de Artes e Letras):

"Cuidar é gesto calado

que aquece o peito e acalma.

É amor sendo derramado,

feito abraço em forma de alma".

A trova desponta em nosso município graças ao idealismo dos membros da UBT Seção Itaperuna, que realizaram oficinas e orientaram a fundação da Seção Bom Jesus do Itabapoana.

Por ocasião da III FLICbonjê, no dia 2 de agosto, trovadores se reunirão no Espaço Cultural dos Trovadores e celebrarão a modalidade poética composta por quatro versos, onde cada verso possui sete sílabas poéticas (redondilha maior) com simplicidade, transmitindo mensagens para os corações.

Mestre Daniel de Lima foi homenageado pelo Rotary Club

 


O mestre artesão Daniel de Lima, do ateliê filhosdobarro, marcou presença na Exposição *A Arte de Ser Artesão – Raízes que Criam, Mãos que Contam*, realizada pela Aaari no Mercure Hotel, em Nova Iguaçu.  

A mostra integrou um momento especial do *Rotary Club de Nova Iguaçu Leste*, durante a cerimônia de transmissão de cargo, posse do novo Conselho Diretor e celebração dos 56 anos do clube.

A participação do mestre Daniel de Lima representa muito mais que uma presença simbólica — ela fortalece os saberes tradicionais e enriquece a trajetória do artesanato cultivado pela Associação de artesãos e artistas Raizes de Iguassu. 

Ter sua amizade e seu conhecimento junto ao nosso grupo é uma honra rara e valiosa.  
Gratidão, mestre!





LUTO NA LIRA DA USINA SANTA MARIA

 

Sebastião Ribeiro de Azevedo 


SEBASTIÃO RIBEIRO DE AZEVEDO, irmão do Maestro Alessandro Azevedo, da Sociedade Musical da Usina Santa Maria, faleceu hoje.

O JONF (Jornal O Norte Fluminense) manifesta os sentimentos à família. Que Deus console a todos!



Um Instituto Patrocinador da 3ª FLICBonjê

 


Uma Lira patrocinadora da 3ª FLICBonjê

 


Um Teatro Patrocinador da 3ª FLICBonjê

 


Um Memorial Patrocinador da 3ª FLICBonjê


 

Um jornal que apoia a 3ª FLICBonjê

 


terça-feira, 29 de julho de 2025

O Coração da Biblioteca

                                         Por Gino Martins Borges Bastos 


Meu primeiro contato com um livro foi na biblioteca da minha casa — um espaço de memórias e descobertas, onde repousavam os livros do meu avô Olívio Bastos, cuidadosamente preservados e enriquecidos, com o tempo, por meu pai, Luciano Augusto Bastos.

Lembro-me com nitidez: eu ainda criança, sendo conduzido por meu pai até a biblioteca. Com ternura e firmeza, ele me aconselhava a ler Monteiro Lobato. Mas ele não apenas aconselhava — colocava em minhas mãos toda a coleção: Reinações de Narizinho, O Minotauro, Os Doze Trabalhos de Hércules, Caçadas de Pedrinho, O Pica-pau Amarelo, O Saci, Memórias de Emília...

Em outras ocasiões, ele me sentava à mesa, diante de um grande atlas geográfico, e me entregava um caderno e canetas coloridas. A geografia, as cores vivas e o doce perfume das tintas tornaram-se lembranças especiais da minha infância.

Recordo-me também do primeiro livro que entristeceu meu coração infantil: O Soldadinho de Chumbo, de Hans Christian Andersen. Interrompi para sempre a leitura quando o pequeno soldado, valente e com uma só perna, foi lançado à fogueira. Aquela cena me feriu de verdade.

Já adolescente, meu pai me apresentou uma obra de Martin Luther King. Leu para mim, em voz clara e comovida, uma frase do líder negro:
“Sempre haverá um momento na vida em que você terá as condições de cravar um punhal no coração do seu maior inimigo. Neste momento, você não deve fazê-lo.” 

Fiquei em silêncio, mas aquela lição permaneceu.

