domingo, 7 de dezembro de 2025

Respeito não se exige, se vive!



No campo ainda vibrava o eco da vitória, após a conquista da Copa do Brasil em outubro de 2022. As luzes do estádio riscavam o céu como se quisessem prolongar a festa, e a torcida, embalada, parecia não querer que a noite acabasse. Era mais um triunfo do Flamengo, desses que ficam na memória coletiva, guardados em cânticos, fotos e vozes roucas.

Mas, enquanto os holofotes insistiam em seguir os heróis de chuteiras, algo inesperado aconteceu.

Diego Ribas, com a serenidade de quem entende que grandeza não está apenas nos pés, mas no gesto, segurou a taça como se ela também tivesse alma. Caminhou devagar, abrindo espaço entre repórteres, assessores e curiosos. E então, desviando do centro da festa, foi até onde quase ninguém olha: o canto silencioso onde estavam os garis.

Homens e mulheres que passam despercebidos na pressa dos aplausos, mas que sustentam o espetáculo com seu trabalho invisível. Ali, diante deles, o jogador ergueu a taça, não como um troféu, mas como um símbolo de pertencimento. Chamou cada um, abriu espaço, sorriu. E, no meio da celebração rubro-negra, brotou um instante de pura humanidade.

A foto foi tirada. A festa continuou.

Mas o gesto ficou, leve, luminoso, incontestável.

Porque respeito não se exige.

Se vive.

E quando vivido assim, simples e verdadeiro, ele transforma tudo ao redor: o jogo, o estádio, a noite… e talvez até o mundo.






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