Vivemos Entre Atores
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| Vladimir Putin durante coletiva de imprensa de fim de ano |
Em seu tradicional evento de fim de ano, no qual responde a perguntas da população e de jornalistas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi questionado sobre o que pensava a respeito do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski.
Putin respondeu: “Uma coisa é interpretar alguém; outra coisa é ser alguém.”
Referia-se ao fato de Zelenski ter sido ator antes de se tornar presidente da Ucrânia.
Essa reflexão conduz, inevitavelmente, a uma consideração mais ampla sobre as relações humanas no mundo contemporâneo. Com frequência, deparamo-nos com pessoas que estão sempre interpretando papéis. Nunca são, de fato, quem são.
E o mais grave: os figurinos escolhidos costumam ser os piores. Raramente vemos a encenação de um ser elevado.
Assim, as relações tornam-se, quase sempre, superficiais, encontros de máscaras, não de essências.
Em outra pergunta, Putin foi indagado se havia algo que ele considerava imperdoável. Respondeu que sim e completou, de forma direta: “A traição.”
Essas respostas remetem à reflexão sobre a própria natureza humana: o repúdio à mesquinharia e a afirmação da grandeza possível do homem.
Tais palavras soam como faróis lançados sobre a condição humana, uma convocação à autenticidade e à lealdade em tempos de encenação.

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