Certa vez, ao passear pelas prateleiras da biblioteca, deparei-me com Poeira de Sonhos, livro de uma conterrânea bonjesuense, Yvonne Miguel Diniz. Em sua poesia Casa Abandonada, ela retorna à casa de sua infância e, diante do abandono, confessa:
"Com o coração ferido... chorei meu velho sonho ali perdido."
Senti o eco da minha própria memória.

Mais adiante, encontrei uma oração de Rabindranath Tagore, que se tornou uma das minhas preces favoritas:
“Senhor, se é verdade que vos amo porque temo o vosso inferno, lança-me nele!
Se é verdade que vos amo porque desejo o vosso céu, priva-me dele!
Mas se é verdade que vos amo apenas porque vos adoro, então concede-me o teu Amor!”

Já adulto, voltei-me à antiga coleção de meu avô e mergulhei na obra do Padre Antônio Vieira — o Imperador da Língua Portuguesa. Nele, encontrei a frase que me fez parar e refletir por longos minutos:
“Que coisa é a conversão da alma, senão um homem dentro de si e ver-se a si mesmo?”

Cresci, amadureci, e naturalmente passei a ampliar o acervo da biblioteca com livros que, por alguma razão, me chamavam. Hoje, ali repousam também obras de arte de meu tio-avô, Segisnando Martins, campista que costumava nos visitar em Bom Jesus.

Há, ainda, fotos emolduradas de ascendentes portugueses e açorianos: de meus avós paternos, Olívio Bastos e Vivaldina Martins Bastos; de meus avós maternos, Francisco Moraes Borges e Odete Tavares Borges. E também de meus bisavós, Segisnando Pinto Martins e Mariana Duarte Martins, além de outros rostos familiares que me olham em silêncio, como guardiões do tempo.

Na biblioteca, há uma cadeira. A mesma em que meu avô Olívio Bastos costumava sentar. Depois, foi ocupada por meu pai. Hoje, sou eu quem se senta nela.

E continuo a ler — como fazia na infância — envolto pela história, com o coração no presente e os olhos voltados para o futuro.

CAES recebe visita do Secretário Estadual de Turismo


Secretário Estadual de Turismo,Victor da Silva Coelho, e Dr Nino Moreira Seródio, presidente da CAES

A CAES (Casa dos Açores do Espírito Santo) recebeu hoje a visita do Secretário Estadual de Turismo, Victor da Silva Coelho, que veio acompanhado de autoridades do município de Apiacá, onde está situada a sede da entidade capixaba.

Dr Pedro Antônio de Souza, um dos grandes nomes da cultura capixaba, e um dos diretores da instituição, recebeu a delegação e resumiu o memorável acontecimento: "foi um encontro muito importante, no qual o Governo Estadual e Municipal puderam conhecer mais de perto o potencial da CAES na dinâmica do Turismo, em Apiacá e região.

Como de costume, o nosso Presidente, Dr Nino, acolheu os convidados com sua incomum habilidade de anfitrião.

Que bom ver nossa Casa se fortalecendo por dentro e se dispondo para as ações extra-muros!".

CAES (Casa dos Açores do Espírito Santo)


A gloriosa UBT Seção Itaperuna participará da 3ª FLICBonjê

 


Bom Jesus do Itabapoana receberá, com muita alegria, a gloriosa UBT (União Brasileira dos Trovadores) Seção Itaperuna, por ocasião da 3ª FLICBonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana).

A UBT  seção de Itaperuna, fundada em 11 de novembro de 2020 com 14 membros fundadores, é uma filial da entidade nacional que promove a trova e outras formas de poesia, com foco no estudo, cultivo e divulgação da trova, além de promover encontros e concursos entre trovadores. Itaperuna sedia eventos como os Jogos Florais e concursos de trova, contando com o apoio da prefeitura local.


