domingo, 21 de abril de 2024

27 de abril: os 161 anos de Padre Mello

                              Autor: Gino Martins Borges Bastos 






No dia 27 de abril, festejamos, com alegria redobrada, os 161 anos de nascimento de Padre Antônio Francisco de Mello, o nosso sempre querido Padre Mello, um "Gênio da Cultura e da Civilização", no dizer do festejado escritor bonjesuense Delton de Mattos. 

Padre Mello permaneceu em nosso meio por quase cinquenta anos, e o movimento que ensejou o Mês de Padre Mello, com uma importante gama de eventos comemorativos, demonstra que, não obstante ele tenha falecido há 76 anos, em 1947, o pároco açoriano está sempre presente no meio da sociedade que ele forjou, batizando milhares de crianças e sepultando os nossos mortos, como bem ressaltou seu pupilo, o grande escritor Octacílio de Aquino.

Os restos mortais de Padre Mello estão sepultados na Capela do Divino Espírito Santo, dentro da bela Igreja Matriz, que ajudou a construir. Seu busto está situado na parte alta do átrio da Igreja, com o olhar voltado para a nossa principal praça, a praça Governador Portela, como se estivesse saudando os que adentram à Igreja, assim como a cuidar perenemente do torrão de terra do qual se assenhoreou com seu coração de gigante.

Aos muitos estudos sobre os feitos e obras do pároco açoriano, realizados por memorialistas bonjesuenses, se somam agora, para nossa imensa alegria, os estudos do Prof. PhD Dr Márcio Pacheco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que realizou uma Superlive histórica no dia 24 de abril, promovida pelo Espaço Cultural Cafézin, de Adilson Figueiredo.

Dr. Márcio está preparando 3 livros sobre o notável pároco açoriano, o que implica dizer que o reconhecimento da obra literária de Padre Mello começa a ter um reconhecimento nacional.

Padre Mello terminou sua vida com ares de santidade. Eu foi ainda Octacílio de Aquino que verberou, na época de falecimento do seu mestre, que, "se da terra desapareceu um homem, surgiu no céu mais um santo: Santo Antônio Mello de Bom Jesus!!"

A VIDA DE PADRE MELLO 


Padre Mello nasceu na ilha de São Miguel, no Arquipélago dos Açores (Portugal), no dia 27 de abril de 1863.  A bordo do vapor Argentina, que partiu da ilha Terceira, juntamente com sua irmã Marquinha e Dona Maria Cândida de Jesus, chegou ao Brasil no dia 4 de outubro de 1895, após 24 dias de viagem. Após um período exercendo o pastoreio em Sapucaia, chegou a Bom Jesus do Itabapoana no dia 18 de junho de 1899.

Uma de suas primeiras ações em Bom Jesus, foi conhecer a história da localidade, o que fez entrevistando os moradores mais antigos. Foi assim que soubemos que o mineiro de Rio Novo, Antonio José da Silva Neném, desbravou nossa região, em 1842. Podemos dizer, portanto, como já havia sido assinalado por Élcio Xavier, o Príncipe dos Poetas, que Padre Mello doou-nos nossa história.


Padre Mello foi escritor, poeta, redator do jornal "Meu Campinho"  e responsável pelos  registros de propriedade em nossa região.  Importante assinar que o nome do jornal de refere ao fato de nosso município ter tido, no seu passado, o nome de "Campo Alegre". Padre Mello, com efeito, sentia Bom Jesus como o seu "Campinho". Ele foi também, músico e compositor, sendo o autor do hino do antigo Colégio Rio Branco.

Além disso, era conhecedor de técnicas de engenharia e, em vista disso, construiu as duas torres da Igreja Matriz, e orientava na construção de prédios. Possuía, também, conhecimento dos métodos de plantação de café, razão pela qual promoveu a orientação no cultivo do mesmo. Foi, ainda, ativista político na luta pela segunda emancipação de nosso município, ocorrida em 1º/01/1939.

