segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

O olhar de um pai, o crescimento de um filho e o som que atravessa os anos





A travessia musical do jovem Asafe

Asafe tinha o tempo nas mãos em 2019, quando atravessava os corredores da Escola de Música JEMAJ com o instrumento quase maior que o próprio corpo. Aprendia a domar o silêncio, a respeitar o compasso, a entender que a música também exige espera. Cada nota era semente. Cada ensaio, uma promessa.

O pai, Fernando Aureliano, via de perto esse crescimento discreto, feito de repetição e persistência. Guardou imagens, não como quem arquiva lembranças, mas como quem preserva futuro. Anos depois, seriam essas imagens que atravessariam o tempo e chegariam às páginas de O Norte Fluminense.

Em 2025, Asafe já não era apenas aprendiz. Na Tuna Luso-Bonjesuense, seu som encontrava história. O menino da sala de aula agora vestia tradição. O gesto amadureceu, o ouvido ganhou memória, e a música deixou de ser exercício para se tornar pertencimento. O que antes era sonho individual passou a ecoar em coro.

Entre uma fotografia e outra, não há ruptura, há continuidade. Um jovem que cresceu sem abandonar o que o formou. Um pai que soube reconhecer o instante antes de ele virar passado. E a música, sempre ela, costurando gerações, transformando tempo em permanência.

Uma evidência de que, em Bom Jesus, pintamos e cantamos a nossa aldeia com as cores e os sons do mundo, e, ao fazê-lo, descobrimos que o mundo também cabe nela.











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