Hoje, na Fazenda Viscondi, em Casimiro de Abreu, o Atelier Filhos do Barro respirou um ar de despedida e de recomeço. Era a última oficina do ano, e as mãos que moldam o barro pareciam, elas mesmas, desejar que o tempo permanecesse um pouco mais ali, suspenso entre o cheiro de argila úmida e a sabedoria antiga do prestigiado Mestre Artesão Daniel de Lima.
A manhã ganhou brilho com a presença de Argy, que trouxe uma palestra sobre Economia Solidária. Não veio apenas falar: veio somar. Sua presença mapeou caminhos, reconheceu o Atelier Filhos do Barro e o grupo Arte do Agricultor, como quem cartografa afetos, territórios humanos e possibilidades de futuro.
Argy esteve presente como pesquisadora do Programa Paul Singer de Formação de Agentes Territoriais de Economia Popular e Solidária, uma iniciativa do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), por meio da SENAES (Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária), em parceria com a Fundacentro, instituição referência em pesquisa em segurança e medicina do trabalho.
O objetivo do programa é mapear as iniciativas dos territórios por meio do registro no CADSOL (Cadastro Nacional de Empreendimentos de Economia Solidária), instrumento criado para promover o reconhecimento público dos empreendimentos de economia solidária em todo o Brasil. Iniciou-se também uma pesquisa sobre infraestrutura, produção, relações de trabalho e finanças, dados essenciais para ampliar o acesso às políticas públicas voltadas à economia solidária e às demais ações destinadas aos trabalhadores dos territórios.
Conversaram sobre Economia Solidária e sobre a importância do coletivo.
Era, de fato, uma despedida auspiciosa. A confraternização que encerrou a última oficina de barro não foi apenas celebração, mas afirmação, passos firmes e serenos na esperança de dias melhores para o fortalecimento dos artesãos.
Porque Mestre Daniel não é apenas mestre da arte: é mestre de gente. Seu trabalho não projeta somente o artesão que ali aprende, mas todos os artesãos que encontram, na sua liderança, um farol. Suas mãos talham barro; sua visão, no entanto, molda trajetórias.
No meio de risos, partilhas e do silêncio atento das mãos em criação, ficou no ar a certeza suave de que o ano se despede, mas o sonho continua, sólido como a argila que, nas mãos certas, vira futuro.
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