sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Dom Pedro I e a Escravidão no Brasil

 


Para Dom Pedro I, um dos maiores males da Escravidão no Brasil era a “alteração dos juízos morais da sociedade”:


 “Os escravos nos inoculam todos os seus vícios, e nos fazem corações cruéis, inconstitucionais e amigos do despotismo. Todo senhor de escravo desde pequeno começa a olhar o seu semelhante com desprezo, acostuma-se a proceder a seu alvedrio, sem lei nem roca, às duas por três julga-se, por seu dinheiro e pelo hábito contraído, superior a todos os mais homens, espezinha-os quando empregado público, e quando súdito em qualquer repartição não tolera nem sequer a menor admoestação, que logo o seu coração, pelo hábito de vingar-se e de satisfazer-se as suas paixões, lhe esteja dizendo: ‘Se tu foras meu escravo’…”  escreveu o Imperador a sua esposa Dona Leopoldina


Para José Bonifácio e Dom Pedro I parecia contraditória a continuidade da escravidão em um regime constitucional, e portanto se fazia necessário a Abolição da Escravidão já na Constituição de 1824. Porém para a elite brasileira da época era possível conviver com essa aparente contradição. Segundo o Historiador Wanderley Guilherme dos Santos Dom Pedro I confrontava o regime escravagista de todos os modos possíveis, incluindo combater o hábito de funcionários públicos de mandar seus escravos trabalhar em seu lugar, muito comum na época, sua esposa Dona Leopoldina, era vista pela população africana do Rio de Janeiro como uma mãe, devido a seu hábito de comprar cartas de alforria. Fonte: Proclamações, cartas, artigos de imprensa, 1973. Dona Leopoldina: uma Habsburg no trono brasileiro


Enviado por Antonio Soares Borges

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