Padre Mello inseriu, em nossa tradicional Festa do Divino Espírito Santo, o "Hino da Alva Pomba", como conhecemos em Bom Jesus.  Quanto a esse hino, o poeta e compositor açoriano Francisco Amaro Borba Gonçalves, radicado no Estado do Rio de Janeiro, que esteve em Bom Jesus em várias oportunidades, assinalou: "Como açoriano nato, vejo a apresentação do Hino como um momento espetacular, alguém repetindo e confirmando os brios de uma melodia. Trata-se de um ato musical com conteúdo de fé e devoção, cuja melodia, genuinamente açoriana é tocada e entoada há mais de cem anos na região de Bom Jesus do Itabapoana, no norte do Estado do Rio de Janeiro.

Detalhe:  poucos ou nenhuns açorianos natos, quer nos Açores,  quer espalhados pelo mundo, se apercebiam que havia açor-descendentes, há anos, naquela região,  perseverando assiduamente o Hino da Alva Pomba, ou seja, originado, existente e conhecido nos Açores como o Hino do Divino Espírito Santo.

Aí estão cidadãos bonjesuenses num momento em que  "respiram" PADRE MELLO, o qual, anos passados, com seu punho e sua caneta, escrevia  a letra do Hino do Seminário de Angra, sendo tão alegremente interpretado nesses dias de hoje. Haja saúde e força para continuarem mostrando para o Brasil, para Portugal, para os Açores e para o mundo, a notável existência do nobre e ilustre PADRE MELLO!"

Francisco Amaro também compôs os seguintes versos em homenagem ao pároco compatriota:

"Alguém deixou de se achar na Achada/ Num Portugal tão cheio de confusões/ Tempos de republicanas aspirações/ Adeus essa terra, sua morada/ Navegou rumando às suas missões/ Sem bem saber qual sua chegada/ Assim viajou, sob influxo dos Céus/ Deixando a casa mimosa de Deus.

Deixou provas de lirismo especial/ Poesia, Angra, Seminário/ Provas de um grande missionário/ São Miguel, Açores, Terra Natal/ Seu destino protetor do sacrário/ No Brasil, terra irmã de Portugal/ Chegando um dia com sua mana/ Algures: Bom Jesus do Itabapoana

Deslumbrado no imenso campinho/ Riqueza do Vale com seus bons pastos/ Encontrou as famílias Borges, Bastos/ Seródio e outros em seu caminho/ Imigrantes Açorianos fastos/ Pioneiros em Bom Jesus, seu ninho/ Parabéns a todos e ao Padre Mello/ Pelo legado mui rico e belo".

No dia 25 de julho de 2022, em data histórica para o nosso município, recebemos a visita da autoridade açoriana Dr. José Andrade, Diretor Regional das Comunidades do Governo dos Açores.


Vieram com o Dr José Andrade, uma comitiva de representantes das Casas dos Açores de outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, num encontro que ficou marcado pelo sentimento de irmandade e de pertencimento à mesma "pátria" açoriana.


Dr José Andrade foi nomeado Hóspede Oficial do município e, ao agradecer a acolhida, disse que "estou há pouco tempo em Bom Jesus, mas quase morro de saudade", numa referência à letra do hino de Bom Jesus composto por Salim Darwich Tannus.


Dr José Andrade visitou a Igreja Matriz, e, em especial, a Capela do Divino Espírito Santo, onde estão localizados os restos mortais de Padre Mello.

Todos foram recebidos pelo pároco Rodrigo Melo, que compartilhou com a autoridade açoriana a Coroa e o Cetro relativos à Festa do Divino Espírito Santo, que ocorre em nosso município desde 1860, e deu origem à tradicional Festa de Agosto. 

A homenagem da alta autoridade açoriana a seu ilustre compatriota, em Bom Jesus, constituiu um dos momentos mais emocionantes da história de nosso município. 

O escritor bonjesuense Octacílio de Aquino, escreveu, em 1942, que, certa vez, uma criança dissera a seus pais "- O que eu quero é estudar para Padre Mello", o que  indica a grande influência que o pároco açoriano exercia sobre as novas gerações de então.

