terça-feira, 29 de julho de 2014



PRÉDIO DA ÉPOCA EM QUE VIVERAM OS GOVERNADORES ROBERTO E BADGER SILVEIRA SERÁ TRANSFORMADO EM MUSEU
DESCENDENTE DO BARÃO DE AQUINO PRESERVA PATRIMÔNIO HISTÓRICO NA FAZENDA SAO TOMÉ, EM BOM JESUS DO ITABAPOANA

Prédio centenário da época de infância de Roberto e Badger Silveira

Flávio de Aquino Ferreira é o atual proprietário de uma parte da Fazenda São Tomé, onde viveram parte da infância os irmãos governadores do Estado do Rio de Janeiro, Roberto e Badger Silveira.

Entrada da Fazenda São Tomé

Flávio conta que a propriedade pertenceu a Boanerges Borges da Silveira, pai dos governadores. Depois, passou a ser propriedade de Chichico das Areias, seu avô, que é filho do Barão de Aquino. Este, por sua vez, era filho do Visconde de Pinheiro, oriundo de Sumidouro (RJ). 


Sede atual da Fazenda São Tomé foi construída há cerca de 70 anos

Segundo Flávio, a atual sede da Fazenda foi construída há cerca de 70 anos, ao lado do prédio centenário.

 Flávio de Aquino Ferreira, descendente do Barão de Aquino: preservação da História

"Tenho preservado este patrimônio e pretendo futuramente transformar em museu este prédio centenário", registrou Flávio.




Flávio e o prédio centenário da época de infância dos governadores Roberto e Badger Silveira


A outra parte da Fazenda São Tomé pertence ao irmão de Flávio, Fábio de Aquino Ferreira. Outro prédio, também centenário, embora reformado, mantém os traços da sua história.

Segundo Fabio, foi Manoel Português quem construiu a fazenda, tendo Belarmino como carpinteiro
.

Fábio de Aquino Ferreira é proprietário da outra parte da Fazenda São Tomé e mantém...

...os traços do outro prédio centenário da Fazenda São Tomé


O livro ROBERTO SILVEIRA, A PEDRA E O FOGO, do jornalista José Sérgio Rocha, faz várias referências à Fazenda São Tomé. Eis algumas:

À página 43:

"As notícias de que os primeiros posseiros, Antônio Neném e o alferes Silva Pinto, haviam encontrado terras boas para plantio chamaram a atenção do açoriano Francisco Teixeira de Siqueira, que morava com a mulher, Felícissima Rosa d'Oliveira, numa fazenda em Rio Pomba, em Minas Gerais. Com a morte deles, dez dos 14 filhos - alguns migraram para Monte Alegre (depois rebatizada de Bom Jesus do Itabapoana) e, outros, para São José do Calçado, no Espírito Santo.

Antes de Neném fundar o vilarejo, outro pioneiro, o tenente Felisberto Gonçalves Dutra, separou 15 alqueires de sua propriedade para criar, em 1840, o povoado de Santo Antônio do Rio Preto. Vinte anos depois vendeu algumas fazendas, uma delas a São Tomé, comprada em sociedade pelos capitães Cândido Soares Calheiros e José da Costa Santos".


À página 48

"Badger era adolescente quando viu o mulato septuagenário, espigado e bem-falante aparecer pela primeira vez na sede da fazenda São Tomé, para uma prosa com seus pais. Costumava visitá-los aos sábados. Ficava algum tempo na varanda conversando com Boanerges e Maria do Carmo Silveira, conhecida como Biluca. Ambos se divertiam com as histórias daquele agregado que parecia sempre de bem com a vida". 


À página 50:

Numa tarde, fim dos anos 30, Boanerges Borges da Silveira foi cumprimentado à moda antiga por um idoso, na porteira da São Tomé: - Sôs Cristo! (corruptela da expressão Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo). - Louvado seja! Dizendo que havia encontrado o caminho seguindo uma estrela, o sabido João chegava a Calheiros, distrito de Itaperuna, depois parte de Bom Jesus... Antônio Ignácio, seu amigo que o livrara de tanta agruras, morrera de câncer nos rins aos 75 anos. Maria Borges Silveira, a esposa oficial, falecera antes do marido. Restavam os filhos dela, a outra e os filhos dele com a outra, dona Sinhá. João, ou Fidélis, soube pelo filo do protetor que este, ao chegar a Bom Jesus do Itabapoana abrira umaçougue para sustentar os filhos. Entendeu perfeitamente: - Era só com a carne humana que vosso pai não queria negócio". 

À página 75:

"Em Bom Jesus, um português rico, Manuel Seródio, fazia as vezes de casa bancária, empestando a juros de 12% ao ano. Boanerges negociou a hipoteca e saiu da casa de Seródio para fechar negócio nas terras altas do Faustino. Nascia a nova São Tomé. O novo dono da São Tomé sabia gastar".


À página 77:

 "Cinco anos depois de instalado na São Tomé, Boanerges derrubara a mata e espalhara café. A São Tome produzia de tudo. A caldeira alemã punha em funcionamento as máquinas de pilar café e de debulhar o arroz, além do moinho de fubá. A produção de café passava das mil sacas e, tal e qual o avô, Boanerges abriu um armazém para vender o que plantava.

Vivia confortavelmente numa casa de cinco quartos, duas salas e varanda, ao lado de um quintal cheio de pés de laranja lima. Na sala de visitas, móveis de palhinha, cadeira de balanço, mesinhas de mármore, cantoneiras e lampiões da Bélgica".

À página 78:

 "Trinta famílias roçavam em parceria com o dono da São Tomé e em cada casa havia um afilhado de Boanerges e Biluca".

 À página 79:

"Um dia, ele (Roberto Silveira) perguntou a Boanerges como nascera. O pai tinha a resposta na ponta da língua. Badger foi achado na porteira da São Tomé, Zequinha numa moita de bananeira e o caçula (a mais nova era Penha) junto à pedra".




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