quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

"O Baile dos Vampiros está terminando"

 


O presidente da Rússia Vladimir Putin fala sobre as elites ocidentais, e sua voz ecoa como um sino antigo.

"Destroçaram os povos desafortunados da África, exploraram a América Latina, sugaram a Ásia até o osso.

E, por suposto, ninguém esqueceu.

Estão acostumados, há séculos, a devorar o ventre da carne humana enquanto mantêm os bolsos cheios de dinheiro.

Banqueteiam-se na dor alheia com taças erguidas e sorrisos frios.

Porém, devem entender:

o salão escurece,

a música enfraquece,

e a aurora se anuncia.

O Baile dos Vampiros está terminando".

Italian Christmas Love Songs




A força que não grita



Em uma reunião com jornalistas, Vladimir Putin foi indagado sobre como deve se comportar o presidente da Rússia. A resposta veio seca, calculada, quase minimalista: “Quando uma pessoa reage com agressividade, demonstra fraqueza. Uma pessoa na minha posição não tem o direito de demonstrar fraqueza.”

A frase, embora dita no contexto do poder geopolítico, ultrapassa fronteiras e palácios. Ela se infiltra silenciosamente no cotidiano e lança luz sobre o comportamento humano.

Vivemos tempos em que o tom de voz elevado costuma ser confundido com autoridade, e o gesto brusco, com coragem. Muitos acreditam que a agressividade é armadura, quando na verdade é fresta. O grito, quase sempre, nasce do medo; a imposição, da insegurança; o ataque, da incapacidade de sustentar o próprio equilíbrio interior.

A verdadeira força raramente faz barulho. Ela se manifesta no controle, na pausa antes da resposta, no olhar que observa mais do que reage. É silenciosa como um rio profundo: não precisa provar sua existência, apenas segue.

Putin, ao falar de si, acaba falando de todos nós. Em cargos de poder ou nas pequenas arenas da vida diária, a agressividade costuma ser o último recurso de quem perdeu o domínio sobre si mesmo. Confunde-se dureza com firmeza, quando são opostas. A firmeza nasce da convicção; a dureza, da fragilidade disfarçada.

Talvez a lição mais incômoda seja esta: autocontrole exige mais coragem do que explosão. Manter-se sereno quando provocado é um exercício de força interior que poucos dominam. A agressividade pode até impressionar por um instante, mas é a serenidade que sustenta, constrói e permanece.

No fim, a fraqueza não está em recuar, silenciar ou ponderar. Está em não conseguir fazê-lo. E isso vale tanto para presidentes quanto para cidadãos comuns, em qualquer latitude do mundo.

Feliz Natal 🎄 2025, por Rogério Loureiro Xavier



Olá 🖐 pessoa amiga e do bem. 

*"Feliz Natal 🎄 2025"*

*"Eu queria poder abraçar todos os meus AMIGOS neste NATAL, e assim externar todo o meu carinho e gratidão pela nossa amizade, mas como vários deles moram longe, resolvi escrever uma carta para DEUS como uma PRECE que diz assim: "Senhor conceda a todos os meus amigos um santo e sereno Natal, sobretudo em 2026 recheado de bênçãos e vitórias, que não lhes falte nada, que todos os dias sejam regados a bênçãos, que os 365 dias sejam prósperos e frutíferos e que o MENINO JESUS possa fazer morada dentro de cada coração!"*

*" ✍️ ... Rogerio Loureiro Xavier"*

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Minha Mãe Não Foi, e Foi Tudo

 

Adalto Boechat Júnior

Se eu não penso em onde meus pais estão, imagino que ficariam decepcionados comigo.

Passei a vida inteira tentando ser o melhor que eu podia ser, por eles.

Quando saí de casa para o meu primeiro emprego, minha mãe varria o quintal.

A única recomendação que me deu foi simples e definitiva:

“Saia de casa para ser um homem de bem. Não importa o que o mundo te faça.”

Eu nunca esqueci. Ela estava ali, vassoura na mão, roupa muito simples, chinelo velho nos pés.

Sempre abriu mão de si para que eu pudesse estudar.

No dia da minha formatura, foi ela quem fez a minha beca. Mas não foi à cerimônia.

Mais tarde soube o motivo: ela não tinha roupa, nem sapato.

