sexta-feira, 22 de abril de 2016

HONRA E GLÓRIA AOS IRMÃOS PEREIRA PINTO (III)




Time do Santa Maria Futebol Clube, tricampeão em 1959, 1960 e 1961. Ao centro, Jorge Pereira Pinto (acervo de Eduardo Rosa)

"Operário meu não passa fome e nem anda de chinelo", costumava dizer Jorge Pereira Pinto ( "Quem quebrou a casa de meu pai?", p.20).


Santa Maria F.C.,campeão municipal em 1953, recebeu homenagens e prêmios do Senador José Carlos Pereira Pinto
("De Campos aos Fluminenses")


O dinamismo de Jorge Pereira Pinto foi ressaltado em "Quem quebrou a casa de meu pai?): "Quando comprou Santa Isabel, a fazenda era pequena, com muita pouca produção. Para fabricar 15 mil sacos levava um ano. Agora fabrica 120 mil em seis meses" (p.32).


Mil e quinhentos trabalhadores, das Usinas de Santa Maria e de Santa Isabel se confraternizam, no Dia dos Trabalhadores, com a presença de uma embaixada do Lóide Brasileiro
("De Campos aos Fluminenses")


Dia de festa no interior da fábrica da Usina Santa Maria
 ("Quem quebrou a casa de meu pai?")



A respeito de Jorge Pereira Pinto, Domar Campos, economista do Banco Central, professor de Economia Política do Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB; jornalista (redator do Jornal do Brasil, do Última Hora e de O Globo), assinalou, no livro "Quem quebrou a casa de meu pai?":

"Bom Jesus do Itabapoana foi uma região rica do estado do Rio de Janeiro, particularmente por ter sido centro de economia açucareira e, também, por estar situada na fronteira com o Estado do Espírito Santo.

A estrutura, ao mesmo tempo familiar e de importância econômica, teria que vir a ser caracterizada pela permanência do estilo patriarcal tradicional da família brasileira. Os patriarcas foram surgindo até nossos dias. Tive a aventura de vir a conhecer e estabelecer amizade com um desses patriarcas: Jorge Pereira Pinto. Uma personalidade que conciliava o patriarcalismo com a modernidade, com  muito equilíbrio.  

O patriarca Pereira Pinto unia tradição e modernidade com perfeito equilíbrio, um dos pontos altos da evolução política e social que consolidaram a estrutura atual da política sócio-econômica do Brasil.

Fizemos uma boa camaradagem desde os primeiros momentos e chegamos a alguma intimidade. Tive a oportunidade de apreciar a graça analística do Senhor Jorge.

Nessas ocasiões, ele lembrava um conto de Machado de Assis, em que a personagem por ele criado, lendo o diário do seu tio Joaquim, referia-se sem reservas aos defeitos e às virtudes dos seus parentes mais próximos: " Ora, o tio Joaquim!" Eu ficava também surpreendido "Ora, o velho Jorge!" Que espírito crítico, sem mágoa, nada conservador, discreto e delicadamente malicioso...
É sempre o que vem a mente quando converso com parentes ou amigos da família Pereira Pinto, como o Antonio Carlos, meu amigo de longa data. esqueço os episódios, os altos e baixos da economia açucareira, não obstante reconhecendo a sua importância para o estado do Rio e para o Brasil. Lembro sempre a história do tio Joaquim e concluo: "Ora, o velho Jorge!"  


Getúlio Vargas, por sua vez, se referiu a José Carlos Pereira Pinto, nos seguintes termos:

"O usineiro que constrói uma obra como esta valoriza a sua terra e se faz credor da sua admiração eternamente"


Sylvio Fontoura, o criador do 1º jornal de Bom Jesus do Itabapoana, em 1906, intitulado "Itabapoana", escreveu a respeito de José Carlos Pereira Pinto, em 8 de novembro de 1918, no jornal campista A NOTÍCIA:

" Não podemos deixar de levar hoje os nossos aplausos aos organizadores das Cozinha Popular, dentre eles destacando-se o sr. José Carlos Pereira Pinto, que não só na cozinha, mas em todos os misteres da Cruz Branca vai prestando os mais relevantes serviços. Sempre na vanguarda de todos os empreendimentos, este cavalheiro não tem poupado esforços  trabalhando até alta noite, a todos atendendo com a maior solicitude, merecendo sem nenhuma dúvida os nossos mais francos aplausos e a bênção da pobreza. Deixando os afazeres, tudo abandonando, trata hoje exclusivamente dos interesses da Cruz Branca, ou seja dito - dos interesses da pobreza. Nos tempos que correm, dificilmente encontramos cavalheiro desta têmpera que, sem nenhum interesse oculto, se põe intensamente ao serviço de uma população, sem nenhuma recompensa, apenas com o fito de fazer o bem à pobreza. A este cidadão, pois, os nossos mais francos aplausos".  

Padre Mello compôs, por sua vez, uma poesia dedicada ao Senador:
 

ACRÓSTICO

         Soneto e oitava

Justíssimo é que Bom Jesus, em cheio,
O leve às urnas e que o veja eleito
Senador Federal, e deste jeito,
Ele verá que vive neste meio.

Católico sincero, sem receio
Afirma sua crença, e com respeito,
Reconhece no mais igual direito,
Lá dos próprios domínios bem no seio.

O povo fluminense e qualquer povo
Sabe quanto lhe deve a sociedade
Pelo de Campos edifício novo

Em que não só os filhos da cidade
Refúgio encontram mas dos arredores
Encontrarão também remédio às dores.    

   ______________________

Irmãos seus consideram os pobrezinhos
Repartindo com eles do seu cofre
Abundantes esmolas e carinhos.
Pensa na sorte de quem dores sofre,
Institui hospital, escolas cria.
No templo a reza, jogos no recinto;
Tudo para que vivam na alegria
Onde achar outro José Carlos Pinto?!...

(1945)    Padre Mello

Bom Jesus do Itabapoana




Por fim, a obra " De Campos aos Fluminenses" menciona, entre outras menções ao Senador, a seguinte, proferida em 11 de março de 1944, no Serviço de Difusão da A.I.C: "O nome de José Carlos Pereira Pinto transpôs os umbrais da posteridade".

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