BRANCA MOTTA É CASSADA PELO TRE E NETO DE PREFEITO FALECIDO EM ACIDENTE EM 1960 SERÁ O NOVO PREFEITO
Roberto Elias Figueiredo Salim Filho, o Roberto Tatu, é neto do prefeito Gauthier Pontes de Figueiredo, morto tragicamente em 1960 (Foto do TRE) |
Liminar da Ministra do TSE, Luciana Lóssio, contudo, mantém Branca Motta no cargo até a publicação do acórdão do recurso de embargos de declaração. Meios jurídicos entendem que referido recurso não possui chance de êxito, servindo apenas para adiar a posse de Roberto Elias Figueiredo Salim Júnior e do vice Paulo Sérgio do Canto Ciryllo.
O Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro confirmou a sentença da magistrada Fabíola Costalonga, reconhecendo que Branca Motta usou ilicitamente da máquina pública, promovendo o calçamento de ruas três meses antes da eleição, e realizando terraplanagem em estrada na véspera das eleições de 2012 e, por 6 a 0, determinou o afastamento da mesma, que ocupava o cargo através de medida liminar. O TRE condenou-a, ainda, à inelegibilidade por 8 (oito) anos.
Ocorre que Branca Motta obteve outra liminar, agora no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília, através da Ministra Luciana Lóssio, que a manteve no cargo até a publicação do acórdão do recurso de embargos de declaração.
Meios jurídicos entendem que referido recurso não possui chance de êxito, servindo apenas para adiar a posse de Roberto Elias Figueiredo Salim Júnior e do vice Paulo Sérgio do Canto Ciryllo.
Roberto Elias Figueiredo Salim Filho é neto de Gauthier Pontes de Figueiredo, prefeito de Bom Jesus do Itabapoana que faleceu em acidente aéreo em 1960.
O NORTE FLUMINENSE publica, a seguir, matéria sobre o trágico acidente que vitimou o avô de futuro prefeito, há 54 anos atrás.
DESASTRE DE AVIÃO ROUBOU A VIDA DE PREFEITO DE BOM JESUS DO ITABAPOANA EM 1960
Gauthier Pontes de Figueiredo |
No dia 25 de fevereiro de 1960, às 13h8min, um avião da Marinha norte-americana, com 44 passageiros a bordo, chocou-se, na baía da Guanabara, com o avião da empresa Real que levava 67 passageiros, incluindo Gauthier Pontes de Figueiredo, o prefeito de Bom Jesus do Itabapoana.
Cumprindo seu segundo mandato, uma vez que fora eleito prefeito entre 1951/1954, Gauthier dirigia-se ao Distrito Federal a trabalho. O avião em que viajava partira de Vitória (ES) e fizera escala em Campos dos Goytacazes (RJ). Devido, contudo, ao grande atraso para chegar ao aeroporto campista, a passageira Maria Evangelina Brito desistiu do vôo e preferiu realizar a viagem de ônibus até o Rio de Janeiro. Foi em lugar de Maria Evangelina que Gauthier conseguiu assento no avião.
O filho do alcaide, Gauthier Filho, hoje com 70 anos de idade, recorda-se da época da tragédia: " Eu Estava em Rio das Ostras e vim para Bom Jesus com o falecido Chiquinho Bousquet, pois minha família possuía uma casa de veraneio em Guaxindiba. Posteriormente, fiz viagem de Bom Jesus para para Campos dos Goytacazes para que meu pai comprasse a passagem de avião no aeroporto Bartolomeu Lisandro. Recordo-me que, em certo momento, quando retornávamos para Guaxindiba, meu pai comentou: 'tive sorte, porque uma passageira desistiu da viagem de avião'. O fato é que o avião norte-americano resolveu alterar a rota para mostrar a baía da Guanabara aos passageiros. Nessa época, o presidente dos EUA, Eisenhouer, estava no Palácio das Laranjeiras, visitando o presidente Juscelino Kubtschek. Hoje, interpreto este fato como uma vontade de Deus para que meu pai não sofresse a perseguição que ocorreu com o golpe militar, uma vez que meu pai era muito ligado a Roberto Silveira", assinala.
Gauthier Filho viajou de carro com seu pai até Campos dos Goytacazes para que o mesmo comprasse a passagem de avião |
Após a tragédia, o governador Roberto Silveira, além de manter contato telefônico com a esposa de Gatuhier, Guiomar, encaminhou à mesma um telegrama com os seguintes dizeres: " Participando sentimento irreparável bom amigo Gauthier envio toda família enlutada os meus profundos pêsames e de minha esposa".
Quanto a isso, Gauthier Filho lembra que, no ano seguinte, sua mãe, Guiomar, enviou telegrama de mesmo teor para a dona Ismélia Saad Silveira, esposa de Roberto Silveira, uma vez que este também acabou vitimado por um desastre aéreo (de helicóptero).
O jornal O Norte Fluminense noticiou o acidente em sua edição de 28 de fevereiro daquele ano:
"Consternação Geral - De luto o povo bonjesuense - paralisadas todas as atividades"
RESUMO DA VIDA DE GAUTHIER PONTES DE FIGUEIREDO
Nasceu em 4 de junho de 1910 em Airituba, distrito de São José do Calçado (ES), filho de Guilherme Figueiredo e Griselides Pontes Roseira. Mudou-se, com cerca de dois meses de idade, para a localidade de Monte Azul, no distrito de Rosal, onde passou a infância e a juventude. Fez os estudos primários em Rosal com a professora Maria José da Costa Bastos e o curso ginasial no Colégio Batista, em Campos dos Goytacazes.
Casou-se em Rosal, em 15 de dezembro de 1931, com Guiomar Alt Figueiredo e teve 6 filhos: Gilda Alt Figueiredo Salim, Gracila Alt Lamônica, Gilberto Alt Figueiredo, Gauthier Figueiredo Filho, Geisa Alt Figueiredo e Guilherme Alberto Alt Figueiredo.
Comerciante ligado à Metalúrgica Satélite, à Fábrica de Doce Monte Azul e a Armazéns, foi vereador pelos PSD, representando Rosal, e prefeito entre 1951 e 1954.
Teve os seguintes irmãos: Gualter Pontes Figueiredo, Giovani Pontes Figueiredo, Guiomar Figueiredo, filhos do primeiro matrimônio, e Gilson Figueiredo, Griselides Figueiredo, Giolanda Figueiredo, Gláucia Figueiredo, Genil Figueiredo, Guilherme Figueiredo Filho e Gleide Figueiredo, filhos do segundo matrimônio com Isolina de Souza Figueiredo.
(Na próxima edição, matéria sobre o acidente que vitimou o governador Roberto Silveira)
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