sábado, 9 de julho de 2016

"EU ERA FELIZ DEMAIS E NÃO SABIA"


Ronaldo Jorge Alves: "eu era feliz demais e não sabia"

Ronaldo Jorge Alves nasceu em Porciúncula (RJ), assim como seus irmãos Jane, Nália e Luís, embora seus pais Holandês Alves - nascido em Cordeiro/RJ - e Ana Pinto Alves, a Filinha - de Porciúncula - residissem em Bom Jesus do Itabapana (RJ).

Nascido em 26/02/1944, ele conta que seu avô era um libanês conhecido como Abdo Buli. Seus pais, por outo lado, faziam questão que os filhos nascessem sob o cuidado da parteira Mariah, de Porciúncula. "Meus pais iam no táxi do Lé e do Zé Budega, dois fordinhos 1929. O Lé era surdo e os passageiros tinham de usar um 'guarda-pó', uma espécie de jaleco, para não chegarem 'amarelados' de poeira. Havia, também, o táxi do 'seu' Antero, um fordeco, e o chevrolet do 'seu' Chiquinho, que era mais sério do que os outros".




Ronaldo servindo o Tiro de Guerra, ao lado dos pais  Holandês e Ana

Ronaldo conta que, com cerca de 20 anos, foi trabalhar na Cia. Terraplangem em Itatiaia (RJ). Depois, Michel Saad nomeou-o, assim como a Cabo Lola, para atuarem no SAEM (Serviço de Água e Esgoto de Miracema), órgão estadual, onde trabalhou por quatro anos. Casou-se em 25/02/1967 com Dilma Novaes Igreja, que conheceu em Miracema "em frente ao Banco Ribeiro Junqueira. Dilma havia sido eleita Rainha da Exposição de Miracema no ano anterior."

Com ela, teve três filhos: Nágila, Vagner e Jamile. Ronaldo explica que o nome Nágila foi dado por causa do libanês Chordaim, proprietário de uma armazém de secos e molhados em Miracema, "que era muito meu amigo". Ele fez uma lista de nomes libaneses para eu escolher. "Atendi, porque eu o respeitava muito". Ronaldo possui sete netos: Jasmim, Mariana, Ricardo, Carolina, Abraham, Bruno e Clara.

Dilma é a exímia cozinheira que há dois anos prepara o Pão do Padre, em comemoração ao aniversário de Padre Mello que ocorre no dia 27 de abril.

Ronaldo trabalhou como torneiro mecânico por 11 anos em Santo Amaro (SP). Na época, Lula era torneiro mecânico no ABC. Depois, trabalhou por 27 anos em Duque de Caxias. Após o Plano Collor, decidiu vir para Itaperuna, trabalhar na loja de veículos Brazão. "Aposentei-me em Itaperuna, ocasião em que resolvi vir para Bom Jesus, pois aqui é a minha terra", assinala.


Holandês, pai de Ronaldo, em Miracema, na década de 1970

"Recordo-me de Olívio Bastos, chefe da estação ferroviária de Bom Jesus do Norte (ES), assim como do 'seu' Arantes, pai de dona Judith Arantes do Nascimento, e do Jovair. Certa vez, quando eu era pequeno e minha mãe morava no atual bairro Silvana, em Bom Jesus do Norte, houve um acidente na linha de trem, e um funcionário conhecido como Luís empurrou um troller com uma vara, sobre os trilhos, levando um acidentado. Recordo-me, ainda, que minha mãe ofereceu uma caneca de café para a vítima".



Ronaldo Alves



"Eu era feliz demais e não sabia, mesmo sendo pobre. Vivíamos melhor com as pessoas. Antigamente, podia-se ficar até a 1h ou 2h da manhã, sem correr qualquer perigo. Não havia tanta briga, nem a droga que existe hoje. Os jovens não respeitam mais os pais. Meus filhos estão encaminhados, e ficarei realizado em minha vida quando eu conseguir encaminhar meus netos", registra.

Juntamente com sua esposa Dilma, ambos finalizam a entrevista com um conselho para as novas gerações: "respeito, estudo e disciplina".



Ronaldo e Dilma: uma vida de lutas e vitórias

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