sexta-feira, 18 de setembro de 2020

A FAMÍLIA IMPERIAL E A ESCRAVIDÃO - FALSAS ACUSAÇÕES

 



Por que Dom Pedro II não acabou com a escravidão mais cedo? Por que demorou tanto para a abolição vir? Bom, estas são apenas algumas das perguntas em relação a escravidão e a família imperial. A resposta é mais simples do que muita gente pode pensar – seria ganância? Seriam interesses econômicos? Mesquinharia ou maldade? Não, nenhuma delas.


Dom Pedro II não aboliu a escravidão muito antes de 1888 por uma “simples” questão política – ele era um imperador constitucional de uma monarquia parlamentarista . Muita gente não vai entender o que isso significa, é normal, pois, a república sempre passou uma imagem de que os imperadores do Brasil eram absolutistas, ou seja, mandavam em tudo e em todos. Dom Pedro II, assim como seu pai, Dom Pedro I, dependiam totalmente do parlamento para a aprovação de leis .


A maioria dos deputados e senadores do primeiro e segundo reinado eram escravocratas. Apenas uma pequena parcela do parlamento era abolicionista. O movimento abolicionista veio crescer no segundo reinado. 


Havia uma pressão da Inglaterra para que o Brasil libertasse seus escravos desde o período de Dom João VI no Brasil . Mas a simples pressão da Inglaterra ( que também anteriormente existiu a escravidão em solo britânico e em suas colônias como a Jamaica ) O interesse do império britânico era puramente financeiro , pois mais pessoas “livres” mais consumidores eles teriam devido a grande revolução industrial e a produção em massa de centenas de produtos ) .


Lembramos que em plena Guerra do Paraguai ( invasão do ditador Solano Lopez na província do mato grosso do Brasil , mesmo com 3 tentativas diplomáticas de Pedro II ao ditador paraguaio , Solano Lopez continuou a invadir o território do Brasil até chegar o estopim da guerra do Paraguai .


Dom Pedro II era favorável a políticos abolicionistas e assumidamente publicamente contra a escravidão  , todo o povo , ricos , fazendeiros , intelectuais sabiam disso claramente . Quando tinha que eleger um senador (que era de cargo vitalício) dava preferência aos abolicionistas. 


A princesa dona Isabel, muito injustiçada, era abolicionista desde criança. 


Muitas foram as vezes em que a princesa promoveu quermesses e saraus para arrecadar fundos para comprar alforrias. 


Ela também vendia joias pessoais, assim como sua mãe, a Imperatriz Dona Teresa Cristina que vendeu todas suas joias em 1871 , para financiar a compra de alforrias, caridade aos libertos e aquecer o movimento abolicionista .


É de muita ignorância e injustiça dizer que dona Isabel não era a favor da libertação dos escravos e que ela assinou a lei por conta da “pressão” inglesa.


A Família Imperial foi deposta e exilada justamente por ter alforriado os escravos e ter-se negado a pagar indenização aos ex-donos de escravos.


Vale lembrar que a família imperial não possuía nenhum escravo , todos os empregados sendo negros ou brancos eram assalariados , salários esses que saiam da própria dotação anual de Pedro II .


D. Pedro II tentou ao parlamento a abolição da escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 40 anos. O Parlamento sempre negava o projeto de lei, pois muitos tinham influências diretas ou indiretas com os grandes cafeicultores escravocratas. Se tratando de uma MONARQUIA CONSTITUCIONAL PARLAMENTARISTA, o imperador não tinha o poder para decretar leis sem aprovação da maioria do parlamento.


D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade , alforrias e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes .


O bairro mais caro do Rio de Janeiro, o Leblon, era um quilombo que cultivava camélias, flor símbolo da abolição, sendo sustentado pela Princesa Isabel.


José do Patrocínio organizou uma guarda especialmente para a proteção da Princesa Isabel, chamada “A Guarda Negra”. Devido a abolição e até mesmo antes na Lei do Ventre Livre , a princesa recebia diariamente ameaças contra sua vida e de seus filhos. As ameaças eram financiadas pelos grandes cafeicultores escravocratas.


Na casa de veraneio em Petrópolis, Princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforriá-los.


Pedro II criou uma cota para negros alforriados ingressarem no Colégio Pedro II e nas Faculdades. Essa cota não foi aprovada pelo parlamento, porém Pedro II tirou de seus próprios proventos a garantia da cota. No período de 1872 e 1889 centenas de ex-cativos se tornaram médicos, advogados, engenheiros... Graças a chamada “bolsa do imperador”.


Aumento do próprio salário??! O Imperador esteve no trono brasileiro por 50 anos. Mas nunca aceitou aumento na sua dotação, isto é, o salário. Quando morreu exilado em 1891, não havia acumulado riqueza alguma. Faleceu em um modesto quarto de hotel de 3 estrelas em Paris que era pago por um grande amigo, o Barão de Loreto.


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Fonte: Heitor Lira


Enviado por Antonio Soares Borges

Um comentário:

  1. O povo amava a Família Imperial. E até hoje é escravizado pela ignorância, estupidez, incompreensão, arrogância e perversidade dia nossos dirigentes.

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