Jane Moreira Bauer

Membro fundador da UBT- União Brasileira de Trovadores-Seção ItaperunaRJ,compôs a primeira diretoria da instituição como secretária e atualmente integra o cargo de presidente.Natural de Monte-Verde, Distrito de Cambuci-RJ, radicada em Itaperuna há trinta anos.Pós-graduada em estudos lingüísticos e literários, formada em Letras pela Fundação São José-FSJ. Foi membro do Rotary Club de Itaperuna onde integroua Comissão de Projetos Humanitários e Imagem Pública. É voluntária nosprojetos humanitários organizados pela professora Alcíone Moreira Gonçalvespara a comunidade de ItaperunaParticipação em vários concursos nos âmbitos estadual e nos concursos internosda UBT- Seção Itaperuna sendo classificada nas UBTS de Curitiba, PR, Porto Alegre,RS, Maranguape,CE,Juíz de Fora, Goitacazes,RJ,Cambuci, Itaocara,RJ e Itaperuna,RJ.MG, Campos dos Participação nas Antologias Jardim de Trovas, Poéticas da Colheita da UBTItaperuna, e da Primeira Edição da Antologia Trovadores do Brasil do Clube de Poesias Nordestinas e da Coletânea Volume IV Múltiplas Palavras, com autores de diversos estados e cidades brasileiras.Atua no ramo de construção civil e já realizou confecção de CD de poesia deautoria de renomados poetas itaperunenses, como Flora Malta Carpi e Regina Coeli.


Lúcia Spadarotto

Membro fundador da UBT – União Brasileira de Trovadores – Seção Itaperuna/RJ, integra a diretoria como vice-presidente de administração, e é coordenadora do Projeto Juventrova da instituição desde a sua fundação. É membro efetivo da Acil – Academia Itaperunense de Letras.É natural de Bom Jesus do Itabapoana/RJ e radicada em Itaperuna há 53 anos.Professora aposentada da rede pública do Estado do Rio de Janeiro, é graduada em Letras com habilitação em língua portuguesa, língua inglesa e literatura. É pós-graduada em planejamento educacional.Participou do projeto de leitura e de escrita do Instituto Ayrton Senna e em projeto de quadrinhas com lançamento de livro desta modalidade com alunos do ensino fundamental, realizados no C. E. Buarque de Nazareth. Participou nas Antologias Jardim de Trovas e Poéticas da Colheita da UBT Itaperuna, na Primeira Edição da Antologia Trovadores do Brasil do Clube da Poesia Nordestina, no livro bilíngue (português/italiano) Dante e Beatrice “Amor Eterno”, no livro Múltiplas Palavras Volume IV (Juiz de Fora), na coletânea Contos e Causos Norte e Noroeste Fluminense. Nas Antologias Internacionais: Festival Internacional da Catrina (OMT México - português/espanhol);Homenagem a José Martí (OMT Cuba); Homenagem a Mario Vargas Llosa (OMT Peru); Homenagem a Violeta Parra (OMT Chile); Homenagem a Francisco Gabilondo Soler, Cri Cri (OMT México); Homenagem a Emily Dickinson (OMT Estados Unidos); Caçadores e Lenhadores (OMT Israel); na Antologia de Trovas 2025 Costa do Marfim.Foi revisora do livro Voos Lépidos, da saudosa trovadora Flora Malta Carpi, do livro Versos em Tempos Diversos e do CD Reflexão, da poetisa e cantora Elizabeth Faria e do livro Liderança Transformacional, da escritora Eunice Nogueira da Gama entre outros. Teve classificação em concursos de trovas da UBT no âmbito Nacional/Internacional, da UBT/RJ no âmbito estadual, em concurso de cartrovas da UBT Seção Caxias do Sul, em um concurso de decatrovas da UBT Juiz de Fora e em concursos internos da UBT Seção Itaperuna, durante os anos de 2021 e 2022, período em que iniciou sua vivência com a modalidade Trova. Teve classificação também em concursos de trovas da OMT (Organização Mundial de Trovadores), da UBT/RJ no âmbito estadual, da UBT no Âmbito Nacional/Internacional, em concursos internos de trovas da UBT Seção Itaperuna/RJ, em concurso de cartrovas da UBT Seção Caxias do Sul, em concursos de microconto da UBT Aracoiaba/CE e da UBT Fortaleza, no Âmbito Nacional, e em concurso de poesia (soneto) de Venda Nova do Imigrante/ES, nos anos de 2023 e 2024. Participa em Comissão Julgadora de concursos de trovas.Coordenou o I Concurso Literário de Prosa e Poesia da ABIJAL (Academia Bonjesuense Infantojuvenil de Artes e Letras) em 2025.Foi homenageada no projeto “Brincar, imaginar e se encantar com poetas e trovadores de Itaperuna” pela rede municipal de ensino de Itaperuna/RJ; com uma MOÇÃO DE APLAUSOS pela Câmara Municipal de Itaperuna em 2023;com a COMENDA LUCÉLIA MENDONÇA pelo Rotary Club de Itaperuna, em reconhecimento às mulheres que se destacaram no município nos anos de 2023/2024; com o certificado de honra e glória como reconhecimento pelo apoio à ABIJAL (Academia Bonjesuense Infantojuvenil de Artes e Letras) no dia 25/04/2025; com o certificado de reconhecimento pelo Dia da Poesia Bonjesuense no dia 03/05/2025; premiada da Senadoria/RJ no CSCL (Congresso da Sociedade de Cultura Latina) na categoria TROVADORA melhores do biênio 2023/2024.


Gogó Pacheco

Membro fundador da UBT (União Brasileira de Trovadores) Seção Itaperuna-RJ.Poeta popular, trovador e cordelista itaperunense, nascido na Serra do Capetinga, em Boa Ventura, 6º distrito de Itaperuna/RJ. É empresário. Divulga seus poemas nas mídias digitais, em roda de conversa com amigos e em festividades. Classificado em diversos concursos de trovas nos âmbitos estadual e nacional/internacional da União Brasileira de Trovadores, em concursos internos da UBT Seção Itaperuna e em concursos de trovas da OMT (Organização Mundial de Trovadores).Participou nas Antologias Jardim de Trovas e Poéticas da Colheita da UBT Seção Itaperuna, na Primeira Edição da Antologia Trovadores do Brasil do Clube da Poesia Nordestina e no livro Múltiplas Palavras Volume IV (Juiz de Fora).Tem poemas musicados pelo cantor Valber Meireles.Foi homenageado no projeto “Brincar, imaginar e se encantar com poetas e trovadores de Itaperuna”, numa escola municipal. Foi homenageado, também, com uma MOÇÃO DE APLAUSOS pela Câmara Municipal de Itaperuna em 2023.Canal no YouTube: Poesia Gogó Pacheco.


Valber Meireles

Membro fundador da UBT – União Brasileira de Trovadores – SeçãoItaperuna/RJ.Natural de Itaperuna-RJ, professor, músico, poeta, escritor, compositor,trovador e nutricionista. Pós-graduado em língua portuguesa e educação ambiental e gestão territorial. Formado em Letras e Nutrição. É também membro fundador e atual presidente da Academia Itaperunense de Letras.Lançou uma Plaqueta Literária, nove CDs – totalizando mais de cento e vintecanções gravadas – e escreveu diversos artigos para jornais locais. Por suaobra, foi diversas vezes premiado e homenageado.Site: www.valbermeireles.com.br.


Maria Mendes de Oliveira Santos

Membro fundador da UBT – União Brasileira de Trovadores – SeçãoItaperuna-RJ.Natural de Itaperuna-RJ. Professora aposentada da rede pública estadual,tendo atuado nas seguintes unidades de ensino: São Pedro Paraíso (1964); E. E. Piedade (1966); E. E. Bom Jesus da Vargem Alegre (1967 a 1970); E. E. Rotary (1970 a 2010); E. E. Pe. Humberto Lindelauf; E. E. Agrícola (2001 a 2004).Interessou-se pela poesia desde criança, quando escrevia homenagensem datas festivas, como o Dia das Mães, o Dia dos Professores, o Dia da Pátriaetc. Prosseguiu, escrevendo poesias de cunho religioso e abordando tambémvariadas temáticas em outras fases de sua vida. Em 2001, foi premiada no Concurso de Redação Devemos Ver com os Olhos Livres, promovido pelaAcademia Brasileira de Letras e pela Folha Dirigida, obtendo classificação 157entre 6032 concorrentes. Classificação e m concursos de trovas da UBT no âmbito nacional e em concursos internos da UBT Seção Itaperuna.


