sábado, 16 de agosto de 2025

Dona Adélia: asas que ensinaram a voar

 



No memorável Desfile Cívico-Militar que ocorreu no dia 15 de agosto, tradicional Festa do município, o Centro Educacional Adélia Barrozo Bifano (CEABB), de Alegre (ES), esteve presente com uma apresentação repleta de memórias e emoções. 

Adélia fundou o antigo Colégio Zélia Gisner, em Bom Jesus do Itabapoana, que formou gerações de jovens, preparando-os para a cidadania de modo exemplar.

Em 2017, Joelma Márcia Dias Sueth, fundadora e diretora do (CEABB) encaminhou ao Jornal O Norte Fluminense um testemunho reverencial que foi revisado para a homenagem realizada no memorável Desfile Cívico-Militar do dia 15 de agosto.

Alba Travassos prestou uma bonita homenagem à saudosa e querida mestra, que está eternizada na nossa história. Segundo Alba, "Dona Adélia era uma segunda mãe para todos os alunos do colégio. Ela criou a menina Maria de Fátima Alves com todas as regalias de filha. Fátima foi funcionária do Banco do Brasil, em Muriaé, onde reside, desde que se casou". Estudamos juntas no Ginasial e Normal. Ela ama “Mãe Adélia” com amor filial".
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Segue o texto revisado de Joelma Dias Sueth.

"Causa-me profunda emoção falar de Dona Adélia. Mulher de coração maior que os próprios sonhos, escolheu viver não para si, mas para os outros. Ao lado da irmã Bárbara, assumiu o destino dos sobrinhos órfãos, e, nesse gesto de amor, renunciou à vida que poderia ter como médica ou freira, para abraçar o chamado que já lhe pulsava na alma: educar.

Adélia Barrozo Bifano nasceu em Bom Jesus do Itabapoana, em 13 de maio de 1903, e partiu para a Casa do Pai em 27 de março de 1994. Filha de Francisco e Adélia, cedo descobriu que a verdadeira grandeza está em servir. Professora de matemática, história e ciências, também foi auxiliar de direção do Instituto Euclides da Cunha, onde iniciou sua longa caminhada na educação.

Seu coração inquieto sonhava alto. Fundou o Colégio Zélia Gisner, em homenagem à amiga de infância. Durante 47 anos, o manteve vivo como um jardim de saberes, oferecendo cursos do primeiro ao segundo grau e também em áreas diversas. Sonhou com uma faculdade, Deus não permitiu. Mas seus alunos foram, e ainda são, a continuidade de sua obra.

Sem filhos biológicos, acolheu gerações como se fossem seus. Chamava-os de “meus filhos”. Aos sobrinhos e afilhados, espalhava apelidos carinhosos: Tia Adélia, Dinda, Dedé… cada nome um gesto de afeto. Muitos de seus ex-alunos hoje brilham no Brasil como juízes, médicos, engenheiros, professores — sementes lançadas por suas mãos firmes e bondosas.

Eu mesma, Joelma Márcia Dias Sueth, trago comigo o orgulho de ter sido sua aluna. Hoje, como diretora geral e administrativa do Centro Educacional Adélia Barrozo Bifano (CEABB), em Alegre (ES), sinto que a história continua. Desde 1994, nossa escola, que todos chamam de “a família CEABB”, acolhe crianças e jovens do infantil ao ensino médio, além de cursos profissionalizantes.

O tempo passa, mas o fio permanece. 

Nosso ideal é o mesmo de Dona Adélia: educar não é cortar asas, é orientar o voo. Nosso lema também: Deus, pátria e amor.

E assim, cada aula, cada sorriso, cada conquista é um pedaço vivo dela, a educadora que transformou a renúncia em legado, e o amor em eternidade."


Alba Travassos homenageou Adélia Barrozo Bifano 



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