Com informações de Ana Carolina Boechat
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| Entrada do prédio onde funcionava a Fábrica de Balas São Jorge |
A Fábrica de Balas e a Memória da Cidade
Na década de 1950, funcionava em Bom Jesus do Itavapoana a Fábrica de Balas São Jorge, no mesmo prédio onde hoje está instalada a Braga Móveis. O edifício também abrigava a Gráfica Gutenberg, responsável pela impressão do jornal O Norte Fluminense. A fábrica ocupava os fundos do imóvel, discreta em sua localização, mas inesquecível em sua presença.
O aroma que escapava de suas instalações era inconfundível. Um cheiro de guloseima que, visto hoje à distância do tempo, revela-se como cheiro de infância. Era doce, envolvente, quase capaz de parar quem passasse pela rua, convidando a memória a guardar aquele instante.
As balas vinham grandes e pequenas. As menores pareciam filhotes das maiores, delicadas extensões de uma mesma doçura. Não havia essência, nem artifício: o sabor era de açúcar puro, simples e absoluto. Saudade.
Eram vendidas desembrulhadas, com listas coloridas que encantavam os olhos antes mesmo do paladar. Por fora, açúcar purinho; por dentro, um miolo de textura diferente, lembrando um caramelo endurecido, resistente ao tempo, mas rendido ao prazer.
A Fábrica de Balas São Jorge encerrou suas atividades na década de 1970. No entanto, sua produção jamais foi interrompida na memória coletiva da cidade. Ali, ela continua funcionando, incessante, adoçando lembranças, preservando cores e sabores, e anunciando, com a mesma delicadeza de antes, um futuro que, ainda sabe, com sabor de açúcar e infância.

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