Elcio Xavier, o Príncipe dos Poetas, que foi coroinha da Igreja na época de Padre Mello, testemunhou, em seu livro de memória, que o pároco era "um verdadeiro homem de Deus".

Ruth Fragoso de Azevedo Silveira, por sua vez, em depoimento sobre o vigário, disse que ele "convivia com os meus avós paternos e maternos, por eles serem conterrâneos". Além disso, registrou que "Padre Mello fez voto de pobreza. Seus pertences eram doados por amigos. A partir de certa época, ele foi morar em um pequeno quarto localizado ao lado da Igreja Matriz. Foi ali que ele faleceu, na mais absoluta pobreza".

Conhecer a vida de Padre Mello, sua obra e seu legado de humanismo, constitui, portanto, um estímulo sempre atual para imitá-lo.



VIVA PADRE MELLO!!!


Tela a óleo pintada pela artista plástica mineira Fânia Ramos, integra o acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB)



Antigo Colégio Rio Branco, hoje Espaço Cultural Luciano Bastos, sempre homenageou o seu ilustre professor 





Capela do Divino Espírito Santo, na Igreja Matriz, onde estão os restos mortais de Padre Mello 
 


O escritor, compositor e cantor açoriano Francisco Amaral Borba Gonçalves esteve em Bom Jesus do Itabapoana por ocasião da Festa do Divino, e homenageou Padre Mello 


Busto de Padre Mello e a Igreja Matriz por ele construída 





  ELCIO XAVIER

Elcio Xavier e túmulo de Padre Mello, no interior da Igreja Matriz, no dia 02/05/2014


PINÇADOS DE “LEMBRANÇAS”*
Pág.5
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“Minha brusca mudança para Bom Jesus aos sete anos estava envolta em ligeiro mistério e muita curiosidade. De repente deixara o valão de águas inquietas; o canário do oitão da casa que ficava azul quando a chuva banhava suas alvas paredes; as estripulias pelo campo de distantes horizontes montado no leal parceiro “Ventania”... Ganhara uma residência com alpendre e alçapão sem luz; o morro para empinar papagaios; o fabuloso pomar de meus avós; a Escola (Ah! A Escola!) onde aflorou a timidez que levarei ao túmulo; e a Igreja com suas velas bruxuleantes e um Padre, figura sóbria de gestos e um olhar de paz, metido numa batina preta. Um padre, o Padre Mello, do qual me ocupo antes da Escola, por sua influência, silenciosa e quase imperceptível,que balizou meus dias de menino: o catecismo, o Círculo São Luiz de Gonzaga com suas opas vermelhas, a primeira subida à torre, onde em plácida quietude estavam os sinos que ora chamavam, estrepitosos, para as missas ou as ladainhas, ora murmuravam nas Ave Marias ou espalhavam o cantochão da morte para a derradeira viagem.
         Era um orgulho especial vestir a opa na Sacristia da Igreja, cercado pelos colegas e logo em seguida estar no altar durante a ladainha. Mas frustrava-me não acender o turíbulo para espargir o perfume do incenso pelo templo.
         Certa vez, já no ginasial, procurei Padre Mello e lhe pedi um artigo para o jornalzinho que fundáramos no colégio, uma escola de um protestante, o competentíssimo Professor Orlando. Recebeu-me com aquele jeito tranquilo, indagou do nosso propósito e ordenou que o procurasse na manhã seguinte. E, de fato, duas laudas sobre “QUE” nos aguardavam, além do sorriso puro e um abraço que ainda me comove. Padre Mello era um verdadeiro homem de Deus, um ecumênico, pleno de saber e amor ...”


*Trechos extraídos de “Lembranças...”, livro de memórias de Elcio Xavier.