Na época, adolescente e cego, pensei:

“Poxa… minha mãe não me ama. Não veio à minha formatura.”

Hoje eu sei.

Aquela ausência foi a maior prova de amor. 

Imagino o quanto ela deve ter chorado sozinha, dentro de casa, esperando que eu voltasse com o diploma nas mãos.

Uma lágrima cai em mim agora...

TV Alcance Exclusivo: Encontro celebra 60 anos da turma do Curso Normal do Colégio Rio Branco

 



Fábrica de Balas São Jorge: Um Sabor que Permanece

Com informações de Ana Carolina Boechat

Entrada do prédio onde funcionava a Fábrica de Balas São Jorge

A Fábrica de Balas e a Memória da Cidade

Na década de 1950, funcionava em Bom Jesus do Itavapoana a Fábrica de Balas São Jorge, no mesmo prédio onde hoje está instalada a Braga Móveis. O edifício também abrigava a Gráfica Gutenberg, responsável pela impressão do jornal O Norte Fluminense. A fábrica ocupava os fundos do imóvel, discreta em sua localização, mas inesquecível em sua presença.

O aroma que escapava de suas instalações era inconfundível. Um cheiro de guloseima que, visto hoje à distância do tempo, revela-se como cheiro de infância. Era doce, envolvente, quase capaz de parar quem passasse pela rua, convidando a memória a guardar aquele instante.

As balas vinham grandes e pequenas. As menores pareciam filhotes das maiores, delicadas extensões de uma mesma doçura. Não havia essência, nem artifício: o sabor era de açúcar puro, simples e absoluto. Saudade.

Eram vendidas desembrulhadas, com listas coloridas que encantavam os olhos antes mesmo do paladar. Por fora, açúcar purinho; por dentro, um miolo de textura diferente, lembrando um caramelo endurecido, resistente ao tempo, mas rendido ao prazer.

A Fábrica de Balas São Jorge encerrou suas atividades na década de 1970. No entanto, sua produção jamais foi interrompida na memória coletiva da cidade. Ali, ela continua funcionando, incessante, adoçando lembranças, preservando cores e sabores, e anunciando, com a mesma delicadeza de antes, um futuro que, ainda sabe, com sabor de açúcar e infância.

Minha passagem pelo Esporte Espetacular: de espectador a editor, por Yelmo Papa

 

Glenda Kozlowki, Yelmo Papa e Rosane Araújo

Em meados de 2013 eu já estava morando em Bom Jesus e afastado do meio televisivo há quase sete anos. Mas algo me fez mandar um currículo para uma velha amiga, a Rosane Araújo, que conhecera em 1991, quando comecei a aprender fazer TV, no esporte da Globo Rio, levado pelo grande amigo e enxadrista (além de velejador e campeão de totó e pingue-pongue) Tino Marcos.

Na época eu dava “aulas” de xadrez para crianças das redes municipais de Bom Jesus do Itabapoana e de Campos dos Goytacazes, como monitor do Mais Educação, do Governo Federal. O projeto consistia em oferecer atividades esportivas e culturais no contra turno.

Enviei o tal CV (Curriculum Vitae) e continuei tocando a vida. Até que um dia a Rosane, que era a editora-chefe do programa semanal Esporte Espetacular, ligou-me e perguntou onde eu estava eu estava e se aceitava um contrato temporário de três meses, podendo, eventualmente, tornar-se definitivo. Ela deixou claro que seria uma experiência e que, naquele momento, não havia vaga para editor de texto (cargo pleiteado por mim).

Aceitei sem pestanejar, despedi-me dos colegas e alunos do xadrez e parti para meu Rio de Janeiro natal. Confesso que me precipitei um pouco e fiquei cerca de dez dias esperando a burocracia da contratação, só gastando e sem ganhar nada. Mas em parte foi bom esse tempo, pois, sempre previdente, fui ver os melhores caminhos e ônibus entre o Grajaú (onde me instalei na casa de um amigo provisoriamente) e o Jardim Botânico, sede da famosa “Vênus Platinada”.

