A Poeta do Barro em Casimiro de Abreu

Vera Lúcia dos Santos: a Poeta do Barro 

Casimiro de Abreu é a terra do poeta que, em seu mais famoso poema, "Meus Oito Anos", referiu-se à sua infância com os versos "sombra das bananeiras,/ debaixo dos laranjais!". 

Pois é nas sombras das bananeiras e debaixo dos laranjais que a agricultora Vera Lúcia dos Santos alterna seu trabalho na lavoura e no artesanato do barro, na região de Visconde, município de Casimiro de Abreu.

Sua habilidade na terra foi adquirida de seus pais Francisco dos Santos e Antônia Ferreira de Azevedo, lavradores em Pitanguinha de Jacaraú, na Paraíba.

Seu dom para as artes, em especial ao artesanato de barro, foi desenvolvido graças ao Mestre Artesão Daniel de Lima, nordestino como ela, mas originário de Tracunhaém, no Pernambuco.

Há 7 anos, Vera reside em Visconde, com seu marido Sandro, e foi graças à Associação dos Agricultores, que tem o apoio da Fundação Cultural Casimiro de Abreu, que passou a aprender a técnica do artesanato de barro, junto com outras artesãs e artesãos.

Vera é um dos destaques da turma: está vendendo as peças que produz e está terminando de instalar um inédito ateliê.

Segundo ela, "tenho orgulho do que faço. Agradeço a Deus pelo dom que ele me deu. Hoje, tenho a oportunidade de trabalhar com a arte, com o barro. Agradeço também ao Mestre Artesão Daniel de Lima, que me ensinou a desenvolver o meu dom. Além de aumentar minha renda, estou feliz porque esse trabalho é uma grande terapia. É maravilhoso pegar o barro e transformá-lo numa arte, numa escultura, no que desejar, sempre com fé e força de vontade".

Unindo o trabalho na lavoura com a dedicação à arte, Vera constitui uma evidência de que a realização humana passa também por essa outra dimensão do artesanato: além de fonte econômica, constitui também circunstância importante para desenvolver o amor ao que é belo, que nos alegra e nos ajuda a viver.

Essa transformação que ocorre em Visconde só está sendo possível graças à parceria entre a Fundação Cultural Casimiro de Abreu e a Associação dos Agricultores. Outros apoios pontuais, como o do vereador Leo da Bomba, que custeou o transporte de artesãs para o 2º Congresso de Artesãos no Rio de Janeiro, no ano passado, são importantes para a categoria. 

Saudamos, portanto, as autoridades municipais de Casimiro de Abreu, a Fundação Cultural, a Associação dos Agricultores, o Mestre Artesão Daniel de Lima, Vera e todas as artesãs e todos os artesãos, que, com ações concretas, colaboram com a construção de uma nova realidade, baseada na esperança e nos sonhos!

Forno para queimar as peças 

Alunos do Mestre Artesão Daniel de Lima 

 Vera Costa, Gilvanete e Bárbara, alunas do Mestre Artesão Daniel de Lima, no 1º Congresso no Rio de Janeiro 

As artesãs Vera, Gildete e Nea Mariozz, icônica presidente da FAERJ (Federação do Artesanato do Estado do Rio de Janeiro)