GEORGINA MELLO TEIXEIRA, A DONA NINA





Sempre que me recordo do Padre Mello, me vem à lembrança a música, afinal este era um vínculo forte entre ele e os musicistas da Igreja Matriz, pois ele também era músico e, por isto, me vem à cabeça o seguinte: certa vez, cantávamos a missa da Festa de Agosto e, como é comum, devido à grande emoção da cerimônia, errar a melodia, Padre Mello voltou-se para o coro - neste dia tocava o órgão minha irmã Yole - e disse com muita convicção: '- Podes repetir este compasso para acertá-lo?'

A sua percepção musical, seu vozeirão e seu canto, muito contribuíram para o crescimento musical litúrgico.

Lembrar de Padre Mello, que deixou seu país e veio para o Brasil, nos ajuda a compreender, através de sua missão, o sentido da Campanha da Fraternidade deste ano: 'Eu vim para servir'. E é isto: Padre Mello serviu a Deus em nossa cidade tão distante de sua própria; deixou amigos, mas os fez vários aqui; recebeu carinho dos seus em sua partida rumo a Bom Jesus e o depositou todos a nós bonjesuenses; incentivou-nos a participar da vida em comunidade e da Igreja como bom pastor a cuidar de seu rebanho e... os seus, lá em Portugal, com certeza o têm em suas  memórias, e nós, aqui, o temos em nossos corações.


  RUTH  FRAGOSO DE AZEVEDO SILVEIRA







Eu conheci Padre Mello quando eu era muito pequena. Nasci em 18 de agosto de 1923. Fui batizada por ele, assim como minhas quatro irmãs.

Foi ele quem oficializou o casamento de meus pais José e Hermínia, e das minhas irmãs mais velhas. Não realizou o meu, por ter sido levado ao descanso eterno. Padre Mello se adaptou ao convívio da nossa Vila, por ter encontrado pessoas como ele vindas das belas paragens de Portugal.

Convivia com os meus avós paternos e maternos, por eles serem conterrâneos. Intelectual, além de sacerdote que com muito zelo conduzia seu rebanho para o bem.

Matemático, escritor, poeta, agrimensor, professor. Por algum tempo, ministrou aulas de português no Colégio Rio Branco. Exigente com a nossa língua, nos dava muita bronca quando não sabíamos conjugar um verbo, ou não sabíamos análise sintática.

Guardo suas poesias com carinho. Ele era apaixonado pela Festa de Agosto, ocasião em que a Igreja distribuía alimentos aos pobres. Era frequentador do lar de meus avós Manoel Antônio de Azevedo Mattos e Dª Terezinha. Meu avô, como bom português, sabia receber seus visitantes com bons vinhos.

Minha avó materna, filha de portugueses, era casada com o professor José Cândido Fragoso, e, ambos, tinham o vigário como um grande amigo, que sempre frequentava sua residência.

Todos os filhos de meus avós foram batizados por ele. Por ocasião da morte de minha tia Inhá (Maria Tereza), sua presença foi primordial naquele momento de tanta dor. Sua afeição por minha família era de muito amor. Deixou, para aliviar nossa dor e sofrimento, um lindo poema intitulado 'Gottas de Balsamo', escrito em 1902.

Certa vez, quando coroei Nossa Senhora, eu e minhas amigas fomos um fracasso, porque erramos tudo. Ele não gostou, chamou-nos e disse com o sotaque português: 'Não ensaiaste bem!' Morri de vergonha! 

Eu queria confessar, era pequenina, nem sabia ler. Quando terminava a confissão, ele dava um papel escrito com o ato de contrição. Como eu não sabia confessar e muito menos ler, minha 1ª comunhão foi ele quem oficiou.

A irmã de Padre Mello, Maria Júlia de Mello, conhecida como Dona Mariquinha, veio com ele para Bom Jesus juntamente com Dona Cândida, mulher de posses e patroa de Mariquinha, que ajudou Padre Mello em sua ordenação. Mariquinha e Dona Cândida costumavam fazer um delicioso pão caseiro que era muito apreciado pelo pároco. Além disso, todos os dias, por volta das 15h, elas também vendiam o pão, para ajudar a manter os serviços da Igreja. Por este motivo, ele passou a ser chamado de Pão do Padre. 