Marina Caraline de Almeida Carvalhal

Membro fundador da UBT – União Brasileira de Trovadores – SeçãoItaperuna-RJ.Integra a primeira diretoria da instituição como vice-presidente administrativa.Natural de Cambuci-RJ, reside em Itaperuna-RJ desde 1969. Professoraaposentada.Cursou mestrado em Letras (literatura), especialização em língua portuguesa,graduação em Letras (língua e literatura), e curso Normal (hoje Formação de Professores).No magistério perpassou pelo ensino fundamental, médio e superior.Trabalhou ainda no comércio e na telefonia. Além de ter participado de encontros,seminários, cursos de aperfeiçoamento, dentre eles teatro greco-latino,participou também de concursos de conto e de poesias; atuou como coordenadora, orientadora, organizadora de concursos de poesia, fez adaptação de peças teatrais e ministrou minicursos.Presidente emérita da Academia Itaperunense de Letras. Nela, tambémesteve tesoureira e secretária. Dentre os títulos e homenagens recebidas, foiagraciada como professora poetisa pelo Rotary Club e laureada com moção honrosa pela Prefeitura de São José de Ubá-RJ. Premiada em concurso de poesia.Artigos, crônicas, contos e poemas já foram publicados em jornais, revistase periódicos. Participou de três Antologias e publicou quatro livros: Colosso: 55anos de uma história de amor (2006), Alicerce (2012), História das histórias –Era uma vez...uma varinha de condão (2018) e Segredos na ponta do lápis (2022).Classificação em 11 concursos nacionais da UBT, 01 concurso estadual da UBT, 05 concursos internos da UBT Itaperuna e 03 concursos de trovas promovidospela OMT, todos compreendendo o período de 2021 a 2022.


Sônia Maria Nuss Teixeira Nogueira da Gama

Membro fundador da UBT – União Brasileira de Trovadores – SeçãoItaperuna-RJ.Natural de Cambuci-RJ, radicada em Itaperuna há 58 anos. Professora aposentadada rede pública estadual do RJ. Graduada em ciências sociais.Publicou 3 livros de poemas: Esvaziar a Alma (2015), Caminhando (2019) eVoar Sempre (2020).Classificação em quatro concursos da UBT durante o ano de 2021 e em concursosinternos da UBT Itaperuna durante o ano de 2022.


Luciana Pessanha Pires

Membro fundador da UBT – União Brasileira de Trovadores – SeçãoItaperuna-RJ, 1ª presidente da instituição.Natural de Itaperuna-RJ. Professora, especialista em docência do ensinosuperior, graduada em Letras (português/inglês/literaturas), ambos pelaFaculdade de Filosofia de Itaperuna.Membro fundador da Academia Internacional da União Cultural, DelegadaRegional da Academia de Letras do Brasil/ Seccional Campos dos GoytacazesALB. Membro fundador e Presidente emérita da Academia Itaperunensede Letras, tendo atuado em duas gestões. Publicou três livros: Renascer,Malmequer Bem me quer (Poemas), Sobre Tempos e Jardins (Crônicas).Tem publicações em jornais e antologias, entre elas: a antologia Mil Poemasa Pablo Neruda, Um Canto de Amor Universal, Poetas del mundo Isla Negra,Alfred Asís (Org), obra que faz parte do acervo da Biblioteca de Pablo Neruda,no Chile, compilação de mil poetas latino-americanos.Organizou a antologia Jardim de Trovas e várias edições do InformativoCaminho da Pedra Preta, da UBT Seção Itaperuna e edições do Jornal O Voo da Garça, da Academia Itaperunense de Letras.Participou de painel sobre a importância da literatura na sociedade na pandemia, no Fórum Social Mundial (2021), participou também de homenagemà Hector Babenco, na Feria Virtual del Libro Argentina, de Tributo a AlbertoMoravia, na Feria Virtual del Libro Itália, de homenagem ao mestre Cartola,na Feira Virtual do Livro do Brasil, do Sarau Ode ao Amor, na Feria Virtual delLibro Peru, do Children´s Festival, no Virtual Book Fair South Africa, de FestivalInfantojuvenil, na Feria Virtual del Libro Mexico, pela ALB (2022).Troféu Ativista Cultural Melhores do biênio 2019/2020, pelo Congresso daSociedade da Cultura Latina, Troféu Ours Concour, Melhores de 2018, peloCongresso da Sociedade da Cultura Latina, Personalidade do Ano de 2017com voto popular pelo Blog Adilson Ribeiro, Prêmio de Excelência Profissional (2016) - Literatura, pela Academia Rotária de Letras, Artes e Cultura em Taubaté/SP.Dentre as premiações recebidas, as mais recentes são: 1º lugar no 1ºConcurso de Poesias da Academia Internacional da União Cultural, categoriaAcadêmicos Efetivos (2021), com o soneto Um semear de aurora”. 3º lugar noI Concurso de Sonetos Clássicos da Academia Internacional da União Cultural(2021), com o Soneto da despedida. Premiada em concursos nacionais da União Brasileira de Trovadores e em concursos internos da UBT Itaperuna.Mentora e curadora da 1ª Feira de Ações Sustentáveis, em Itaperuna-RJ(2021) e da 1ª edição da FLIT- Festa Literária de Itaperuna (2018).Criou e moderou durante cinco anos, uma comunidade orkuteana com finalidade de discutir literatura. Nessa comunidade formam realizadas 22tele-entrevistas com escritores e intelectuais. Algumas dessas entrevistasforam publicadas na Revista Tempo Brasileiro, Literatura on-line, número185, edição organizada pelo professor, poeta e crítico literário, Pedro Lyra,com a direção editorial de Marco Lucchesi (2011). A edição traz um ensaiode minha autoria, tele-entrevistas com Antônio Carlos Secchin, AdrianoEspínola, Charles Perrone-EUA, Jiro Takarashi e Pedro Lyra, ensaio dePortela e de outros autores.