Fazia 22 anos que eu iniciara minha carreira em televisão, mas os sete anos em que fiquei fora da “pista” (saíra do Sportv em 2006, contra minha vontade) fizeram falta. Tive que me readaptar, e logo. Na verdade, eu não tinha ideia de como funcionava o EE (como o programa é chamado internamente, assim como o Globo Esporte é GE, o Jornal Nacional, JN, assim por diante).

A primeira diferença é que lá não havia quem atuava só como editor ou só como produtor. A equipe, bem coesa e em sua maioria jovem, “jogava nas 11”, como dizem os peladeiros e amantes do futebol. Outra coisa era o fechamento do programa, tempo em que são editadas as últimas matérias e é definida a ordem definitiva delas no “espelho” (roteiro) do EE.

Eu já havia, lá em 1992, passado pelo programa, só que ele era exibido aos sábados e às sextas-feiras a gente ficava editando até meia noite ou 1 hora. Só que agora (em 13) o programa já ia ao ar nas manhã de domingo. Então nosso plantão, com a turma que não folgaria naquele fim de semana (no seguinte sim), começava às 21/22 horas de sábado e ia até às 5 ou 6 horas da madrugada. Confesso que levei umas semanas pra me adaptar, pois já tinha mais de 50 anos e não frequentava mais baladas, boates, etc...

Mas depois a adrenalina de todo mundo correndo entre a redação e as ilhas de edição – que têm horários loteados entre as diversas produções da casa e por isso éramos obrigados a virar noite – me contagiou e me acostumei. Quem fazia essa maratona, tinha o resto do domingo de folga e a segunda-feira inteira (a gente chamava de folga de garçom).

Bom, para não me alongar demais, quero contar umas poucas histórias que vivi nestes três meses “globais”. Uma dela, acho que em meu primeiro vt (sigla que veio do videoteipe e hoje, mesmo com tudo digital, virtual, permanece), sobre o meia Paulinho (ex Corinthians e seleção) que estava estreando no time inglês do Tottenham. Ele tinha feito o primeiro gol pelo clube e precisávamos mostrar isso.

Fui buscar o gol nas agência de notícias, nas imagens de satélites que chegam diariamente e nada. Aí meu editor de imagens (um craque, hoje no Globo Repórter), Walteman Júnior, lembrou da internet. Sim, citando a fonte poderíamos usar qualquer imagem da web. Foi a primeira vez que vi isso em tv.

Na época os apresentadores do EE eram a querida Glenda Kozlowski (que já conhecia desde 2005, quando trabalhei no Sportv em Sampa e ela apresentava o GE paulistano) e o Ivan Moré, que conheci também em S. Paulo. O Tande, medalhista olímpico com o vôlei brasileiro, era um dos repórteres, além de outras feras como Clayton Conservani e Carol Barcellos. Foi muito bom trabalhar com eles.

Outra passagem interessante é que, na época, havia a expectativa para a escolha da sede dos Jogos Olímpicos de Verão (as populares Olimpíadas) de 2020 – que acabaram adiadas por um anos por causa da tragédia da Covid19. Quando Tóquio foi a escolhida tivemos reportagens do Márcio Gomes, então correspondente no Japão (hoje acho que está na CNN Brasil).

Eu tinha que esperar dar 20 horas de Brasília para ligar para o escritório da Globo em Tóquio e combinar horários de geração, o que ele iria mandar, etc... O que achei incrível é que para fazer essa ligação de milhares de quilômetros, bastava pegar um telefone (fixo) na redação e digitar uns três ou quatros números. Sim, era apenas um ramal da mesa da Globo no Rio ligado por satélite lá na Terra do Sol Nascente.

Um dia eu fiquei até mais tarde na emissora e observava dois colegas editando uma reportagem. Então ouvi uma voz de trombone e pensei: por que alguém está editando um vt em outra ilha, com narração de Galvão Bueno, e está com o volume tão alto?

Quando olhei para trás, levei um pequeno susto, pois era o próprio Galvão ensaiando para gravar um texto que acabara de escrever. Que vozeirão, parecendo ter amplificador artificial. De tempos em tempos, quando o programa batia as metas comerciais, principalmente, a Globo pagava um lauto almoço pra toda a equipe, num restaurante de categoria internacional, na zona sul do Rio.