Francisca Menezes, a Chiquita Menezes, era o braço direito do vigário. Ela era minha madrinha muito querida. Por sua mão, eu ia à Matriz aprender o catecismo e me preparar para a vida religiosa. Era membro da Irmandade de Santa Terezinha, Filha de Maria ardorosa. Vivia para servir. Caridosa, estava sempre cuidando das pessoas doentes. Quando Padre Mello adoeceu, foi tratado por ela, com todo o carinho.

Padre Mello fez voto de pobreza. Seus pertences eram doados por amigos. A partir de certa época, ele foi morar em um pequeno quarto localizado ao lado da Igreja Matriz. Foi ali que ele faleceu, na mais absoluta pobreza.
Está aí o relato da vida deste Padre Mello que se tornou um mito em nossa cidade.



DONA MARIA APPARECIDA DUTRA VIESTEL



Maria Aparecida Dutra Viestel, neta do 1º Prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, Pedro Gonçalves da Silva Jr., conhecido como Cel. Pedroca



Padre Antônio Francisco de Mello - recordações

Fui batizada pelo Pe. Mello em 20 de janeiro de1931 e dele recebi a primeira Eucaristia em 29 de junho de 1941.

De 1941 a 1945, período do antigo primário e ginásio no Colégio Rio Branco, sua presença era constante nas reuniões do Grêmio Estudantil, onde ele, às vezes participava incentivando os alunos, e também sendo homenageado.

Na minha turma de ginásio, quando o professor de latim passava uma tarefa difícil, algumas colegas iram pedir ajuda a ele.

Nas comemorações cívicas do município, ele estava sempre presente, aplaudia e aproveitava para enaltecer a pátria.

Na Farmácia Normal, sua presença era constante para trocar ideias com meu pai, Antônio Dutra, e com os amigos que frequentavam a Farmácia, onde haviam dois bancos confortáveis, em que os 'fregueses' discutiam os assuntos de política e literatura.

Suas pregações eram tão eloquentes que, até hoje, me lembro de sua voz dizendo: 'Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus..." 



FRANCISCO VERDAN CORRÊA NETO
(de Petrópolis/RJ)





Lembro-me quando, ainda muito jovem, eu saía, com minha família, da zona rural do Cubatão, localizada no 1º distrito de Itaperuna (RJ) para ir a Bom Jesus. Todos os anos faz esse caminho, no dia 15 de agosto, onde assistimos à Festa de Bom Jesus, no início da década de 1940.

Havia um comerciante lá no Cubatão - Sr. Sebastião Máximo - genro de Castorino Bon (uma família de origem suíça) - que possuía um caminhão. Para a ocasião, ele colocava tábuas transversais na carroceria do caminhão e fazia um toldo de lona (para proteção contra o sol ou chuva), e nossa família enchia esse caminhão (entre os nossos primos, um grupo assinava Cordeiro de Mello), descendentes de um meu tio-avô - Antônio Corrêa Branco -  que era casado com u'a Mello, na Lomba de Maria, Ilha de São Miguel, Açores. Uma filha desse casal, sobrinha de um avô - Antônio Corrêa de Mello - veio morar na fazenda do meu avô, no Cubatão, e deixou descendência numerosa.

Naquela época, a estrada para Bom Jesus passava pelo Bambuí e a Serra do Himalaia, e entrávamos em Bom Jesus pelo norte. Ao chegarmos, a primeira coisa que fazíamos era ir à Sacristia cumprimentar o Padre Mello, e meu pai fazia questão que lhe beijasse a mão e fosse abençoado por ele.

Participávamos das alegrias da Festa e, já noite, retornávamos ao nosso lar.

Isto se repetia todos os anos e, num certo momento, essa viagem se interrompeu e eu nunca soube o porquê. Agora (estou com 82 anos de idade), posso imaginar o motivo: o falecimento do Pe. Mello. A motivação da viagem terminou.

Neste momento importante, rendo a minha homenagem à memória de Pe. Mello.












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