Abia Dias

Membro fundador da UBT – União Brasileira de Trovadores – Seção ItaperunaRJ, integra a primeira diretoria da instituição como vice-presidente de cultura e de relações públicas.Natural de São João do Paraíso, município de Cambuci, RJ, radicada em Itaperuna, RJ, há 40 anos. Professora universitária, especialista em língua portuguesa, docente no Centro Universitário São José de Itaperuna onde atua como professora de língua portuguesa e prática de ensino. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em língua portuguesa, linguística, leitura e produção de texto, prática de ensino e estágio supervisionado. Entre suas publicações constam resenhas, artigos científicos, prefácios e produções como: Chega de Saudade, Vinícius de Moraes, 2005. Texto e interpretação; Brasil Meu Ari Brasileiro, 2004. Texto: Projeto Cidade que Amanhece Poesia, 2005. Projeto iniciado no ano de 1999 e executado durante 15 anos pelo Colégio Estadual Luiz Ferraz, em Itaperuna. Membro fundador e presidente emérita da Academia Itaperunense de Letras.


"Viva, Ame, Perdoe" por Rogério Loureiro Xavier

 


Olá 🖐 pessoas amiga e do bem.


*"Viva, Ame, Perdoe."*


Porque o hoje é a única certeza que temos para realizarmos os nossos sonhos, valorizarmos os que amamos e fazermos valer a pena a VIDA que Deus nos deu.

"Sempre existe um pouco de verdade atrás de cada *“Tô brincando”*... Um pouco de conhecimento, atrás de cada *“Eu não sei”*, um pouco de sentimento atrás de cada *“Eu não me importo”*. E um pouco de dor atrás de cada *“Tudo bem”*."


*"✍️ ... Rogerio Loureiro Xavier"*

A mensagem de Rogério Loureiro Xavier

 


RIMAS ... RIMADAS

 A

Wilma Martins Teixeira Coutinho 


Eu gosto se ver o mar

Suas ondas a bailar

O poeta a recordar

Meu amor, onde andará?


Corri léguas à procura

Não encontrei! Que loucura

Sofri toda essa tortura

Vou encontrar, por ventura!


Não vou viver de sofrimento

O amor é um alimento

Traz à Alma sem tormento 

Eu não o esqueço, um momento


Wilma

23!10/2015

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Uma linda Trova de Beatriz de Fátima Magalhães


Beatriz de Fátima Magalhães: poetisa e trovadora da nova geração bonjesuense 

A jovem Beatriz de Fátima Magalhães, presidente da ABIJAL (Academia Bonjesuense Infantojuvenil de Artes e Letras), que tem se revelado como uma das grandes poetisas e trovadoras da nova geração bonjesuense, compôs lindos versos que, segundo ela, se inspirou no texto "O Ato de Cuidar", de Gino Martins Borges Bastos.https://onortefluminense.blogspot.com/2025/07/o-ato-de-cuidar.html


Cuidar é gesto calado

que aquece o peito e acalma.