Foi num desses almoços que eu me despedi de todos os colegas – alguns viraram amigos – já que não haveria chances de continuar. Eu estava casado há 5 anos, não havia uma vaga no momento e minha amada esposa Angélica precisava de mim aqui na nossa cidade. É curioso o que vou dizer, para concluir, mas eu era espectador assíduo do EE, inclusive dos eventos ao vivo durante o programa. Depois de trabalhar lá eu fui deixando de assisti-lo e hoje não vejo mais. Não sei explicar porquê.

Tande, Yelmo Papa e o repórter Tiago Asmar

Tino Marcos, o maior jornalista esportivo da televisão brasileira, "padrinho" de Yelmo na TV


segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

O olhar de um pai, o crescimento de um filho e o som que atravessa os anos





A travessia musical do jovem Asafe

Asafe tinha o tempo nas mãos em 2019, quando atravessava os corredores da Escola de Música JEMAJ com o instrumento quase maior que o próprio corpo. Aprendia a domar o silêncio, a respeitar o compasso, a entender que a música também exige espera. Cada nota era semente. Cada ensaio, uma promessa.

O pai, Fernando Aureliano, via de perto esse crescimento discreto, feito de repetição e persistência. Guardou imagens, não como quem arquiva lembranças, mas como quem preserva futuro. Anos depois, seriam essas imagens que atravessariam o tempo e chegariam às páginas de O Norte Fluminense.

Em 2025, Asafe já não era apenas aprendiz. Na Tuna Luso-Bonjesuense, seu som encontrava história. O menino da sala de aula agora vestia tradição. O gesto amadureceu, o ouvido ganhou memória, e a música deixou de ser exercício para se tornar pertencimento. O que antes era sonho individual passou a ecoar em coro.

Entre uma fotografia e outra, não há ruptura, há continuidade. Um jovem que cresceu sem abandonar o que o formou. Um pai que soube reconhecer o instante antes de ele virar passado. E a música, sempre ela, costurando gerações, transformando tempo em permanência.

Uma evidência de que, em Bom Jesus, pintamos e cantamos a nossa aldeia com as cores e os sons do mundo, e, ao fazê-lo, descobrimos que o mundo também cabe nela.











CHEGOU O VERÃO!, por Maria Beatriz

 


Depois de um inverno tenebroso

Nasceu dentro de mim

Um verão espantoso

De um amor sem fim


Feliz dezembro que o verão traz!

Em minha alma nascente faz

Janeiro de sol resplandecente

Do amor que ficará eternamente


Deixa coração

Voar-me ao vento

Viver meu sonho de verão

E me perder no tempo


Bendita seja à natureza!

Fizeste de nós dois, eterno verão

Nos campos floridos com proeza

Faremos do amor sublime canção


O verão me faz viva assim!

Quem sabe você vem...

 Sonhar meu sonho enfim


Maria Beatriz (Flor de Esperança)

"O Natal Está Chegando!", por Rogério Loureiro Xavier


Olá 🖐 pessoa amiga e do bem. 

*"O Natal Está Chegando !"*

É estranho ver o Natal chegar e sentir que a magia já não é a mesma.  

Algumas cadeiras estão vazias, alguns abraços viraram saudade, e o coração aperta.

Ainda assim, o verdadeiro Natal vive no amor que permanece, nas memórias que aquecem e na gratidão por quem fez parte da nossa história. 

Mesmo incompleto, seguimos... porque o Natal nunca foi sobre perfeição, mas sobre o amor ❤️.

*"✍️ ... Rogerio Loureiro Xavier"*

domingo, 21 de dezembro de 2025

O Quadrado Negro, de Kazimir Malevich, 1918




O pintor russo Kazimir Malevich trabalhou de forma filosófica (e exaustiva) as novas questões associadas ao objeto artístico do Modernismo e, mesmo depois do surgimento de espécie de enorme condensado de forma a que a história da arte já estava a começar a familiarizar-se, o artista presenteia-a com um simples quadrado negro sob um fundo branco em 1918.

O Mundo Governado por Personagens

 Vivemos Entre Atores

Vladimir Putin durante coletiva de imprensa de fim de ano

Em seu tradicional evento de fim de ano, no qual responde a perguntas da população e de jornalistas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi questionado sobre o que pensava a respeito do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski.

Putin respondeu: “Uma coisa é interpretar alguém; outra coisa é ser alguém.”

