Bom Jesus do Itabapapoana, Sítio Rio Preto, distrito de Calheiros
07/08/2016
Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, no Sítio Rio Preto, Calheiros, Bom Jesus do Itabapoana (RJ) |
Vejam o discurso de Cintia de Oliveira Nunes dos Santos, Diretora do Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, por ocasião de sua inauguração, no dia 7 de agosto de 2016.
Querida Ismélia Saad Silveira, viúva de Roberto Silveira, grande apoiadora do Memorial, sua filha Dora Saad Silveira e sua irmã Mariam Saad Salma,
Queridos Badger Teixeira da Silveira Filho, Cristina Silveira e José Ferraiolo Silveira, filhos de Badger Silveira e Renée Ferraiolo Silveira, e Luana Silveira Teixeira,neta de Badger Silveira,
Querida Marilu Silveira Bueno, filha de Dinah Silveira, irmã de Roberto, Badger e Zequinha Silveira,
Querida Wilma Teixeira Martins Coutinho, que trabalhou nos Gabinetes dos Governadores Roberto e Badger Silveira, e que sempre apoiou o Memorial,
Queridas Sandra das Graças Monteiro e Maria Lúcia Rutter Mattos, amigas da família de Badger Silveira
Queridos Maurício Alcântara Guimarães, Cinematografista Oficial dos Governos Roberto e Badger Silveira, e sua digna esposa Sandra Maria Araújo da Fonseca,
Querida Luitgarde Cavalcante, Doutora em Ciências Sociais e Pós-Doutorada em Antropologia e Ciência das Letras, professora aposentada da UFRJ e UERJ
Exmas. Senhoras Autoridades,
Ilmos. Aenhores e Senhoras aqui presentes,
O músico de Cachoeiro de Itapemirim (ES), Herbert Cock, que integra os quadros da Escola de Música JEMAJ, disse, na sexta-feira retrasada, por ocasião da abertura das atividades do 7º Circuito Cultural Arte Entre Povos, no auditório do Espaço Cultural Luciano Bastos, que Bom Jesus era um município estranho. Era estranho, uma vez que as pessoas, ao saírem de suas casas, continuam se sentindo com se ainda estivessem em seus lares.
Alguém que não seja do nosso município pode estranhar também o fato de que, apesar da grave crise econômica que se abate sobre o país, Bom Jesus do Itabapoana consiga inaugurar, apenas com recursos particulares, um museu: os primeiros 50m2 do Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira.
A resposta para isso, contudo, talvez esteja também na observação do ilustre cachoeirense: trata-se de uma obra da família bonjesuense para resgatar e honrar o nome de seus filhos ilustres, cujos antepassados vieram do Arquipélago de Açores.
Com efeito, este é um evento essencialmente familiar.
Neste Sítio Rio Preto, moraram Boanerges Borges da Silveira - filho de Antõnio Ignácio Silveira com Maria Borges Silveira - e Maria do Carmo Teixeira SIlveira, a Biluca, sua esposa. Neste solo sagrado, nasceram todos os seus cinco filhos: Badger, Zequinha, Roberto, Dinah e Maria da Penha Silveira.
Foi neste Sítio que viveu, também, Benedito dos Santos, o compadre de Boanerges e, depois, seus filhos, incluindo Manoel Araújo dos Santos, o Neneco, amigo de infância de Roberto, Badger e Zequinha Silveira.
No antigo casarão deste Sítio, as crianças Silveira brincavam com as crianças Santos e eram felizes.
Por aqui, a partir da Fazenda São Tomé, para onde os irmãos Silveira se mudaram, é que as crianças passavam para irem estudar com a professora Olga Ebendinger, na Barra do Pirapetinga.
Roberto e Badger mantiveram a amizade com Neneco por toda a vida.
Foi Roberto Silveira, quando governador, quem conseguiu estabilizar a família de Neneco conseguindo-lhe um emprego, através do apoio de Boanerges e Biluca.
Neste Sítio, lágrimas de alegria acompanharam a ascensão de Roberto Silveira ao governo do estado. Outras lágrimas, de diversa natureza, acompanharam, contudo, com profunda tristeza, a tragédia de sua morte. Novas lágrimas de regozijo surgiram com a ascensão de Badger Silveira como governador. E, novamente, outras lágrimas, de estirpe dolorosa, foram derramadas com seu afastamento do governo em decorrência da assunção dos militares em 31 de março de 1964.
Mais de meio século se passou desde esses fatos.
Hoje, a família bonjesuense, representada pela Associação dos Amigos do Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, da qual integram Georgina Nunes, viúva de Neneco, minha mãe, eu, Cintia de Oliveira Nunes dos Santos, meu marido Alessandro Santos Nunes, e minhas irmãs, filhas do primeiro casamento de Neneco com Luiza Abreu dos Santos, Ciléa, Sônia e Leonídia, tem a alegria de entregar à sociedade os primeiros 50 m2 de um projeto audacioso, que prevê a construção de 200 m2 em dois pavimentos. Na parte inferior, está prevista uma área, além do espaço para a exposição do acervo, para a venda de produtos da região. Na parte superior, prevê-se um auditório para a realização de palestras e encontros. Uma obra que pretende promover também o desenvolvimento econômico da região. Aliás, deve-se recordar que Roberto Silveira pretendia tornar Bom Jesus um polo industrial, com a construção da grande Usina de Rosal. Para tanto, deu início à construção da Usina Piloto Franco do Amaral, que forneceria energia para aquela. Badger Silveira, por sua vez, chegou a assinar convênio com o governo federal, através do então presidente João Goulart, para a concretização desse sonho de Roberto, cerca de quinze dias antes da assunção militar ao poder.
O projeto do Memorial prevê, ainda, a construção de três suítes para ficarem à disposição da família Silveira, afinal, aqui foi seu berço e sempre será o seu lar.
Parafraseando o grande escritor bonjesuense Octacílio de Aquino, que chegou a ser elogiado por Monteiro Lobato, pode-se dizer que neste momento de alegria para todos nós, são as promessas risonhas dos novos berços e são as vozes imensas dos túmulos de nossos heróis, as esperanças do presente e os sonhos do passado, que se apresentam juntamente às vozes de todas as famílias.
É com um sentimento de dever para com nossa história, para com nossos heróis e para com nossa família bonjesuense, que entregamos esta obra de amor e de paixão.
Boanerge, Biluca, Dinah, Badger, Zequinha, Maria da Penha e Roberto Silveira vivem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário