quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Entre Brumas e Rios: A Eterna Açorianidade do Vale

 


No dia 13 de agosto de 2025, sob a sombra da memória de Padre Antônio Francisco de Mello, Bom Jesus do Itabapoana celebrou a inauguração do Monumento ao Imigrante Açoriano, no Dia Municipal do Imigrante Açoriano.

O ar se encheu de música e história: o Hino Nacional Brasileiro e o Hino dos Açores ecoaram pelos ventos, conduzidos pela Lira Operária Bonjesuense, sob a regência do maestro Nilo Rodrigues de Oliveira. Cada nota parecia tocar os corações que há tanto tempo se uniam à fé e à memória do padre.

Palavras de lembrança e gratidão subiram aos céus: o Dr. José Andrade, de terras açorianas, falou de laços eternos, em texto lido por Caio Otávio Moraes Pinto Ribeiro Seródio, neto do Dr José Vieira Seródio, que possui um busto em sua homenagem como médico humanista. Padre Rogério Cabral Caetano, o prefeito Paulo Sérgio Cyrillo e o presidente da Câmara, Marcelo Vieira, também se manifestaram, celebrando a história e a cultura que nos tornam quem somos.

A voz do açoriano Francisco Amaro Borba Gonçalves , que segue, em Bom Jesus, os passos culturais de Padre Mello, trouxe o canto da saudade e da origem com “Ilhas de Bruma”. O Grupo Musical Amantes da Arte ecoou o tradicional Hino Açoriano da Alva Pomba, “Rio da Minha Terra” e a “Marcha a Bom Jesus”, unindo passado e presente em harmonia perfeita. Sob a presidência de honra de Ana Maria Baptista Teixeira, a liderança firme de Ideildes Muniz Galo e a regência sensível de Martha Lucia Figueiredo Salim, o grupo mostrou porque é conhecido como a "Alma Bonjesuense". Entre os presentes, Regina Tannus, filha do autor do Hino de Bom Jesus, Salim Daruich Tannus, emocionava-se, sentindo cada nota vibrar em sua memória.

As bandeiras de Bom Jesus, do Rio de Janeiro, do Brasil e dos Açores se ergueram, tocadas pelo vento e pela solenidade. Entre a multidão, o médico Nino Moreira Seródio, visionário de idéias inovadoras, contemplava com orgulho o resultado da realização de mais um sonho. A CAES, Casa dos Açores do Espírito Santo, por ele dirigida como se guia um filho, se emocionou de modo contido, reconhecendo a eternidade da acorianidade bonjesuense. A entidade entregou ao Padre Rogerio, através do Dr Pedro Antônio de Souza, e ao prefeito Paulo Sérgio Cyrillo, através de Maria Dolores Pimentel, Coroas do Divino Espirito Santo em miniatura. 

Homenagens florais cobriram os bustos de Roberto e Badger Silveira, do médico humanista José Vieira Seródio, e finalmente do Padre Mello, em reverência àquele que deu vida à fé e à cultura da cidade. Soldados, Bombeiros e Guardas Municipais prestaram continência, enquanto o céu participava, silencioso e generoso, daquele ato grandioso.

Ali foram homenageadas todas as gerações de açordescendentes do passado, e saudadas as gerações que chegam. O prefeito Paulo Sérgio Cyrillo, o secretário de cultura José Geraldo e o vereador Clerinho da Soledade, autor do projeto de lei, e demais edis, sentiram a emoção do dever cumprido. Da mesma forma, o Dr Nino, que idealizou mais esse sonho que se tornou realidade. A imponente Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, construída por Padre Mello, guardava com majestade a memória e a fé do povo.

E assim, entre música, discursos, cantos e flores, a cidade celebrou sua história. A açorianidade tornou-se visível, os laços entre Bom Jesus, o Vale do Itabapoana e os Açores se eternizaram, e o espírito de Padre Mello se fez presente: lembrando que memória é vida, fé é eternidade, e história é canto que jamais se cala.

























































































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