Referia-se ao fato de Zelenski ter sido ator antes de se tornar presidente da Ucrânia.

Essa reflexão conduz, inevitavelmente, a uma consideração mais ampla sobre as relações humanas no mundo contemporâneo. Com frequência, deparamo-nos com pessoas que estão sempre interpretando papéis. Nunca são, de fato, quem são.

E o mais grave: os figurinos escolhidos costumam ser os piores. Raramente vemos a encenação de um ser elevado.

Assim, as relações tornam-se, quase sempre, superficiais, encontros de máscaras, não de essências.

Em outra pergunta, Putin foi indagado se havia algo que ele considerava imperdoável. Respondeu que sim e completou, de forma direta: “A traição.”

Essas respostas remetem à reflexão sobre a própria natureza humana: o repúdio à mesquinharia e a afirmação da grandeza possível do homem.

Tais palavras soam como faróis lançados sobre a condição humana, uma convocação à autenticidade e à lealdade em tempos de encenação.

Das ruínas ao aplauso: o renascimento do Teatro Cinema Conchita de Moraes

 

O Teatro Cinema Conchita de Moraes, sob a direção do presidente Jorge Roberto de Almeida, conhecido como Betinho Milão, voltou a cantar a sua aldeia.

Houve quem apostasse que a queda do teto e de paredes decretaria o silêncio definitivo, apenas lágrimas eternas pela perda de um patrimônio histórico e cultural de Santa Maria.

Mas a chama da crença, acesa no sonho de poucos, enfrentou o derrotismo com palavras firmes e gestos concretos. Onde muitos viam ruínas, outros enxergaram possibilidade.

Hoje, o Conchita de Moraes está recuperado. Transformou-se novamente em palco de encontros e celebrações: festas de casamento, aniversários e confraternizações. É sede da Sociedade Musical da Usina Santa Maria e abriga, com orgulho, a tradicional festa de fim de ano.

Mais do que paredes reconstruídas, o teatro devolveu à comunidade a memória viva, a arte e o sentido de pertencimento.

Parabéns ao presidente Betinho Milão e a toda a diretoria.

O resgate do Conchita de Moraes é, sobretudo, o resgate da história e da cultura do glorioso povo santa-mariense.

A diretoria está assim constituída.

Presidente: Jorge Roberto de Almeida;

Vice-presidente: Luiz Carlos Robaina de Souza;

Tesoureiro: Paulo Cesar Vitorino de Sá

Secretária: Juliana Ferreira da Silva Cerqueira

2º Secretário: Thiago Ribeiro de Almeida 

Diretora Cultural: Ellen Sheila dos Santos Ferreira

Diretor de Patrimônio: Aldemir Marinato Torres

Representante da Amizade Teatro Cinema Conchita de e Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira: André Luiz de Oliveira 







METÁFORA

 

 

Wilma Martins Teixeira Coutinho


Essa distância tão longe

Que faz meu coração sofrer

Ele sofre de saudade

E o medo de te perder 


Longe do olhos longe do coração 

Já diz um ditado antigo 

Se eu perder você 

Perco um amor amigo


Desses que a toda hora

A gente se comunica 

Basta bater a saudade 

Que logo ele me liga


Quando a cigarra canta ao anoitecer

Meu pensamento se eleva

Penso logo em você 


Sou feliz por ser feliz

Essa é a minha alegria

Ter você em minha vida 

Era isso que eu queria ❣️


Wilma

"REFLITA", por Rogério Loureiro Xavier

 


*"Olá 🖐 pessoa amiga e do bem."* 

*"REFLITA"*

*"Se você não tivesse onde morar hoje, quem te acolheria? Se você se perdesse em algum lugar na madrugada, quem iria te buscar? Se você ficasse doente, quem iria te visitar no hospital? Se precisasse de alguém para desabafar, quem iria te daria apoio? E se não tivesse o que comer, quem dividiria o pão contigo? Amizades não se definem pelo número de redes sociais ou pelas baladas, mas por quem vai estar ao seu lado quando você mais precisar. Não ande com pessoas que só estão presentes nos momentos bons, mas com aquelas que estarão com você no bom e no ruim."* 

*"As vezes, menos é mais!"*

*"✍️ ... Rogerio Loureiro Xavier"*

Homenagem póstuma a Ary Fioresi de Oliveira, em Marataízes (ES)

 

Maria Dolores Pimentel de Rezende entregando à  professora Rosângela a justa homenagem da Academia Marataizense de Letras, acompanhada pelo Dr Sérgio Dário e pelo vice- prefeito de Marataízes, Willian.