É amor sendo derramado,

feito abraço em forma de alma.

(Beatriz de Fátima Magalhães)


O sino e o livro


                                  Por Gino Martins Borges Bastos 


Frequento antiquários como quem vai à padaria, ao restaurante, à farmácia. Neles, não busco apenas objetos, mas histórias adormecidas. Ao caminhar entre lamparinas, tachos do mundo rural, móveis antigos e peças de uma época áurea, me deslumbro com o tempo cristalizado em madeira, ferro e papel.

Nos antiquários, contempla-se mais do que o passado — contempla-se a beleza do que perdura. Cada peça guarda em si uma história não contada, um sussurro de vidas que já foram.

Os comerciantes de antiguidades são mestres sem cátedra. Por meio deles, tomamos conhecimento de narrativas extraordinárias, quase sempre esquecidas pelo tempo.

Embora aprecie muitos objetos, levo para casa apenas móveis e peças portuguesas. Faço isso por fidelidade às minhas origens lusitanas. Meu antepassado, Francisco Lourenço Borges, nascido no século XVIII, veio da ilha Terceira, no Arquipélago dos Açores. Em minha casa, o passado habita cada sala, cada quarto, a biblioteca, os móveis, as fotos e o piano.

Meus pais, Luciano Augusto Bastos e Leny Borges Bastos, estão sempre presentes dentro de mim, mesmo após sua partida.

Lembro com clareza de uma visita, anos atrás, a um antiquário. Fui atendido por seu proprietário, um homem idoso, culto e gentil. Encantei-me por um livro do século XIX, que oferecia móveis a clientes de outrora. Quis comprá-lo, mas ele recusou. Disse que aquele exemplar guardava valor afetivo.

Adquiri outras peças e, ao me despedir, ele apontou para um sino.

— Você precisa bater neste sino! — disse.

Perguntei o motivo. Ele sorriu:

— Todos os que compram aqui precisam bater o sino.

Tempos depois, voltei ao mesmo antiquário. Fui atendido por um homem de meia-idade. Perguntei pelo antigo proprietário e soube que, por conta da idade, ele já não comandava mais o lugar. Notei que o sino havia desaparecido.

— Foi vendido — explicou o atendente.

Aproveitei para perguntar sobre o livro do século XIX. Ele o encontrou com facilidade.

— Está à venda! — disse.

Fiquei surpreso. E emocionado.

Surgiu então a dúvida: comprá-lo ou respeitar a vontade antiga do proprietário? Por um instante, hesitei. Mas imaginei que aquele exemplar teria o mesmo destino do sino — perdido, talvez, para sempre.

Trouxe o livro comigo. Com ele, levo também a memória de um antiquário, de seu dono e de um tempo que, embora distante, ainda pulsa em mim.


domingo, 27 de julho de 2025

"Nunca diga eu não consigo", por Rogério Loureiro Xavier

 


*"Olá 🖐 pessoa amiga e do bem."*


*"Nunca diga eu não consigo. Diga sempre: Tudo posso naquele que me fortalece!"*


*"Estou em processo, há coisas a aprender, e há coisas a reprogramar, há coisas que sou, e não quero ser, há coisas que ainda não sou e quero ser, há coisas que sou e ainda não sei, mas estou buscando saber, estou em construção, mas já estive em demolição."*


*"✍️ ... Rogerio Loureiro Xavier"*

Cesta de Memórias e Flores

 


No coração verde e sossegado de Pirapetinga de Bom Jesus, o sábado acordou com cheiro de infância e páginas antigas. Era dia de 4ª Feira Literária — a FLiPir — e o tempo parecia ter dado um passo para trás, só para melhor contemplar o presente. No alpendre das lembranças, uma cesta de madeira rústica repousava como um relicário. Dentro dela, repousavam exemplares do jornal O Norte Fluminense, como se fossem aves antigas que ainda sabiam cantar.