Rosângela Junger é filha do Ary Fioresi de Oliveira, comerciante, ex- prefeito de Alegre, tio de Maria Dolores, que faleceu com quase 106 anos, lúcido, culto.

sábado, 20 de dezembro de 2025

O Norte Fluminense celebra 79 anos de história e memória

Um jornal feito de tinta, gente e memória

 Quando a notícia vira história


Naquele endereço onde hoje se vendem móveis, na Braga Móveis, antes se imprimiam destinos. A Gráfica Gutemberg, responsável pela impressão do jornal O Norte Fluminense, funcionava, na década de 1950, no espaço da frente do prédio, enquanto, aos fundos, operava a antiga Fábrica de Balas São Jorge.

O primeiro número do jornal, publicado em 25 de dezembro de 1946, foi produzido no Centro, em um prédio de propriedade de José Tarouquela, pai de Helton Almeida, o seu Heltinho. Mais tarde, a gráfica mudou-se para o prédio localizado em frente à delegacia de polícia.

Produzia-se ali um barulho que misturava máquina, gente e urgência. À esquerda, havia um estacionamento improvisado; ao fundo, um pé de damasco, único na região, dizem, de casca macia, próprio para a carícia e o furto infantil.
Entrava-se cedo naquele lugar: aos 10, 12 anos. Menores no documento, maiores na disposição. Não se imprimia apenas jornal. Imprimia-se gente.

Em frente à gráfica ficava o horto, depois batizado de Noelândia, e um pneu pendurado, desses que convidam à desobediência. Um dia, alguém cedeu ao convite. O pneu foi solto, desceu a ladeira, raspou a parede da delegacia e estacionou, obediente, diante da gráfica. Diante da autoridade e da quase certa bronca, os jovens decidiram faltar ao trabalho até que a paz voltasse a circular. Voltaram. Como sempre. Mais tarde, um banco de carro velho foi instalado no horto. Servia para sentar, descansar e, ocasionalmente, para vendedores de salgados tirarem cochilos. Em certos casos, a fome dos jovens falava mais alto.

Almir Rodrigues de Almeida veio de Macaé para a festa, mas sua história já morava ali. Foi naquela sala de aula, hoje auditório do Espaço Cultural Luciano Bastos, que conheceu Joana, com quem se casou. Dali saíram três filhos, quatro netos e uma árvore genealógica que renderia um belo caderno especial: Cristian, Amanda, Almir Filho, Lucas, Nicolas, Ana Helena, Ricardo e Max. Nomes que não deram manchete, mas fecharam edição.

Havia muitos Almires. O Almir que assobiava imitando um trinca-ferro, até Fernando Barroso, apelidado com o nome do referido pássaro, decidir que aquilo era concorrência desleal e resolver o impasse com um cascudo. O Almir das terapias alternativas, como sugerir damasco para espinha, Rodinei seguiu a recomendação e ganhou um rosto inchado, devidamente arquivado na memória coletiva. O Almir que fazia de tudo: empurrava na brincadeira, errava o cálculo e caía no barro, para desespero da mãe, que só tinha uma roupa limpa.

Teve o Almir com a mão prensada na impressora, a mãe em pânico e uma cicatriz permanente, dessas que o tempo não apaga porque não quer. Teve o Almir carregando 25 quilos de caulim desde Campos, atravessando ponte, fazendo baldeação e achando normal. Teve o Almir enganado por Juarez, que pediu ajuda para pegar a bola no valão e soltou a mão na hora errada. Teve fuga por goiabeira, perseguição de Eli e gargalhada geral. “Eu, Índio, Edalvo e Altair éramos o Quarteto da Maldade”, resume, sem pedido de desculpas.