Fundado por Ésio Martins Bastos em um 25 de dezembro — data de nascimento dos sonhos — o jornal, agora maduro e sábio, foi exposto entre flores, versos e memórias, como se sussurrasse à vila: “eu também sou parte de vocês.” Pirapetinga, berço de Iracema Seródio Boechat, cuja poesia guarda ecos dos Açores, recebia seu passado com carinho. Ao lado dela, na moldura do tempo, Norberto Seródio Boechat — médico e cronista dos silêncios e das risadas da vila — parecia ainda escrever, invisível, sobre a beirada da cesta e do Museu da Imagem que fundou junto com a irmã Maria Lúcia Seródio Boechat, a Lucinha, no dia 2 de dezembro de 1993.

Lauro Amaral, com seu bisturi e suas palavras, também pairava no ar. E Adalto Boechat Júnior, memorialista das raízes e dos abraços, dava forma ao dia, como quem costura rendas no tempo.

A UBT de Itaperuna trouxe trovadores — flores que falam — e suas trovas bordadas no banner. Jane Moreira Bauer, Marina Calarine, Lúcia Spadarotto, Gogó Pacheco, Luciana Pessanha Pires, Gorete Demétrio, María Mendes de Oliveira Santos e Bernadete Soares espalharam poesia como quem semeia alvoradas. O ar se fez de rima e de vento bom.

Dr Laércio Andrade, escritor e memorialista, também veio de Itaperuna, representando a ACIL (Academia Itaperunense de Letras), trazendo sua prosa e seus sonhos. Estiveram presentes, ainda, as escritoras convidadas Rita Côgo, que participou de todas as edições da Feira de Pirapetinga, e Vera Lúcia Moraes, de Guaçuí (ES).

O açoriano Francisco Amaro Borba Gonçalves, ao ver os frutos da terra que um dia receberam seus conterrâneos, encantou-se. Reconheceu nos rostos, nos traços, nos gestos, a semente do arquipélago, agora enraizada no solo suíço-colonial de Pirapetinga. Era um reencontro de oceanos.

A mestra de afeto e organização, Anizia Maria Pimentel, bordou o dia com firmeza e delicadeza. As mãos que distribuíam mudas de flores e frutíferas pareciam dizer: “Aqui, semeamos mais do que plantas — semeamos memória.”

E foi assim que o projeto Semear ganhou cor: a pista margeada de flores se tornou um poema de chão. Cada flor ali parecia uma letra que soletrava esperança. Cada olhar que percorria a estrada era um verso do novo amanhã.

No Cantinho dos Avós, montado com carinho por Adalto Boechat, xales, bengalas e cadeiras de balanço contavam histórias sem palavras. Era como se os avós sussurrassem do além: “Estamos aqui, na doçura do tempo que embala.”

E entre tudo isso, Adalto sorria. Seu artigo “A Troca de Nome”, publicado no jornal O Norte Fluminense, que cruzou o oceano até o Canadá, parecia responder à travessia das palavras: o que nasce com afeto nunca morre — apenas viaja. Deve ser registrado que o Desembargador Cláudio Brandão fez questão de estar presente ao momento memorável, ocasião em que fez um brilhante pronunciamento.

Houve até uma rifa de  bezerro. Lucinha era toda alegria: "O bezerro para a FLiPir foi doado por nossa família! Pasmem! O bezerro saiu para Moisés do Mercado, e quem comprou a rifa foi meu filho Agostinho Boechat Neto. Moisés é muito querido por nós! A 4ª FLiPir foi maravilhosa!".

De se aplaudir o incentivo e a mentalização dados às crianças, conjugado a um evento específico em relação à preservação do meio ambiente. Aplausos também à equipe organizadora composta por Lauro Amaral,, Lia Márcia Amaral,Lielma Amaral, Adalto Boechat, Anizia Maria e Olandim Sueth.

Em Pirapetinga, todos se orgulham das raízes açorianas e suíças, como a família Seródio Boechat, que instituiu o vibrante Museu da Imagem.

Na cesta rústica, o jornal O Norte Fluminense parecia descansar como um livro lido e relido, mas sempre novo. Ali, entre páginas e pétalas, a memória de Bom Jesus do Itabapoana floresceu — e Pirapetinga foi, por um instante eterno, o centro lírico do mundo.