“Minha vida foi aqui”, diz Almir. “Formei-me aqui. Depois fui para o petróleo, já pai, já amadurecido.” Trabalhou embarcado, progrediu por mérito, chegou à área administrativa. Levou consigo lições aprendidas no jornal, sobretudo as de segurança. Nunca esqueceu as raízes. Ao contrário: sempre as carregou. “No escritório, eu era o Almir Bom Jesus.”

João Batista, o Andorinha, Diretor Comercial, começou no jornal em 1957 e nunca parou quieto. Em 1974, o jornal mudou-se novamente para o centro, na rua Buarque de Nazareth, em imóvel alugado da família de José Tarouquela. Posteriormente, o jornal passou a ocupar os fundos da Gráfica Gutenberg, na mesma rua. Em 1977, chegou Edalvo Florentino Balbino. Em 1978, outros tantos. Alguns ficaram até 2003, com a morte de Ésio Bastos. Outros até 2011, quando se foi Luciano Bastos. No Natal, trabalhava-se de madrugada. Dormia-se no chão. Houve edição com 42 páginas. Ninguém reclamou: era jornal e era fim de ano.

Andorinha recordou da vizinha Dona Aldinha, esposa de Joaquim Cesário, o relojoeiro. No quintal dela, um pé de jambo. Quando o pé ficava mais leve do que devia, vinha a reclamação clássica: "Seus meninos estão roubando meu jambo!"

Lembrava também do Índio, jogador de sinuca e funcionário eventual. Índio pedia folga porque ganhava mais jogando do que trabalhando. O pedido chegava a Ésio, que autorizava. Depois de tantas ausências, Índio deu baixa por dois anos. Voltou. Tinha lábia, confiança e acabou dirigindo os Corcéis de Ésio, o 1 e o 2.

Andorinha recordou ainda o período em que Ésio Bastos acumulou a direção do jornal com o trabalho no Instituto Vital Brazil, no Rio de Janeiro, na época em que governador era o bonjesuense  Badger Silveira, irmão de Roberto Silveira. 

Certa vez, segundo Andorinha, Patané sugeriu a Ésio a implantação da linotipo, máquina que “escrevia” o jornal em metal e permitia edições maiores e mais rápidas. Ésio pensou, ponderou e manteve o sistema tradicional. Motivo oficial: preservar empregos. Motivo real: ninguém mexe no que está funcionando, sobretudo quando há história no meio.

Ésio Bastos tinha frases que dispensavam editorial. Esticava uma mão no balcão, batia com a outra e decretava:
" Toca o enterro! O que você quer?
Ou então:
"Tá pensando que sou um banco?

Nas Festas do Noé e de Agosto, a Gráfica Gutemberg costumava ser furtada. Os ladrões entravam pelo teto, talvez leitores atrasados. Nelson 78 era investigador.
Edalvo lembra de um suspeito vendendo os objetos subtraídos. Ésio registrou ocorrência. Recuperar, nunca. Ficaram o Morro da Arara, Paulão Mão de Onça e histórias que o jornal não publicou, mas que todo mundo leu na memória.

Entre uma edição e outra, a vida acontecia: piquenique na Prainha, cesta de pão, anzol, a Usina Mangaravitte ao fundo. Na Festa do Noé, imprimia-se a programação, trabalho dobrado. Às vezes o trabalho era grande e tinha que ser enviado para a Gráfica da Usina Santa Maria, que era gerenciada pelo Sr. Alfredo Pisca, mais moderna. Moderna, mas sem o damasco.

José Claudio lembrou de uma discussão entre Brotinho e Chapoca sobre o pagamento do bicho ao time do Fluminense de Bom Jesus. Brotinho dizia que a diretoria não queria pagar. Chapoca lembrava que a informação era equivocada: a notícia era que o jogo do bicho era proibido. Cada um com sua versão, ambas publicáveis, nenhuma publicada.

Num fim de ano, Luiz Magalhães promoveu uma cabritada. Depois da festa, Almir foi lavar a gráfica. Edalvo resolveu jogar capoeira. Resultado: fratura no úmero de Almir e mais uma história sem data para circular.

Gérson Dias Araújo, Jorge Francisco Lima (o Tatu), Edalvo, Ésio, Índio, Altair formavam um elenco sem glamour, mas com material para edição extra. Índio cantava alto; Ésio mandava cantar baixo. Quando a energia acabava, o trabalho prosseguia à luz de vela, e a energia mecãnica entrava em ação. O cotidiano era feito de pequenas epopeias: broncas inevitáveis, mãos manchadas de tinta, risos fora de tom.

Andorinha, casado com Maria Eunice, é pai de Rossini e Rossana; avô de Brícia, Felipe e Eric. Edalvo é casado com Fátima, pai de Natália, Lara, Najara e Marcus Vinícius; avô de Heitor, Iasmin, Maitê, Pietro, Antenor, Maira e Ana Júlia. André Luiz de Oliveira, atual colaborador de O Norte Fluminense, é pai de Vitória, Eulália e Miguel. José Cláudio Gonçalves Dias é pai de João Cláudio, Paulo Roberto e Paulo Vitor.

Hoje, quando se fala daquele tempo, não se fala apenas de máquinas, datas ou cargos. Fala-se de damascos, pneus, gargalhadas e histórias que nunca viraram manchete, mas que, juntas, ensinaram um jornal a respirar.

Após cerca de duas horas de conversa, vieram os certificados de reconhecimento, o “parabéns pra você”, bolo, salgadinhos e refrigerante. Em seguida, o grupo seguiu para o Museu da Imprensa, administrado pelo Espaço Cultural Luciano Bastos, onde reencontrou a máquina tipográfica Allauzet, do século XIX, responsável por imprimir O Norte Fluminense por décadas, os tipos, os clichês, as máquinas alemãs, os equipamentos que fizeram a Gráfica Gutemberg existir.

Foi um reencontro emocionado com um passado que segue presente.

Todos saíram com a promessa de voltar, para os 80 anos do jornal.

Para reencontrar a história.

E a si mesmos.

Nota: Almir enviou um texto em homenagem ao colega de jornal, Marcos Barbosa da Silva, que publicamos a seguir.

"Marcos Barbosa da Silva, o Marquinho", por Almir Rodrigues de Almeida

Nascido e criado em Bom Jesus do Norte, Marcos Barbosa da Silva, carinhosamente conhecido como "Marquinho", sempre teve uma paixão ardente pelo futebol, especialmente pelo seu time do coração, o Vasco da Gama e pelo clube da sua cidade natal, o Ordem e Progreso, onde chegou a dar alguns chutes na pelota. Desde jovem, ele demonstrou uma dedicação incomum, não apenas como torcedor, mas também como um defensor fervoroso dos valores de justiça e correção.

Marquinho se destacou em sua carreira profissional na Gráfica Gutenberg e no Jornal “O Norte Fluminense”, onde chegou nos anos 60 e ocupou cargos de liderança. Conhecido por sua exigência de qualidade em tudo que fazia, sua abordagem direta e sem rodeios, muitas vezes vista como dureza, era na verdade um reflexo de seu compromisso com a excelência. Ele acreditava que a disciplina e o rigor eram essenciais para alcançar resultados significativos.

Apesar de sua postura firme, Marquinho tinha um lado mais suave que poucos conheciam. Seus amigos mais próximos sabiam que, por trás da fachada rígida, havia um homem leal e generoso, sempre disposto a apoiar aqueles que se esforçavam para melhorar. Sua paixão pelo Vasco e pelo Ordem e Progresso, o uniu a muitos, criando laços que transcendiam o campo de futebol.

Marquinho vive sua vida com um forte senso de propósito, sempre buscando a perfeição em seu trabalho e incentivando os outros a fazer o mesmo. Para ele, cada vitória, seja no futebol ou na vida, é conquistada com esforço e dedicacao.


José Eufrázio, Cláudio, Edalvo e João Batista, o Andorinha, na antiga Gráfica Gutenberg

Edalvo e Andorinha 

João Batista Assad, o Andorinha, e três colegas, em 1957, à frente da Gráfica Gutemberg e da Fábrica de Balas São Jorge, onde hoje está a Braga Móveis. 


João Batista, o Andorinha, no primeiro plano. Atrás de Juarez (fundos),  havia o famoso pé de damasco, ao lado da Fábrica de Balas Sâo Jorge. Hoje a Braga Móveis ocupa hoje toda a  área. Onde aparece a bananeira, ao lado do valão, está hoje um posto de gasolina. 


































A Voz da Nossa História